1º Rally Sertões-Dakar do Mundo - RELATOS CONCLUÍDOS

[nelsonbad32]

Dia 26 - 10/10/2010 - San Pedro de Atacama-CH (Geiser del Tatio / Termas Puritama) - 0 Km

Conforme o planejado acordamos bem cedo, por volta das 03:30 hrs, para estar pronto para sair às 04:00 hrs, o Tatá e Panico já haviam contratado o passeio na noite anterior (pagaram 15.000 pesos cada um pelo passeio, fora a entrada no Geiser, que é cobrado mais 5.000 pesos).

A responsável pela La Cochera nos preparou o café da manhã para levarmos, isso foi uma cortesia muito bem vinda, pois às 04:00 era muito cedo para a gente comer.

Fomos de carro, saímos da cidade e ainda estava tudo escuro e um frio insuportável, mesmo estando com as roupas especiais, não estava fácil, com certeza não conseguiria ir de moto sem congelar no caminho.

Seguimos as inúmeras vans que iam para o mesmo local que a gente e o Magno ia monitorando tudo no GPS, em dado momento, uma placa indicava para entrar a esquerda, mas o GPS mandava ir a direita, ficamos um tempo parados resolvendo qual caminho seguir e fizemos a decisão acertada de ir de acordo com a placa (também era o caminho que as vans estavam fazendo).

Quando chegamos no Geiser, o frio estava em -10º C, os funcionários do parque (que estavam no tempo) já tinham o rosto queimado pelo frio e ainda muitos traços de gelo em suas roupas. Coloquei tudo que tinha de vestimenta e vamos caminhar pelos Geiser, apreciando aquela maravilha da natureza, a água que escorria do dia anterior estava toda congelada, e nova água fervendo era expelida das entranhas da terra, visual fantástico.

O sol começou a aparecer e a temperatura foi subindo aos poucos, com isso os Geiser também iam perdendo sua intensidade, voltamos para o carro e fomos até a entrada do parque tomar nosso café da manhã, que estava uma delícia, diga-se de passagem, fizemos um verdeiro pic-nic na entrada do parque.

Para voltar, acabamos nos distanciando, eu estava com o Renato e a Raquel mais a frente, o Barbosa com a Vanete e o Magno com a Vivi, ficaram para trás, mas já tínhamos combinado que íamos para o Termas de Puritama.

No caminho, encontramos com um Jeep da Nissan capotado na estrada, paramos para olhar, o carro estava muito amassado, mas não havia vestígios de sangue, espero que não tenham se machucado, quando passamos mais cedo o carro não estava ali, com certeza foi depois que passamos.

Mais adiante ainda encontramos um carro da polícia e uma ambulância, acredito que tenham vindo para essa ocorrência, pois o local é muito deserto, sem nenhuma outra cidade por perto (fica a uns 80 km de San Pedro de Atacama).

Ainda ficamos vendo uma menina argentina (devia ter uns 12 anos), fazendo arte em um riozinho congelado, a gente torcendo para o gelo quebrar e ela cair na água. huahuahuahuahua

Observei uma coisa interessante na estrada, que era toda de rípio, tinha muita pedra nas margens da estrada e todas empilhadas, fiquei pensando e cheguei a seguinte conclusão, as máquinas raspavam a estrada (motoniveladoras), e as sobras de material (areia e pedra, ou seja, rípio) vai para as beiradas, como venta demais, o vento leva a areia e fica aquele monte de pedra empilhada, fica até bonito.

Seguimos adiante, fomos por caminho diverso do que viemos, não passando pelo povoado de Machuca (aquele que o GPS do Magno indicava), logo percebemos porque as Vans vinham pelo outro caminho, passamos pela Cuesta el Diablo, uma seqüência enorme de curvas, com uma inclinação enorme, com certeza seria perigosíssimo passar por ali na madrugada, com tudo escuro, durante o dia é mais fácil, mas requer muita atenção.

Enfim chegamos a Terma de Puritama, aí começou a negociação, o preço era 10.000 pesos por pessoa a entrada, reclamamos que era muito caro, o cara da portaria falou que não tinha jeito o preço era esse, mas nos deixou ver a Termas de longe, o Renato, que fala muito bem o espanhol (e é muito cara de pau. rsrsrsrsrs), ficou negociando, falando que não valia os 10.000 pesos, que 5.000 pesos estava muito bem pago, que a gente estava em 3 pessoas e mais 4 estavam chegando, que se não fizesse esse preço a gente ia embora, etc, etc, etc, com tanta choradeira o cara deixou pelos 5.000 pesos.

Fomos até o estacionamente e tivemos que descer a pé para a Termas, pois o acesso era muito ruim e íngreme, só indicado para veículos 4x4 (ainda acho que os Suzukinhos aguentavam mais esse desafio). Apesar do sol forte, estava frio e o vento forte e constante fazia a temperatura cair ainda mais, nem estava muito a fim de entrar, não tinha levado minha sunga, mas o Renato me emprestou uma bermuda que, felizmente, serviu.

Já tínhamos entrado na água (constante a 33º C) e logo os demais chegaram, ainda tomamos um vinho dentro da piscina natural, dentro d´ água estava uma delícia, mas fora..., mal dava para tirar o nariz para fora da piscina.

Ficamos bastante tempo, mas a fome começou a apertar e decidimos ir embora (lá não tem nada para vender, pois não tem energia elétrica), foi um sacrifício para sair, um frio daqueles, e molhado, já viu, mas a Vanete me emprestou um roupão (coloriiiiiiiido), e logo já estava seco e vestido.

Até descolei uma carona em uma pick-up para subir até o estacionamento, mas a galera não quis ir, ficou com medo do precipício, mas a decisão foi acertada, chegamos no estacionamento antes da pick-up, o cara ficou enrolando muito para subir.

Vim dirigindo o Suzukinho até San Pedro, todo mundo estava muito cansado, o dia foi muito puxado, afinal, os dias estavam sendo muito intensos e, acordar às 04:00 hrs da madruga não é fácil, ainda mais com temperatura na faixa de -10º C.

Chegando na cidade, fomos almoçar em um bom restaurante, na praça central, depois descansamos o resto da tarde (cochilei um pouco e já deixei minha bagagem arrumada para o dia seguinte).

À noite, fomos comer uma pizza, simples mas muito boa, e por um preço razoável (gastei 4.100 pesos, com dois refrigerantes).