21-09-2010, 11:23 AM
Pessoal, quando eu voltar eu responderei a todas as perguntas.
19-09-2010
Já que será feriado segunda aqui no Chile, e o pessoal do forum disse que o óleo aguenta, resolvi ir para o Peru e arrumar a moto na segunda em Monquegua.
Saí cedo e caí na estrada em direçao a Arica na fronteira com o Peru, a estrada é muito sinuosa, sempre subindo e descendo motanhas com o penhasco do lado, as cruzes na estrada mostram que diversos já tiveram o infortunio de cair neles. A tolerancia de erro nessa estrada é menos que 5m, nao existe acostamento e muitas vezes tambemnao a guard-rail. A paisagem é sempre a mesma, deserto. Poucos antes de chegar a Arica aparecem alguma coisa verde, indicando que existe agua no local, em um determinado trecho no meio do deserto apareceu um monte de arvores, e ficou assim durante uns bom quilometros, eram arvores meio arbustivas, mas já era alguma coisa.
Quando cheguei em arica, comi alguma coisa e segui para a fronteira com o Peru, para sai do Chile é necessário um papel Relacion de Pasajeros, mesmo quando está sozinho, já havia lido isso aqui no forum e acabei nao me atentando para o fato. Cheguei na guiche na fronteira e me pediram essa porcaria e eu nao tinha, o policial disse que eu teria que voltar a Arica, 20km, para comprar o tal papel. Perguntei a todos que estavam na fila se alguem tinha para vender e um taxista me deu uma guia.
Preenchi e passei para o lado do Peru, logo depois chegaram dois argentinos, BMW GS 1200 e BMW F 650 (monocilindrica). Ficamos um bom tempo nos tramites da fronteira do Peru, 2h +-, e resolvemos seguir juntos para Monqueguá, perguntei a eles se estavam andando devagar e disseram que sim, entao ia dar a sahara acompanhar.
Quando entrei no Peru percebi que estava definitivamente no Terceiro Mundo, uma pobreza muito grande no país, carros velhos, caminhoes velhos, onibus velhos carregados de gente e pertences, e povoados sem infra-estrutura. Em pleno ano de 2010 havia uma placa do governo comemorando a elitrificaçao de uma cidade.
Os postos de combustivel sao precarios também, aqui eles vendem tres tipos de gasolina 84 octanes, 90 octanes e raramente 95 octanes, nas cidades maiores é possível encontrar 90 e 95, nas menores só 84.Até agora só coloquei 90 e 95, o consumo parece bom.
Chegamos em monquegua no comecinho da noite, e ficamos num bom hotel, e depois saímos para comer algo tipicamente Peruano, que me pareceu igual a um Yakssoba sem macarrao.
O óleo da moto nao baixou e a suspensao dianteira continua vazando, mas funcionando. Amanha os argentinos vao para Cuzco, pelo trecho reduzido que botei aqui no forum, me disseram que tem um trecho de rípio, terra, cascalho. Eu tenho a opçcao de seguir com eles ou de ficar aqui e arrumar a moto.
Veremos.
20-09-2010
Resolvi seguir com eles, principalmente por causa do trecho de rípio. Saímos perto das 8:30 do hotel, andamos cerca de 70km por estrada boa, porém travada por curvas e mais curvas, logo após os 70km apareceu uma placa para PUNO, ali começava o trecho de terra. Logo nos primeiros paramos para soltar o para-barro da 650 q estava vibrando e batendo em tudo. Seguimos, 1200 a frente, eu , e 650 atrás, após uns 500m vejo um poerao e o Mathias da 1200 se levantando e sacudindo a poeria, ele caiu para o lado de dentro da curva, se fosse para o lado de fora, ele ou a moto poderiam ter rolado montanha abaixo. Assim seguimos com mais cautela, passamos por várias bifurcacoes da estrada sem sinalizacao, comum a falta dela nesses lados. O GPS da 1200 foi muito útil e nos indicou o caminho a ser seguido, logo a decisao de acompanhar os argentinos hoje, se mostrou correta. Durante o percurso de aprox. 5km muita terra e cascalho solto, que dificultava e muito a pilotagem, também tivemos que atravessar um pequeno corrego, o que foi muito divertido. Chegamos no final do trecho e voltamos ao asfalto. Muitas curvas com a areia na pista, por vezes encobrindo tudo, obrigando-nos a reduzir para diminuir os riscos.
Estavamos em Puno as 14:00, comemos e continuamos para Cuzco, o trecho era curto 350km, deviamos chegar proximo da 19:00, engano, chegamos as 21:00, depois de muitas horas conduzindo no escuro, o bom é que a estrada está boa e bem sinalizada, de Puno a Cuzco, parte é no planalto e parte em serra, o final é serra, muitos cachorros solto e vários deles atropelados pelo caminho.
Nos ultimos 150km minha suspensao dianteira desistiu, a bengala esquerda deve estar seca, lombadas dentro da cidade a 40km faz a traseira jogar para a direita. Avisei aos hermanos que estava com problema e q precisamos reduzir um pouco. Tocamos mais devagar até Cuzco, que nao chegava nunca, mas felizmente chegamos aqui.
A Matilde foi guerreira, cumpriu sua missao do dia, amanha vou procurar um lugar para arruma-la, aqui já vi Strada, NX200 e Broz, devo achar o Reten, nome do retentor em espanhol.
21-09-2010
Agora sao 9 da manha aqui em cuzco, como chegamos tarde, resolvi ficar no hotel que nos foi indicado por outro grupo de viajantes na fronteira do peru. A diaria aqui é de 45 doletas, se fosse só por 3 dias estava bom, porém, a populacao está fazendo um PARO, tipo de passeata, e a cidade e estradas estarao fechadas, no minimo pelo dia de hoje, podendo se extender até amanha. Nao se vai e nao se chega de Machu Picchu, logo estou preso aqui em Cuzco, sem uma loja aberta. Eu ia arrumar a moto hoje, mas vou ter que adiar. Ficarei mais dias aqui em cuzco para poder arrumar a moto e fazer os passeios.
Assim voltarei pela Bolívia ao Brasil, o trajeto será:
Cuzco - PUNO - 400km
PUNO - COCHABAMBA - 608km
COCHABAMBA - Santa Cruz de La Sierra - 472km
Santa Cruz de La Sierra - Corumba -628km
Corumba - Andradina - 798km ( aqui pode ser que eu pare antes )
Andradina - Rio Preto - 239km
Rio Preto - Barueri - 495km
Sabém das condiçoes das estradas da bolivia e mato grosso do sul?