Tour Brasil II - Ênfase para o estado de Minas Gerais.

[Martinez]

05 de Janeiro de 2009 - 9º dia

Estatísticas do dia:
Cidade de Partida: Horizonte D'Oeste (MT)
Cidade de chegada: Jataí (GO)
Cidades visitadas: Cuiabá, Pedra Preta e Jataí.
Quilometragem rodada: 941 km
Quilometragem acumulada: 7.273 km


Percurso do dia. A quilometragem durante a estadía no MT foi estimada em 950 km.

Argh, voltar pra casa. Como é chato voltar pra casa...
Mas quem disse que só porque voltar pra casa é chato,
tem que necessariamente ser chato. Um bom aventureiro
sempre improvisa algo, descobre ou até mesmo inventa
alguma coisa de interessante pra se entreter pelo caminho.
E eu tinha bons atrativos no meu caminho de volta.
Alguns dos objetivos durante o percurso de volta a Jaboticabal
eram: fotografar a Serra do município de Pedra Preta,
conhecer a cidade onde a minha mãe e a cidade onde o meu
pai nasceram e viveram enquanto crianças e antes de
migrarem para o Matro Grosso e não mais voltar.

Então tá! Fiz as minhas malas no dia 4 a noite e deixei a sahara
no jeito pra pegar estrada no dia seguinte. Após beijos, abraços
e lágrimas, deixei a família Martinez pra trás e peguei estrada.
O trecho até Cáceres foi relembrando a minha infância, quando
por ali andava de bicicleta para ir me banhar e pescar nos
córregos da região. Lembro-me perfeitamente de ir a uma bela
nascente chamada de Padre Inácio, onde uma piscina natural
com uma enorme e bela figueira do lado era um dos meus destinos
preferidos aos finais de semana. E ao passar sobre a ponte de
uma currutela chamada Caramujo, lembrei-me de como era animado
de ir de bicicleta até ali (50 km ida e volta) só para pular
de cima da ponte no córrego, infância boa que não volta mais...

Passei por Cáceres, minha cidade natal, onde parei apenas para
abastecer o suficiente para conseguir chegar a Cuiabá, afinal
de contas, gasolina a R$ 3,03 não é lá um preço tão atrativo assim.
Até Cuiabá, minhas lembranças sempre me remetiam à minha época
de faculdade, o garoto do interior na cidade grande, a falta
de experiência com a vida agitada, a primeira namorada de longa duração,
a falta de dinheiro, os bicos pra ganhar a vida, a convivência
em república, as viagens que fiz pelo meu estado, tudo muito bom.
Chegando a Cuiabá, não resisti e fiz mais um pequeno tour.



Bem-Vindos ao Pantanal Mato-Grossense meu povo. Essa é a ponte que
liga Cuiabá a Varzea Grande, ponte sobre o Rio Cuiabá.


Um dos colégios mais antigos e conceituados de Cuiabá.


E claro, não poderia deixar de voltar a bela igreja centenária para pedir proteção na estrada.

As condições meteorológicas não estavam muito animadoras, nuvens
escuras e baixas me preocupavam. "Macacos me mordam"... seria a enésima
vez que estaria passando pela Serra de Pedra Preta e será que mais
uma vez não conseguiria fotografar???? Bom, o jeito é rodar e ver...

Desta vez lotei o tanque de 22 litros de gasosa, R$ 58,00... cacetada meu!!!
E me "pirulitei", como dizem os "pé fôfo". Calma, lá vai a tradução.
Cuiabano chamam os "manos" de "pé fôfo", ou seja, os caras que não querem
nada com nada, não aguentam o tranco, o trabalho pesado, preferem a vida fácil.
O termo "pirulitar" significa ir pra algum lugar com grande rapidez, sem fazer paradas.
Pois então, me pirulitei pra Pedra Preta, pois agora tinha gasolina pra
rodar o final do dia. Sem fazer parada em Rondonópolis, passei pela cidadezinha
de Pedra Preta e finalmente estava a poucos quilômetros da serra tão esperada.

Pra minha felicidade, tinha acabado de chover, o céu estava um pouco cinzento,
dificultando o ajuste da câmera para uma boa foto, mas com um pouco de esforço,
o tão esperado registro foi feito com sucesso. Segue então váaaaaaaaaarias fotos.































Como se diz lá pelo interiorzão do Mato Grosso, lavei a égua...rs
Fiquei mais de 2 horas fotografando e apreciando a paisagem.
Fiz uns 4 ou 5 vídeos, que posteriormente também serão apresentados a vocês.
Após duas horas de relex, vendo a paisagem, ouvindo os pássaros, comendo
barrinhas de cereal e tomando Seven-power, peguei novamente estrada, pois
pretendia dormir em Jataí, Goiás, e essa cidade ainda estava um bocado longe dali.

Acelerei tudo, passando batido pelo vale do Araguaia, e mesmo assim só fui chegar
a Jataí cerca de 21:30 hs da noite. Achei um hotelzinho a preço muito convidativo
e pra minha surpresa, uma cama de casal com colchão de mola. Caracas, eu quando
criança, adorava me deitar no colchão de molas da minha avó, e a anos, décadas...rs
não tinha mais tido a experiência de me deitar novamente num colchão de molas.

Tomei meu banho e saí pra jantar. Deu um trabalho danado achar um lugar pra comer
sem ser lanche de rua. Por indicação, acabei por comer em uma shoperia com
música ao vivo, muito boa. Pedi uma porção de carne que deu trabalho pra consumi-la toda.
Voltei pro meu colchão de molas, estudei o percurso a ser feito no dia seguinte e dormi gostoso...



Cena engraçada do dia.
Quem se lembra desta foto, tirada no dia 21 de dezembro de 2008,
ainda no meu quinto dia de estrada.





Essa igreja ai está em Bom Jardim de Minas, margens da BR-267, interiorzão de Minas Gerais.
Mais detalhes estão aqui neste link:
<!-- m --><a class="postlink" href="http://www.saharamaniacos.com.br/phpBB2/viewtopic.php?t=5733&postdays=0&postorder=asc&start=110">http://www.saharamaniacos.com.br/phpBB2 ... &start=110</a><!-- m -->

Mas então, agora reparem nesta foto.

Igrejinha da época dos Bandeirantes, invadida pelos sem terra.

hehe... Eu ao descobrir aquela igreja cercada por um cemitério,
brinquei dizendo: "Quem teria coragem de se casar numa igreja assim..."
Mas ao ver essa ai, acho que piorou a situação, não?

É isso ai pessoal, no próximo dia tenho um relato super-interessante de
umas descobertas que fiz no sul de Goiás.

Bons ventos a todos.
Martinez