Estrada Real de ponta a ponta por Seny

[Seny]

Seguimos por um longo caminho em estrada de chão, com destino a um lugar conhecido como “Fazenda Traituba”. Neste trecho nos deparamos com diversos Marcos da ER colocados sempre nas bifurcações ou a cada 5km em média. Também avistamos casarões antigos, capelas construídas às margens da estrada que outrora servia para a prática religiosa dos viajantes desta estrada ou ainda, quem sabe, em homenagem a algum acontecimento nestes locais.

Foi neste trecho também que percebi o quanto o Fávero ficava assustado com o gado que comumente encontrávamos pelo caminho. Num determinado momento, ao pararmos para uma rápida filmagem, saí na frente, passando por uma bifurcação e ao percorrer 500mts aproximadamente, percebi que o Fávero havia ficado para trás. Voltei a sua procura e me assustei ao vê-lo vindo de um caminho diferente, me contando que havia entrado na estrada errada e que saiu em um curral que aparentemente era protegido por um boi bravo que ficou lhe encarando com cara de poucos amigos, obrigando a virar a moto rapidamente e sair em disparada....

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=AxeD2fQaCqA[/youtube]













[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=fruxdxupybk[/youtube]

[Seny]

Neste momento, sol já brilhava forte. A sede estava apertando sem que tivéssemos água ao alcance. Foi neste momento que me lembrei que deveríamos ter trazido algum recipiente que pudesse conservar água em temperatura adequada para o consumo. Ao passar por um rio, fiquei tentado em beber aquela água. Só não o fiz porquê o Fávero me advertiu dos riscos de contaminação. Ainda assim coloquei-a na boca e joguei fora. O local também oferecia o cenário para belas fotos, além da vontade de me livrar da roupa e mergulhar no poço que se formava no meio do cerrado mineiro. Já nos aproximávamos da Fazenda Traituba e Capela do Saco, nossos próximos destinos.

[Seny]

Passamos despercebidamente por Traituba, o que imaginávamos tratar de uma vila ou alguma pequena cidade, na verdade, é apenas uma antiga e grande fazenda, construída no ano de 1826 para hospedar o Imperador D. Pedro I nas suas passagens pelo Sul de Minas.
Também foi nessa fazenda que surgiu no Brasil a raça de cavalos Mangalarga Marchador, fruto do cruzamento de raças trazidas pela coroa portuguesa com raças típicas da região.
Infelizmente não fotografamos o local. Adiante descobrimos que ali funcionou um restaurante e hoje é utilizado como hotel. Não há qualquer placa indicativa, de modo que o viajante que não levar esta informação em sua bagagem passará imaginando tratar-se tão somente de uma fazenda histórica.
As fotos desta fazenda foram colhidas na internet para ilustrar a narrativa e servir de orientação a quem, algum dia, vier a passar pelo local:


Imagens retiradas da Internet

[Seny]

Chegamos em Carrancas no horário do almoço. Encontramos um excelente local instalado junto a um pequeno posto de gasolina e uma vista exuberante de toda região que circunda a cidade. Coincidentemente, quase juntos, chegaram 3 veículos que percorriam a Estrada Real, porém, saindo de Ouro Preto e seguindo até Paraty.
O almoço nos foi servido em uma varanda externa, em grande quantidade e qualidade digna de representar a culinária mineira em qualquer situação. Após o almoço, tivemos que dispor de um grande tempo para a devida digestão, uma vez que não economizamos nas garfadas, seduzidos pela beleza do prato. Na mesma varanda havia um bem cuidado gramado que serviu de repouso para uma “quase” cochilada. Neste momento o Fávero se encarregava de fazer um vídeo do lugar.

Aproveitei a oportunidade e após o devido cochilo também fiz um breve vídeo do lugar, quando flagrei o Fávero reclamando da instalação errada do retrovisor que o “aprendiz” da cidade de Cruzeiro havia realizado.




[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=AkVcTB1uVSc[/youtube]

[Seny]

Reiniciamos nossa viagem já sabendo que enfrentaríamos um longo trecho de poeira e estradas ruins. De fato todas estas adversidades se comprovaram, mas também atravessamos por caminhos de beleza imensurável. Verdadeiros areais em meio ao cerrado. Uma areia branca como leite que dava o contraste perfeito com a vegetação à volta. Ao mesmo tempo em que bela também perigosa para transitar com moto. Vários trechos eram realizados em primeira marcha e apoiando os pés no chão. Eu particularmente ainda guardava um pouco do trauma da queda do dia anterior e parecia ainda mais aterrorizado que o Fávero.







Em um certo momento, parei para respirar um pouco, pois a tensão impedia que o ar entrasse. Neste momento realizei um pequeno vídeo. O Fávero que seguia a frente parou sua moto e retornou a pé crendo que eu tivesse caído. Felizmente não mais:

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=SjjOVP2WxdU[/youtube]

[Seny]

Infelizmente o que eu temia acontecer novamente acabou atingindo o Fávero. Numa reta, estrada sem buracos mas com muita poeira veio a cair. Estávamos guiando as motos seguindo a marca dos pneus dos carros, o qual formava apenas um pequeno trilho em meio aos montes de poeira. O Fávero aparentemente errou este trilho e atingiu a parte alta da poeira, fazendo com que a roda dianteira se precipitasse seguidamente até que veio ao chão. Felizmente nada ocorreu com ele ou com a moto. Apenas um susto.



[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=tyh-99nnb3c[/youtube]

[Seny]

A poucos kilômetros deste local chegaríamos a Capela do Saco, um lugarejo com pouquíssimas casas e uma balsa que atravessa o Rio Grande até Caquende. Ao chegarmos estávamos morrendo de sede e não encontramos nenhum comércio aberto.
Felizmente vimos uma senhora em uma escola e pedimos água.

Neste momento, eu estava adorando nossa viagem. Já não era o único a ter adquirido terreno e essa sensação me confortava um pouco. Não caí por incompetência minha. Realmente os diversos trechos irregulares penalizavam qualquer desatenção do condutor com um tombo.
Capela do Saco me pareceu um lugar mágico. Um dos lugares que desejo visitar novamente e explorar melhor a beleza do lugar.






[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=mrcomn1myGw[/youtube]

[Edson de campos]

PARABENS AMIGO SENY, EXELENTE RELATO, E AS FOTOS E VIDEOS NEM SE FALA, ESTAMOS AGUARDANDO MAIS FOTOS E RELATOS.



SAÚDE E PAZ

[Seny]

Valeu Edson. Segue mais um pouco:

Desembarcamos em Caquende, um lugar muito pequeno também e seguimos sentido São Sebastião da Vitória, cidade que antecede São João Del Rey, onde estávamos decididos a passar a noite.
Logo após transpor o pequeno lugarejo fui surpreendido por um mata-burros, burramente instalado na posição vertical. Já havia passado por vários outros iguais, mas sempre na diagonal e em alta velocidade. Este, felizmente estava em baixa velocidade, permitindo que, ao ver a roda cair entre os ferros conseguisse apoiar os 2 pés e permanecer sobre a moto. Felizmente não causou nenhum dano.
Iniciamos a subida de uma serra que nos privilegiou com uma bela vista, merecedora de várias fotos












Após atravessar a cidade de São Sebastião da Vitória, seguimos pela Estrada Real até São João Del Rey.
No início deste trajeto acabamos seguindo por um caminho errado por uns 5km. Eu estava na frente e logo que percebi que o Fávero não me acompanhava, retornei. Encontrei-o parado ao lado da moto, analisando-a. Me contou que havia tentado passar vagarosamente por outro mata-burros e ao tentar apoiar o pé, não conseguiu e acabou caindo dentro do buraco, no lado oposto ao da moto. Felizmente nada de grave lhe aconteceu ou a moto.
Retornamos da caminho errado e seguimos pela Estrada correta. Um caminho com um peculiaridade: a Estrada Real passa exatamente dentro de uma fazenda, mais precisamente dentro do curral desta. Transpomos um pequeno riacho que por sorte estava com o nível da água baixo. Penso na dificuldade em épocas de chuva, certamente o viajante teria que pegar algum desvio.

[Seny]

No trecho que compreendeu S. S. Vitória a S. J. Del Rey fiz este pequeno vídeo da estrada que percorríamos. Em alguns momentos tive que soltar a câmera para segurar a moto

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=2llMYUjo96I[/youtube]