14-01-2009, 10:46 PM
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Tour Brasil II - Ênfase para o estado de Minas Gerais.
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14-01-2009, 10:46 PM
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14-01-2009, 11:00 PM
betao Escreveu:Epaaaa... o Betão... foi só uma constatação de fato... narebaaaaaaa!!!Marião Escreveu:Umbigo de Minas?? Sei não... só conheço o nariz de Minas... o do BETÃO!!seu ............. ![]() ![]() ![]() ![]() ![]()
15-01-2009, 04:27 PM
A página virou...
Estou esperando!!!! :twisted: :twisted: :twisted: Abração
15-01-2009, 06:59 PM
Esse povo viu, calma, deixem-me escrever...
![]() 19 de Dezembro de 2008 - Terceiro dia - Parte 1 Estatísticas do dia: Cidade de Partida: Carmópolis de Minas (MG) Cidade de chegada: Rio de Janeiro, Campo Grande (RJ) Cidades visitadas: Carmópolis de minas, Santo Antônio do Amparo, Bom Sucesso, Nazareno, Ibituruna, São João Del Rey, Tiradentes, Barbacena e Rio de Janeiro. Quilometragem rodada: 834 km Quilometragem acumulada: 1.956 km ![]() Acordei às seis horas da manhã, desci, preparei a moto, voltei para o café da manhã, paguei a conta, tirei uma foto da pousadinha e fui embora. Os principais objetivos deste dia eram conhecer São João Del Rey e Tiradentes, e mais o que aparecesse pelo caminho, claro. A região mais se parece um cacho de uvas de cidadezinhas e vilarejos antigos, cada qual com a sua graça em particular. De vez em quando uns sem graça alguma... Deixei Carmópolis de Minas pra trás e desci pela Fernão Dias até Santo Antônio do Amparo. Cehando lá, fotografei, abasteci e tirei informações sobre o melhor caminho para chegar a São João Del Rei, já que tinham quatro caminhos em potencial. Um eu já tinha deixado pra trás, via São Tiago e Ritápolis. Mas eu ainda poderia passar por Bom Sucesso ou descer até lavras. Mas me disseram que tinha uma igreja de quase 200 anos abandonada em Ibituruna e que pra frente tinha uma cidadezinha de nome Nazareno. Pronto, estava escolhida a rota pra São João Del Rei. ![]() Casas típicas do local, mais de longe... ![]() Mais de perto para destacar a beleza da construção e a minha moto, claro.... ![]() Com uma graça no clique feito me valendo de todo o charme da casinha e da roseira florida... A história de Santo antônio do Amparo é muito rica. Conta-se que um homem de origem portuguesa, chamado Manoel Ferreira Carneiro, popularmente chamado "Jangada", ao passar pelas terras e ver que eram de grande beleza e com capacidades produtivas negociou com o então dono das terras uma troca. E o mais curioso dessa história foi que o objeto de troca fora um capote, pois o então dono sofria muito com o frio. Ali nas terras adquiridas "Jangada" instalou uma fazenda com numerosos escravos. Ao passar dos anos um escravo desapareceu. Assim, seu filho José fez uma promessa a Santo Antônio, tão popular entre os portugueses, que se ele trouxesse de volta o escravo uma capela em sua honra seria construída no lugar mais alto das terras. Assim então, aconteceu e o escravo apareceu contando que Santo Antônio o havia guiado. A capela fora construída no ponto mais alto, conforme a promessa feita, e em torno dela foi crescendo o povoado que mais tarde se tornou município. A capela eu a vi com meus próprios olhos e a fotografei, é essa aqui. ![]() Igreja Matriz de Santo Antônio do Amparo. Agradeci os novos amigos, desejei um Feliz Natal, voltei um trechinho na Fernão Dias e peguei a direita sentido Bom Sucesso. A estradinha é muito divertida, asfalto bom, belas paisagens e um trecho mais pra frente que faz parte da Estrada Real. Até placa para Carrancas eu vi. ![]() Cruzei com inúmeras placas dessas durante os meus dias perambulando por Minas, mas essa em especial eu não poderia deixar de fotografar. Bom Sucesso é antigo, pequeno e pacato. A cidade de Bom Sucesso só existe porque uma mulher resolveu dar a luz ao seu filho naquela região. Conta a história que, por volta de 1736, o governador da Província de São Paulo, D. Antônio Luis de Távora,liderou, a pedido da Coroa, uma expedição à região de Goiás, a fim de estabelecer a ordem entre os mineradores. Após vários dias de jornada, já na região de Minas Gerais, os viajantes resolveram acampar às margens de um rio, denominado por eles de Pirapetinga. Neste acampamento, a esposa de D. Antônio teve um filho e, para comemorar o seu nascimento, D. Antônio manda erguer uma ermida a Nossa Senhora do Bom Sucesso no local mesmo onde hoje se encontra a matriz da cidade. A construção da nova matriz foi iniciada em 1810. Em 1825, a capela foi elevada a paróquia. O povoado passa à categoria de município em 1872. A paróquia em questão é essa ai, eu a vi bem de pertinho... ![]() Cidadezinha de Bom Sucesso, apenas três hotéis, mas é um lugar muito procurado para turismo de descanso. A cidade destaca-se por sua hospitalidade e agradabilidade. Com um clima ameno e muito frio no inverno, atrai em feriados e festas milhares de turistas que, em busca de tranqüilidade e alegria buscam o município. A Semana Santa também é bem tradicional, com o Setenário das Dores, sendo um dos mais bonitos de Minas Gerais. Uma das maiores atrações turísticas do município é o lago formado pela Usina Hidrelétrica do Funil, tornando o Distrito de Macaia um dos locais mais visitados no município. Também se destaca como atração turística na cidade o distrito de Aureliano Mourão situado a 14 km da cidade, onde o turista encontra várias cachoeiras e corredeiras, pontes e estações ferroviárias da antiga linha da Maria Fumaça, e o encontro das águas do Rio Pirapetinga com o Rio das Mortes, com belas praias e águas propicias à pesca esportiva e banho de rio. Em Bom Sucesso, ao descer da moto pra fotografar o paço municipal e a Igreja descobri que tinha perdido um pedaço da moto. ![]() Faltando a sapata de borracha do descanso lateral. Depois de Bom Sucesso a estrada fica ainda melhor, com uma linda formação rochosa a esquerda da rodovia, para quem vai sentido São João Del Rei. ![]() Foto da estrada entre Bom Sucesso e Ibituruna. ![]() Foto da estrada entre Bom Sucesso e Ibituruna. E chegamos a Ibituruna, onde na verdade existem duas cidadezinhas de mesmo nome. A antiga Ibituruna é de casinhas de mais de um século, nas margens de um riozinho. Neste antigo povoado ficam a tal igreja abandonada, a antiga estação de trem, onde estão construindo um terminal turístico. ![]() Antiga estação de trem de Ibituruna, ainda bem conservada. Do lado dela estão construindo um terminal turístico. ![]() Igreja muito antiga e abandonada. Está relativamente próxima da estação acima, espero que a restauração seja feita, pois é certamente um marco importante para o lugar. ![]() Para chegar nessa igrejinha, sobre-se por uma rua estreita, com casinhas muito pobres, construidas apenas do lado direito. Em uma delas estava sentada uma mulher muito velha, tão velha que sua boca funda vendia a impressão de que se tivesse dentes, eles certamente estavam lá na nuca... rs. Primeiro me olhou desconfiada, mas bastou um bom dia para o sorriso banguela se abrir pra mim... rs Povo humilde é assim, se tu não fala nada, eles só olham, se tu faz amizade, são muito acolhedores. ![]() A cidadezinha de Ibituruna é pequenina, pouco mais de 2 mil habitantes, feinha, esquizitinha, esquecida por todos. Quem por ali passa não dá nada por ela. Tem só um posto de gasolina, que duvido muito que se venda realmente gasolina... Mas, quem for procurar o histórico de Ibituruna, vai se surpreender, exatamente como eu me surpreendi, até custei a acreditar. Conhecida como "Berço da Pátria Mineira", foi o primeiro povoado fundado em Minas Gerais, em 1674, pelo bandeirante Fernão Dias Paes Leme. Este, ao transpor o rio Grande, estabelece o arraial, deixando no local um marco (pedra que marcava a sesmaria) até hoje existente e muito visitado pelos turistas (eu não sabia e não o vi...). Segundo Diogo de Vasconcelos, Ibituruna significa "Serra Negra" e, para Martius, "Nuvem Negra". Em 1962, Ibituruna foi emancipada, passando à categoria de município. O evento denominado "Cavalgada dos Bandeirantes " homenageia, todos os anos, no mês de julho, o bandeirante Fernão Dias, com shows, rodeios e outras atrações. Quem diria não... aprenda a nunca substimar a simplicidade de um lugar e de seu povo, aceite isso como um conselho valioso!!! E a alguns km à frente está a outra Ibituruna, cidadezinha bem maior em relação à primeira mas também igualmente antiga. Parei para fotografar o nome da cidade com a minha moto de fundo e um morador local tratou logo de perguntar se iria passar na TV. Eu gentilmente respondi que sim, no Discovery Channel... hehehe. ![]() Não achei nada muito chamativo para fotografar em Ibitutuna, o melhorzinho que arrumei foi o nome da cidadezinha. Se a cidadezinha é desconcertante, a estrada digamos que também é, mas no sentido oposto. ![]() Estrada vicinal entre Ibituruna e Nazareno. ![]() Estrada vicinal entre Ibituruna e Nazareno. Agora foi a vez da cidade de Nazareno pousar para as minhas lentes. Destas três últimas cidadezinhas visitadas, essa me pareceu ser a maiorzinha. Mas, no que se refere aos moradores, parece existir uma fenda geológica entre o mundo atual e aqueles residentes locais. Ao parar na Matriz para fotografar, me afastei da moto e quando retirei de dentro da jaqueta a minha câmera fotográfica umas cinco meninas de uns 12 anos de idade que estavam se espremendo em uma pequena sacadinha quase se mataram. Uma delas gritou ... " Vixi, Ele vai fotografar". Aquilo foi um o toque de recolher e as cinco quase se esquartezam ao tentarem passar todas de uma só vez pela porta, sumindo para dentro da casa. Sorri da situação e depois fiquei ouvindo os sorrisinhos marotos delas me espreitando pelas frestas das janelas de madeira... virei as câmera para o lado da casa e foi uma gritaria só... hehe. Me lembrei de uma video cassetada do faustão onde um bando de porquinhos da índia tentavam passar todos por um buraquinho... e das vacas pantaneiras lá do Mato Grosso, que só de imaginar que vem alguém já botam o rabo nas costas e somem na capoeira... Tive que me esconder dentro da igreja para apenas duas das crianças terem coragem de sair pra fora, não perdi tempo e registrei... pela cara parece que a vida no interior não tem muita animação... ou seria simples prisão de ventre...hehe ![]() Foto de coleguinhas conversando na sacada. Pela reação quando eu cheguei, ali não vão muitos motociclistas... ![]() Nazareno, cidadezinha de porte médio mas sem muto para oferecer. Embora a foto não seja generoza, a praça a esquerda é muito bonita e bem cuidada. Galinha com pintos que só aparecem a noite... Cavaleiro invisível... Vá a Nazareno e ouvirá ainda hoje essas histórias contadas pelos pracinhas que ficam curtindo o seu cigarrinho na praça da Matriz. ![]() Matriz de Nazareno. A origem do município está ligada à atividade colonizadora dos portugueses, em busca de minerais e pedras preciosas na região. Em 1725, o fazendeiro Manoel dos Seixas Pinto doou uma faixa de terra, a fim de que se construísse a capela de Nossa Senhora de Nazaré. Daí teve início a expansão da colônia que, inicialmente, recebeu o nome de Arraial do Ribeiro Fundo, depois Freguesia de Nossa Senhora de Nazaré e, posteriormente, Nazareno. Emancipou-se em dezembro de 1953, desmembrando-se de São João del Rei. Sua tradição histórica guarda lendas antigas e curiosas, como a galinha de pintos que só aparece à noite, ou o Cavaleiro Invisível, do qual só se ouve o barulho dos passos e o relinchar do cavalo. ![]() Preferem assim, nas cores naturais... ![]() Ou assim, com um toque especial que agrada a esse que voz escreve. Na saida de Nazareno tem uma imensa, monstruosa e horrenda voçoroca. Depois as inchentes causam grandes estragos e o homem fica chorando as mágoas, sendo que o principal culpado pelo grande desequilibrio que hoja há na natureza é fruto das atitudes impensadas destes... ![]() A desgraça do homem infelizmente é o próprio homem. De nada adianta 1.000 terem respeito pela natureza se apenas um é capaz de fazê-la sangrar... Finalmente, estou para chegar em São João Del Rei, faltavam apenas alguns quilômetros. A proximidade com Carrancas encheu a minha mente de lembranças muito confortantes do nosso aniversário de dois anos de Moto Grupo comemorado naquela cidade histórica. A moto do Martins disparando a buzina polifônica logo cedinho e todos achando que era a minha me fez rir dentro do capacete por um bom tempo... porque será que sempre eu levo a culpa, ou tentam por a culpa em mim??? injustiça!!! Bateu uma vontade tremenda, quase incontrolável de ir lá no paredão próximo da cidade de Carrancas e ficar relembrando. Jurava que se lá fosse, poderia ouvir o som das 42 saharas presentes no niver de dois anos. ![]() Quando estive em Carrancas, cidadezinha histórica muito próxima de São João Del Rei. ![]() Foto do niver em Carrancas com 42 motos na estrada. ![]() Paredão que visto de longe tem um charme todo especial, antes de Carrancas, MG. ![]() Ficou conhecido como o "S" das Saharas... Bom, se os planos era chegar em São João Del Rei no dia anterior para dormir e já eram 11 horas da manhã do dia seguinte, não poderia ir a Carrancas, engoli o choro e segui viagem. São João Del Rei, aqui estou eu para te conhecer... mas eu queria ter podido passar em Carrancas...sniff. São João del Rei cidade do circuito dos inconfidentes ... São João del Rei foi fundada em fins do século XVII por taubateanos liderados por Tomé Portes del Rei que por isso é considerado seu fundador. Em 1709 a cobiça pelo ouro gera discórdia entre portugueses e paulistas dando causa à Guerra dos Emboabas acontecendo o triste episódio do “Capão da Traição” quando os paulistas foram emboscados e chacinados pelos portugueses.Em 08 de dezembro de 1713 o arraial alcançou foros de vila com o nome deSão João del Rei, homenagem a D. João V e também passa a ser sede da Comarca do Rio das Mortes. Quem chega a São João, pelo menos por onde eu cheguei, fica meio decepcionado. A primeira vista, a cidade é um asco. Mas, basta ter coragem e ir entrando cidade adentro que as coisas vão melhorando. Quando se chega ao centro velho, tudo muda radicalmente, muito radicalmente, é como se voltasse no tempo. Daí quando se descobre o outro lado da cidade, tudo fica em paz... O centro velho é algo simplesmente apaixonante. Não se tem postes de luz, aquele emaranhado de fios que deixam as cidades parecendo uma teia de aranha que fumou um estragado e ainda tem Mal de Alzheimer. Sim, os caras vão trançando fios e mais fios, parece que se esquecem que existe uma lógica para as coisas, pra onde tu olha pra cima tem um fio cruzando a rua, um nojo. Aqui não, olhem bem a foto abaixo e deliciem-se com a limpeza do local, a facilidade para se observar os detalhes das construções, é outro planeta. ![]() Centro velho de São João Del Rei, Minas Gerrais. Os postes com fios elétricos graças a Deus não estão presentes. ![]() O lado esquerdo é de casas, e o lado direito é de lojinhas. Por outro lado, no centro histórico de São João, tudo é exatamente com foi construído ainda no século XVIII. Construções impecáveis, candelabros, ruelas, becos, igrejas, casarões, e uma história e histórico que te faz arrepiar. Não precisa ter vivido a época, não precisa ler sobre, não precisa ter aulas, palestras, ler folhetos informativos, ir a um terminal turístico, basta por os pés naquelas ruelas de pedras centenárias que você respira uma envolvente atmosfera de um lugar especial, de pessoas e tempo muito peculiares. Com um pouco de imaginação, se fecharmos os olhos e esquecermos as fileiras de carros novos e o barulho do trânsito, dá pra ver uma charrete passando e ouvir o tilintar dos cascos dos cavalos marchando pela rua de pedra. ![]() Centro velho de São João Del Rei, Minas Gerrais. Grandes figurões e pessoas importantes da política tem casarões nessa rua. A minha única crítica ao centro histórico de São João Del Rey são exatamente os carros. Eu fiquei um tempão tentando fotografar uma igreja e uma casa histórica e a peste de um caminhão baú estava estacionado na frente. Deveria ser proibido não só caminhões, mas carros em geral no centro velho, deixaria tudo ainda mais realístico. Poderia sim era ter um carros da época, permitir charretes de tração animal, acredito que seria algo ainda mais convidativo ao turismo e que seguramente renderia bons dividendos para a cidade. ![]() Uma das principais ruas do centro antigo. ![]() Essa é a rua principal, chama-se rua Getúlio Vargas. Puta que o Pariu, São João Del Rei, cidade histórica, nada contra o Sr. Getúlio, mas Getúlio Vargas??? Em S. J. Del Rei tem vários monumentos, todos belíssimos exemplares de arquitetura colonial mineira. O paço Municipal, a Casa do Barão de Itambé, os solares do Barão de São João del Rei da Baronesa de Itaverava, dos Lustosas, dos Neves o casario da rua Santo Antônio e muitos outros. O solar de João Antônio da Silva Mourão onde está instalado o museu do SPHAN é um dos mais belos prédios da cidade. Há o pelourinho (lembrança da férrea Justiça colonial) o Chafariz da Legalidade, as pontes da Cadeia e do Rosário o monumento ao Cristo Redentor no alto da Bela Vista donde se descortina a visão geral da cidade e outros. Grandiosos templos religiosos também são uma história a parte: Catedral-Basílica do Pilar ( 1721 ), Rosário ( 1720), Carmo (1733), Mercês e Bonfim (1769) e São Francisco de Assis ( 1774). ![]() Casarão que já foi um hotel. ![]() Ruas secundárias do centro histórico. ![]() Igrejas, rá-rá-rá... uma "enzima" da outra. E uma mais linda que a outra. Me esbaldei, nadei de braçada, toma ai uma meia dúzia de cliques... A Igreja de São Francisco de Assis é um show a parte, com suas enorme e centenárias palmeiras imperiais no seu jardim de frente, é algo que leva um certo tempo para ser apreciado em sua totalidade. ![]() Igreja de São Francisco de Assis, impossível não ficar em um estado de encanto. ![]() Bela e imponente, a Igreja de São Francisco de Assis é a grande referência da arquitetura religiosa colonial de São João del Rei. Em 1749, já existia uma capela dedicada à São Francisco de Assis, mas, em 1772, essa capela encontrava-se em péssimas condições, o que fez com que a Ordem Terceira Fanciscana desse início a um novo templo. A autoria do projeto original é do Aleijadinho , comprovada pelo risco existente no Museu da Inconfidência de Ouro Preto.” (IPHAN). Mas, para executar o risco, foi contratado o mestre Francisco de Lima Cerqueira, que fez várias mudanças no projeto original, como substituição das torres oitavadas, modificações no desenho dos óculos da nave e alteração do arco-cruzeiro. Os trabalhos arquitetônicos foram concluídos em 1804 . A Igreja de N. S. das Mercês fica no alto de um morro, com uma bela de uma escadaria pra deixar qualquer um suado antes de fazer o sinal da cruz e entrar igreja adentro. ![]() Igreja de Nossa Senhora das Mercês. ![]() Essa pequena igreja é um exemplo de refinamento e apuro. A primitiva igreja foi construída por volta de 1751, mas foi reconstruída no século XIX. O desejo de um novo templo deve ter originado do fato de que, em 1806, a Irmandade de Nossa Senhora das Mercês passou a ser arquiconfraria. Em 1853, foi construída uma nova fachada e, em 1877, tiveram início as grandes obras como as da capela-mor e dos cômodos anexos, destinados à sacristia, consistório e corredor lateral. A Ordem Real e Militar de Nossa Senhora das Mercês da Redenção dos Cativos foi fundada por São Pedro Nolasco e São Raimundo Penaforte, na Espanha, com a intenção de libertar os cativos na época em que a Península Ibérica estava dominada em grande parte pelos mouros. No Brasil, o culto se difundiu principalmente entre os pardos. Em Minas Gerais, tornou-se extremamente popular. Em praticamente todas as vilas mineiras existiram irmandades de Nossa Senhora das Mercês. A Igreja N. S. do Rosário fica rodeada de casarões da época onde moraram pessoas ilustres. Está com a pintura um pouco velha, logo logo vai precisar de uma restauração. ![]() As Irmandades de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos foram as primeiras a se instalarem em Minas Gerais. Reflexo do grande número de escravos na região das minas, foram também as mais numerosas. No censo de 1808, Vila Rica do Pilar (Ouro Preto) registrava que 83,6% da sua população era constituída de negros e mulatos, e 16,4% de brancos. Na Vila de São José del Rei, enquanto 30,7% da população era constituída de brancos, 69,3% eram pretos e mulatos. A igreja de Nossa Senhora do Rosário é tida como a mais antiga da cidade. Considerando-se que as irmandades do Rosário foram as primeiras a se instalarem na capitania, realmente sua construção deve datar de 1719. Em 1753, passou por reformas quando teve, então, seu frontispício totalmente alterado. Esse frontispício foi novamente alterado em 1936, quando foi construída a segunda torre. A Igreja N. S. do Carmo fica no final da mesma rua onde está a Igreja N. S. do Rosário. ![]() Igreja de Nossa Senhora do Carmo. ![]() Um dos mais marcantes templos de São João del Rei, é a Igreja da Ordem 3ª do Carmo. As primeiras referências à sua construção são de 1734, quando se deu a benção da capela-mor. Dom Antônio de Guadalupe, bispo do Rio de Janeiro, havia autorizado a construção em dezembro de 1732. A partir daí, tem-se uma sucessão de datas que se estendem até 1879. Isso demonstra que as obras foram lentas e as diversas reformas, executadas ao longo dos dois séculos. Entre essas duas igrejas, no meio da rua de pedras, tem outra igreja, a Catedral Basílica N. S. do Pilar. ![]() Rica e esplendorosa, a catedral basílica de Nossa Senhora do Pilar é um dos orgulhos da arquitetura religiosa mineira e tem a sua história ligada início do povoamento local. Sob a responsabilidade da Irmandade do Santíssimo Sacramento, começou a construção de uma nova igreja em substituição da capela que teria sido incendiada durante os conflitos da Guerra dos Emboabas em 1709. A licença para esta nova construção é datada de 12 de setembro de 1721. Em 1732 quando as obras já estavam bem adiantadas chegaram de Portugal: ouro em folha, gessos, óleos, tintas e outros materiais destinados à capela-mor. Vieram também dois admiráveis painéis, 'A Santa Ceia' e 'Jesus na Casa do Fariseu'. Para complementar a obra ainda era necessária a forração da igreja, além da colocação de lâmpadas, torre e sinos. “No ano de 1750, a edificação já se encontrava praticamente concluída e ornada como se infere da descrição feita por José Álvares de Oliveira, em sua História do Distrito do Rio das Velhas escrita no mesmo ano. “ (IPHAN) Existe pouquíssima documentação sobre sua construção e os artistas que nela trabalharam. Dos poucos nomes registrados dois se destacam: Francisco Lima Cerqueira, grande construtor português que atuou em São João del Rei e Manuel Vitor de Jesus. Com todas as pompas, próprias da encenação barroca da morte, foram aqui celebradas “as barroquíssimas exéquias” de D. João V em dezembro de 1750, o soberano português havia falecido em 31 de julho. Aqui também se celebrou um Te-Deum em regozijo pelo malogro da Inconfidência Mineira. ![]() Esse aqui é o Teatro Municipal de São João Del Rei. ![]() E tem mais essa igreja perdida por lá, e mais outra, e outra... São João del Rei participou sempre das decisões mineiras e nacionais. Em 1833 na Sedição Militar de Ouro Preto: em 1842 na Revolução Liberal, e sendo sede do 11°BI - Batalhão Tiradentes, participou das revoluções de 1930 e 1964. Combateu na Itália triunfando em Montese e Castelnuovo. Aqui nasceram os grandes heróis nacionais: - Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes Proto Mártir da Independência e Patrono Cívico da Nação Brasileira; - Bárbara Heliodora Guilhermina da Silveira, a heroína da Inconfidência. - Ex. Presidente Dr. Tancredo de Almeida Neves, instaurou a nova república e conduziu o Brasil novamente à Democracia. Se eu não me engano, o casarão azul a direita da Igreja do Rosário é do Aécio Neves... ![]() Aqui funciona um centro de saúde. ![]() Aqui um prédio público. Agora eu posso terminar aquele assunto iniciado lá atrás, quando eu disse que Deus escreve certo por linhas tortas quando não me permitiu dormir em São João Del Rei. Oras bolas, belotas e bolotas, eu estava viajando sozinho. Imagina que tédio seria perambular por aquele lugar sozinho a noite? O romantismo do século XVIII é algo para ser saboreado muito bem acompanhado, um caminhar de mãos dadas, sem pressa, pelas ruas de pedra iluminadas por candelabros e candieiros, sem se preocupar com as horas ou se vamos virar a próxima esquina para a direita ou para a esquerda. A vida deve ser aproveitada da maneira certa... Assim, caminhei por esses lugares durante o dia, cheio de gente e portanto não me senti sozinho nem frustado. Ficou ainda melhor, pois agora sei me locomover pelo centro histórico e poderei voltar no futuro, quando estiver novamente namorando ou quem sabe já casadinho.... ai zizuis... mas um fato é certo, São João Del REi e Tiradentes é local que merece um final de semana prolongado, uma boa companhia e um bom vinho para aquecer as noites, tudo como se estivesse vivendo uma realidade de mais de 300 anos no passado, tudo muito, mas muito show. ![]() Esse é o Monumento ao Expedicionário que foi inaugurado em 1969 e homenageia os integrantes da Força Expedicionária Brasileira - Feb. ![]() Fiquei umas duas horas percorrendo as ruas de São João. Nâo conheci tudo, exatamente para ter algo a descobrir na minha próxima visita, que espero ser logo. Parti então atrás de amizades. E como fazer amigos faz bem, descobri que alternativamente ao asfalto, tem uma estradinha antiga de pedra de sete quilômetros que liga São João a Tiradentes, essa estradinha leva o nome nada mais nada menos que Estrada Real. Deixei pra trás as inúmeras atrações ainda desconhecida e fui me aventurar em nada mais nada menos que em outro marco importantíssimo do Brasil colonial. Justiceiro meu amigo, essas fotos são para fazer inveja à você meu querido... ![]() Estrada Real, trecho entre São João Del Rei e Tiradentes. ![]() ![]() Painel mostrando os limites próximos. Esse percurso pela estrada real é exatamente o mesmo de séculos atrás. A coroa não era nada boba, mandou construir a estrada em um lugar de grandes atrativos naturais. Rodar por ali é garantia de olhos sempre surpresos com algo novo e que te deixa na dúvida se segue em frente para olhar o próximo ou se fica mais um pouquinho, ou um poucão... para poder apreciar melhor o que já tens conquistado ao alcance dos seus olhos. Quandos os olhos acham que já viram tudo, o zoom de 480 metros de minha Canon PowerShot funciona como uma extensão de minha (nossa) limitada retina, e me brinda com detalhes que insitem em não me deixar seguir viagem, mas prosseguir é preciso. Titio Douglas já estava com os cabelos de pé lá no Rio de Janeiro, louco para eu chegar logo, e eu de boa, contando as pedrinhas da Estrada Real...hehe. ![]() Atualmente a Estrada Real é formada por 177 municípios, sendo 162 em Minas Gerais, oito no Rio de Janeiro e sete em São Paulo. ![]() ![]() A subida das águas que me deixaria preso em Tiradentes... Estrada Real - a história do Brasil passou por ali. As riquezas extraídas nas minas eram levadas aos portos do Rio em Paraty, e de lá para Portugal. São 1410 km que cortão o Rio, Minas e São Paulo, passando por vilarejos pitorescos, paraísos naturais, igrejas barrocas, fazenda históricas e muitos "causos" contados por moradores das mais de 170 cidades que dela fazem parte. A estrada real se divide em três caminhos: - Dos Diamantes, que vai de Diamantina a Ouro Preto - O velho, que vai a Paraty - O novo, que liga o Rio a Outro Preto ![]() ![]() ![]() Essa pra fazer inveja a um grande amigo, bom... grande no modo de dizer....rs Caríssimos, esse dia foi intenso. Para não cansá-los muito, vou dividir em duas partes. Sei que tem um certo "dotô dus dentis" que não vai gostar muito...rs, mas não tenho outra forma de conduzir esse relato. A seguir, descreverei como foi minha passagem pela cidade histórica de Tiradentes. Depois passei por Barbacena, BR-040 e finalmente, o meu encontro com o grande amigo Douglas Torres e família.
SaharaMANÍACOS, prazer em viajar.
Moto não tem idade, tem dono. Honda NX 350 Sahara/99 Não basta ter sahara, tem que ser maníaco!!! ![]()
15-01-2009, 10:21 PM
![]() Já entendeu né... :twisted: ![]() Aguardando... Lembra daquilo que falei no MSN. Por enquanto tá no ano que vem... Amanhã é na próxima década... :twisted: Abração
16-01-2009, 08:41 AM
Douglas Torres Escreveu:Já entendeu né... :twisted: Não se iririti ti-ti-ti ti-ti-tIIIIIIIIIIIII Está na agulha já... ![]() Só virar a página ![]() Sinta só o que te espera... ![]()
SaharaMANÍACOS, prazer em viajar.
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16-01-2009, 07:38 PM
Vamos ajudar a vira-la então...agradável viagem...
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16-01-2009, 08:21 PM
![]() VC não prestou atenção nas pontes de São João Del Rey... O calçamento, antigamente, era de pedras, como o de Ouro Preto e outras cidades coloniais da região. Aí, veio um prefeito idiota e mal informado que resolveu asfaltar a cidade, acabando com o calçamento. Depois da grita geral dos entendidos do país todo e do IPHAN, foi calçada com os paralelepípedos que se veem nas fotos.A fiação foi enterrada,como também em Paraty,para manter o aspecto de cidade antiga e não atrapalhar o visual
Motociclismo é uma doença crônica,contagiosa e incurável!.
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19-01-2009, 02:13 PM
iacimar Escreveu: Na verdade não Iaci, esse detalhe me escapou... mas pessoas incompetentes nos órgão públicos é o que mais tem, nem vale a penas pensar muito... Mas não é só isso. Veja por exemplo a foto que eu fiz com a moto parada sobre a ponte. Nela eu tendei ao máximo enquadrar o prédio histórico sem sair o prédio novo na foto... não teve jeito. ![]() Acho meio chato isso. Na minha opinião não combina nada vc fotografar o centro histórico, que data do século XVIII, com alguns prédios de 20 andares e com pouco mais de 5 anos como pano de fundo... acaba com a magia...
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19-01-2009, 05:53 PM
Martinez Escreveu:...mas pessoas incompetentes nos órgão públicos Infelizmente o Brasil está todo tomado de exemplos como este. Pelo menos o estado de MG ainda preserva o patrimônio histórico, coisas que MUITOS estados nem se dão conta que existe.
Rá-1000-ton
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