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Aventura Nelson: Pouso Alegre ao Amazonas
#82
Durante todo trajeto dos 8.000 km rodados, em nenhum momento arrependi-me de estar fazendo essa viagem.
Mas....logo após abastecermos no Sol Nascente e andarmos uns 3 km, pegamos a única chuva de toda viagem e aí o bicho pegou feio. Conforme disse anteriormente, na região do Pará a estrada torna-se um imenso tobogã. A terra vermelha deslizava muito, e nas baixadas tínhamos que descer muito devagar, segurando nos freios e apoiando o pé esquerdo no chão, fazendo um ski. Durante uma subida, íngreme, a minha moto foi perdendo velocidade e o Aquino me ultrapassou e foi embora. O Carlinhos ficou esperando eu completar a subida, para que ele seguisse meu rastro. Mal consegui chegar no topo do morro e a moto não andou mais. Na hora me veio muitos pensamentos, achando que o motor tinha dado pau. Mal consegui colocá-la no descanso e coincidentemente, parou uma BIZ e o Carlinhos chegou também. Quando olhei a roda traseira, vi que o barro tinha tomado todo o espaço entre o pneu e a balança. Para tirar todo o barro, tive que ir trabalhando com um galho, mas a posição ajoelhado na terra e ainda com chuva era muito desconfortável (Falta-me aquela disposição chamada: Juventude). Fiquei muito cansado, neste pequeno trecho.
Logo em seguida chegamos no outro lugarejo de apoio a garimpeiros, chamado também de 180, mas este no Pará.

180 - Pará
[Imagem: DSC02313.jpg]

Aeródromo do 180- rsrsrsrs
[Imagem: DSC02311.jpg]
[Imagem: DSC02316.jpg]
[Imagem: DSC02318.jpg]

Pista para os aviões. Ambos os lados.
[Imagem: DSC02314.jpg]
[Imagem: DSC02317.jpg]

Encontramos o Aquino no barzinho e neste momento decidi que naquele dia, a viagem tinha encerrado para mim, porque já eram 16:30 km e o próximo trecho seria 100 km dentro da área de reserva da Floresta Nacional. Todas as pessoas que conheciam a Transamazônia, isso desde Humaitá, sempre nos diziam para tomar muito cuidado neste trecho devido a inexistência de apoio - como se no resto houvesse – e muitos animais no período noturno. Se houvesse algum contratempo e fosse necessário pernoitar nesse trecho deveríamos subir em árvores devido à grande incidência de cobras e onças. Um senhor que estava fazendo um trabalho no hotel em Jacareacanga, relatou que na tarde anterior, tinha avistado duas onças macho disputando uma fêmea e somente perceberam sua chegada quando ele estava muito perto.
Resolvemos terminar o dia ali no hotelzinho/restaurante de madeira, tomando cerveja. Em muitos locais da região só tem a cerveja Cristal e apesar dos butecos utilizarem geradores, ela vinha sempre muito bem gelada, só com o precinho que não era lá muito barato - R$5,00 cada.
Após tomarmos banho com água fria – outra constante nesta viagem- ficamos conversando na frente do hotelzinho, presenciando o início da noite.

Cair da noite [Imagem: DSC02312.jpg]

Logo apareceu um garimpeiro carregando um tatu já morto e convidou-nos para comer junto com eles; o que aceitamos.

Quem pensa que nos locais ermos não existem pessoas apaixonadas, está totalmente enganado.
Vejam as declarações de amor e saudade, escritas na parede de tábua no nosso quarto de hotel
“Edna paixão i mutia”
[Imagem: DSC02319.jpg]
Essa outra declaração, vocês tentem decifrar.
[Imagem: DSC02320.jpg]

Na manhã seguinte, enquanto carregávamos as motos, tirei fotos com um equipamento utilizado pelos índios e garimpeiros para levarem materiais do ponto de descarga dos aviões, ao “fuxico” (garimpo).

Jamanxim – O piloto me disse que os carregadores dos garimpeiros, colocam um tambor plástico com 60 litros de diesel e levam por vários km, em trilhas dentro da floresta. Apóiam na testa e amarram na barriga – lógico que a barriga menor que a minha, né!
[Imagem: DSC02321.jpg]
[Imagem: DSC02322.jpg]

Minha tristeza ao descobrir que a moto não queria pegar. Desmontei toda a bagagem e a carenagem, para descobrir que a bateria estava quase seca. Quando fiz a revisão para a viagem, na semana anterior, tinha visto que a água estava no nível. Coloquei água comum mesmo e voltou funcionar, até agora.
[Imagem: DSC02323.jpg].
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