Estrada Real de ponta a ponta por Seny

[Seny]

Chegamos em Santa Rita Durão por volta de 11 Horas. Havíamos combinado de parar para almoçar as 13:00hs. Tínhamos ainda alguns kilômetros de poeira para rodar e resolvemos fazer uma pequena parada para descanso.


O lugar é de uma simplicidade sem fim. Mas com seu charme tipicamente interiorano, incluindo aí o clima, a simpatia das pessoas e praticidade em tudo...

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Após sair de Santa R. Durão, atravessamos um trecho que outrora era o caminho dos escravos e hoje somente bicicletas e motos transitam, com uma vegetação típica de serrado, com um solo com características minerais, de cor preta, ora pedra, ora cascalho. O Fávero vinha se preocupando com as onças pelo caminho há tempos e talvez por isso a sensibilidade dele para fatores estranhos estivesse tão aguçada. Passando neste mesmo caminho, ao passar sobre uma placa solta no chão, esta veio a causar um barulho muito grande, fazendo o coitado do Fávero quase cair da moto tamanho foi o susto (palavras dele)...

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Conforme planejado, rodamos mais 19km de terra e chegamos em Catas Altas, onde rumamos para um restaurante que haviam nos indicado. Esse foi o melhor almoço em toda a viagem. Um lugar agradável, servido pela proprietária com decoração típica e as fantásticas cordilheiras que fazem o lugar ser um “point” místico ao fundo.

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Após o almoço, saimos de Catas Altas e seguimos sentido Santa Bárbara. Preferimos seguir pelo asfalto neste trecho, uma vez que o simples fato de localizar a Estrada Real demandaria um tempo enorme e planejávamos viajar neste dia até Conceição do Mato Dentro....planejávamos....

[Seny]

Saindo de Santa Bárbara, localizamos rapidamente os marcos da ER tranquilamente os seguimos, imaginando chegar em Cocais rapidamente. Qual foi nossa surpresa ao perceber que estávamos diante da entrada do Parque Nacional do Caraça.

Questionei muito o segurança do parque porque a Estrada Real passava por ali, já que ele disse que por dentro do parque não havia outra saída, ou seja, que aquilo ali era apenas “um braço”.
Confesso que ao mesmo tempo que fiquei feliz em conhecer este lugar que há muito já ouvia falar, fiquei triste em saber que “manipularam” a ER, induzindo quem a percorre até o Parque. De fato o lugar vale a pena ser visitado e traz muitas histórias no lugar que fora construído para ser a residência provisória dos Imperadores do passado e que hoje é apenas um Hotel Fazenda, com diversas áreas de reserva ambiental, cachoeiras e uma fauna muito rica. Enfim, não acreditando no que o segurança disse quanto a não ter saída, insisti em seguir por dentro do parque e procurar a outra ponta da Estrada. Em vão...




O Marco da ER dentro do Hotel
















Mais informações sobre o parque (vale a pena)
<!-- m --><a class="postlink" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Parque_Natural_do_Cara%C3%A7a">http://pt.wikipedia.org/wiki/Parque_Nat ... ara%C3%A7a</a><!-- m -->

[Seny]

Depois da visita e finalmente convencido de que ali era apenas um braço da ER, retornamos os 10km que percorremos por dentro do parque e pegamos o asfalto no sentido de Cocais, nossa próxima cidade. Devido ao horário, decidimos apenas passar pelas próximas cidades, sem perder tempo e chegar ainda em Conceição do Mato Dentro, passando antes por Bom Jesus do Amparo, IPoema, Itambé e Morro do Pilar



Chegamos na segunda cidade (Ipoema) por volta de 5 horas da tarde resolvemos continuar a viagem aproveitando o dia, mas nestes trechos, o caminho de terra era extremamente ruim, impedindo de desenvolver velocidade suficiente pra chegar ao nosso destino ainda com a luz do dia.
Fotos de IPOEMA



Casa do Tropeiro

[Seny]

Chegamos em Senhora do Carmo já no início da noite. O Fávero não quis de maneira alguma continuar viajando pela estrada de terra á noite. E com razão. Resolvemos procurar um aconchegante e aquecido hotel para descansar deste cansativo dia. Já sonhava com uma cama bem macia, um chuveiro quente. Não tinha hotel na cidade! Tinha apenas uma pensão e pra piorar, não havia vagas. Conseguimos no máximo um espaço para armar as barracas no jardim da casa e a utilização do banheiro.

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Armamos a barraca, tomamos um banho e saímos para procurar algum lugar para jantar. Encontramos. Simples mas saboroso.


A noite estava chegando. O frio também. Finalmente iria estrear minha barraca.
A Maldita não tinha sobre teto. O Sereno infiltrava-se e pingava dentro. Senti muito frio. Muito frio mesmo. Quando os ossos começaram a doer, decidi me levantar e caminhar, me exercitar ou fazer qualquer coisa que pudesse me aquecer. Tudo que mais queria era ver o dia amanhecendo e o sol aparecer. Foi a pior noite da minha vida.




O Dia amanheceu, tomamos café, pagamos 10,00 pelo serviço de camping e café da manhã e seguimos adiante na estrada de poeira....

[Seny]

Nossa próxima cidade seria Itambé do M. Dentro e em seguida Morro do Pilar, antes de chegar em Conceição do Mato Dentro. Neste dia já estávamos determinados a chegar em Diamantina. O Caminho se mostrou um dos trechos mais bonitos da Estrada Real, cruzando toda a Serra do Cipó com suas magníficas cachoeiras e formações montanhosas por todo o trecho.

[Seny]

Na saída da cidade de Morro do Pilar, a placa da minha moto que já estava trincada, começou a dar sinais de que iria se soltar e por isso fomos obrigados a “arrebitá-la” para evitar o pior.
Este trecho até Conceição Mato Dentro era um estradão de terra sem fim, com muita poeira e buracos mas com uma paisagem ímpar.