Avaliação do Tópico:
  • 0 Voto(s) - 0 em Média
  • 1
  • 2
  • 3
  • 4
  • 5
TATW - Viagem a Machu Picchu - Setembro / 2010
#77



30-09-2010

Saí um pouco tarde, umas 09:00, como pelos meus cálculos mentais e superficiais diziam 500km aproximadamente para Rio Preto, não me preocupei com o horário. O objetivo era entrar no estado por Três Lagoas, passando por Andradina já em São Paulo e chegar a Rio Preto pela BR 262. Então fui seguindo as placas Três Lagoas, São Paulo, e pouco depois estava na BR. Logo que saí do perímetro urbano de Campo Grande a chuva começou a cair e eu sem capa de chuva sabia que iria me molhar, mas não importava, logo estaria no estado de São Paulo, e assim a chuva me acompanhou por bons 300km.

A BR no geral está boa, mas há trechos em que o asfalto parece solo lunar, muitos buracos, rasos e profundos, obrigando a desviar sempre e caindo em vários outros, o transporte rodoviário é pequeno, mas no trecho de buracos exigiu cuidado para que eu não desviasse para cima de outro veículo e também tive que assistir os outros veículos para evitar que eles desviassem na minha direção e me acertassem. Esse trecho está a uns 100 km da fronteira com o estado de São Paulo.

Quando atravessei a imensa ponte sobre um lago do Rio Paraná, quase 10km de extensão, e cheguei no estado de São Paulo logo parei para abastecer e me informar do horário e a quantos km estava de Andradina. Foi uma surpresa quando me falaram que eram 15:00, eu pensava ser 14:00, e maior ainda foi saber que eu estava próximo a Presidente Prudente e que na realidade eu entrei em São Paulo por Bataguassu BR267 e não por três lagoas. Então a BR esburacada é a BR267, não sei as condições da BR262.

Já estava 01:00 hora atrasado em relação ao que eu queria, e estava distante 120km da rodovia que eu desejava. O jeito foi respirar e seguir para Andradina, subindo por estradas secundarias, nem por isso ruins, contemplando o trabalho incessante do povo paulista. Assim como no Mato Grosso do Sul, em São Paulo, todos os km percorridos são margeados por propriedades rurais com plantações ou gado, talvez nosso solo seja muito bom, pois na Argentina vi poucas propriedades produtivas e na Bolívia menos que na Argentina, mas foi só atravessar a fronteira para voltar a ver produção no campo.

Voltando ao assunto, percorri os 120km e cheguei na rodovia correta, passei por Araçatuba ainda dia, depois segui as placas para Rio Preto e logo a noite caiu e faltavam uns bons 150km até Rio Preto, eu queria mesmo parar, mas pensei: "Você enfrentou estradas a noite em países muito piores que o seu, vai desistir agora? Frango!".

A vontade de chegar a Rio Preto era maior, então resolvi continuar, e fui seguindo hora um caminhão, hora um carro, devido à visibilidade baixa da viseira fumê e o chuvisco que vinha acompanhando a noite. Eu recomendo a todos aqueles capacetes escamoteáveis e com viseira escura e clara, é um dos próximos itens que quero comprar.

Cheguei a Rio Preto, após 860km contra os 500km que imaginei, por volta das 20:00h e ainda com a bota cheia de água da chuva da manhã, é triste gastar fortunas em roupas de cordura que dizem impermeáveis e terminar todo molhado, particularmente eu já desisti, várias e várias pessoas já reclamaram, trocaram de marca, e a água segue vencendo, o negócio é usar a boa e barata capa de chuva, pena que a minha perdi em Salta-ARG, a cordura é só para proteger na queda.

03-10-2010

Saí de Rio Preto por volta das 10:00, eu tinha que andar com certeza, absoluta, 460km até a casa dos meus pais na capital, e sabia que andaria por estradas retas, duplicadas, boas e caras! É, o problema da malha rodoviária de São Paulo é o preço do KM, muitos pedágios, mas felizmente nas concessões antigas motos não pagam pedágio, então andei os 460km sem por a mão no bolso para pagar pedágio, excelente sensação de barganha que tive, poderia ter pago 70 reais, se de carro eu estivesse! O trecho é sem novidades, felizmente muitas fazendas, muitas indústrias, muitas cidades com ruas asfaltadas, escolas e hospitais, "ME GUSTA" cada vez mais esse estado, tem seus problemas é verdade, mas mesmo assim fico muito contente de viver aqui e não em Puno no Peru.

Chego em casa e encontro a mamis, que postou aqui no fórum do XT600, meu paí e minha irmã, finalmente acabou o projeto TATW, finalmente eles tiveram paz por ter o filho de volta em casa.

Conclusão

Sinto grande sentimento se superação e muita felicidade por ter finalizado com sucesso este projeto. Foram várias as etapas pelas quais tive que passar para cair na estrada e depois para voltar para casa, daí o motivo de eu chamar a viagem também de projeto, e há outro motivo, numa viagem eu entendo que eu desfrutaria mais o prazer, diversão, felicidade e neste projeto o medo, angústia e preocupação estiveram comigo por mais de 60% dos KM rodados. Claro que houveram momentos de prazer, diversão e felicidade mas hoje, dia 05/10/2010 as lembranças dos momentos difíceis são maiores que as lembranças de prazer, diversão e felicidade, porém isso tende a passar e só me lembrarei das boas coisas.

Acredito que uma vez sozinho para mim bastou, conheci parcialmente as minhas fraquezas e forças, entendi o que eu desejo ou não. Os riscos deste projeto foram altos e agora quero curtir outras coisas que entendo por mais "seguras", coloco entre aspas porque não há nada seguro, quando chega a hora, chega a hora, mas eu quero desfrutar da paz de pensamento, farei passeios de moto nos fim de semana com os amigos e ficarei muito contente!

De qualquer forma, recomendo a todos que tenham vontade de fazer longas viagens de moto, que faça, foi uma experiência única e sou muito grato por ter tido a oportunidade de realizar.

Agradeço a vocês que viajaram e postaram seus relatos nos fóruns, foram vocês que me incentivaram a realizar a minha viagem, então retribuo a vocês e colaboro com os demais colegas, postando os relatos da melhor forma que pude, com o máximo de detalhes que o tempo me permitiu.

Abs a todos!


Responder


Mensagens neste Tópico

Pular para Fórum:


Usuários visualizando este tópico: 7 Visitante(s)