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SAHARA MANÍACOS NA ARGENTINA, CHILE E URUGUAI
#86
Seguindo o relato: Comecei a explicar para todo mundo que tinha que sair, falei que tinha passagem, compromissos, que tava bem, etc e tal. Voltou o motorista dizendo que nao tinha encontrado o cesar, que o telefone nao atendia. Eu não tinha visto a moto ainda, estava sem conseguir me mexer. Disse a ele que assinaria os papéis só quando estivesse em solo brasileiro, ou quando falasse com meus amigos. Ele disse que me levaria a Uruguaiana. Pedi então que intercedesse junto ao Hospital para que me liberassem. Conseguimos, assinei um monte de papelada, e ele foi buscar a píck up de um parente ou sei lá o que. Voltou, sem a pick up, e fomos ao Hotel onde a moto tinha ficado. Até então eu tinha imaginado que estava no Detran, em algo parecido. E ele me respondia simplesmente que eu tinha atravessado na frente do carro quando eu perguntava o que tinha acontecido. Já com minhas roupas, parei em um locutório e liguei para o César - e nao consegui - e para a Arianne, minha secretária. Disse a ela para passar uma mensagem para o César falando o que estava acontecendo, e que ele postasse o endereço do hotel aqui no site, que eu ia tentar entrar em contato, mas estava indo para Uruguaiana de onde tentaria depois despachar a moto para Curitiba, Porto Alegre ou qualquer lugar do mundo que não fosse Buenos Aires. Tive de fazer tudo as pressas, porque estava uma muvuca o transito, ele estacionou em fila dupla, e eu tinha medo que ele se mandasse embora. Muito importante, falei para dizer que SEGUISSEM VIAGEM NORMALMENTE que eu estava resolvendo tudo a bom termo. Achava eu....
Fomos ao hotel onde estava guardada a moto. O menino que eu pedira informações estava saindo do seu turno, era recepcionista no hotel e tinha guardado minha jaqueta, capacete, luvas e a moto na garagem do hotel. Ficamos aguardando a chegada da pick up, e o Alejandro, do taxi, querendo que eu assinasse os papéis, ao que eu respondia que quando encontrasse meus amigos ou em Uruguaiana. Já em poder de meus óculos consegui ler o material, que era da companhia de taxi, onde eu assumia a culpa pelo acidente, e tinha alguma coisa que acho que era para cobrar do seguro... algo assim. O FDP tinha pego meus docs, tudo, e preenchido.. fiquei muito puto, mas quando chegou a pick up eu desisti. Era um caco velho que se botasse a Sahara em cima caia tudo. Ah.. e a Sahara não aconteceu nada. Ela simplesmente caiu em cima de mim, que fiquei entre o carro e a moto, e o menino do hotel segurou ela ainda. Falei a ele que não tinha condições. Nisso o menino do hotel achou um uruguaio com uma pick up que ia para punta del este de ferry boat e me levaria. Neste momento eu estava decidido a voltar imediatamente ao Brasil de um jeito ou de outro. Embarcamos a moto, ligamos para o ferry boat para ver se havia passagem e me mandei, não sem antes assinar os papéis e pegar 300 pesos argentinos do taxista. A passagem do barco era $ 449,00. Emannuel, o cara da pick foi muito legal. Ele é uruguaio, e passa uma semana por mes na argentina, trabalha com comercio exterior. Estava levando um barco para a fazenda dele, que na verdade fica perto da cidade de ROCHA. Fez todos os tramites para mim, que nao conseguia me mexer direito, e corremos pois já estava na hora do barco. Neste momento EU JÁ TINHA AVISADO a situação que eu estava há mais de duas horas e pensei que estava tudo sob controle. Não passei no hotel nem tentei ligar novamente porque não havia tempo hábil. Minha viagem estava terminada e minha preocupação passara a ser chegar ao Brasil.
Embarcamos, fiz as contas. Tinha 300 pesos argentinos no bolso e 75 dólares. Era tudo que tinha para chegar a Porto Alegre. Chegamos em Rocha, em um posto de gasolina e resolvi procurar um hotel e ficar ali até os meninos passarem ou eu viabilizar uma outra maneira para chegar ao Chui. Emannuel tinha de voltar ainda 100 km para a fazenda da familia deles. Abandonei a idéia de procurar hotel e resolvi tocar até a fronteira. Enchi o tanque, troquei 100 pesos argentinos por uruguaios com o pessoal do posto e me mandei. Os piores 230 km de moto da minha vida. Pescoço duro, as costelas doendo o tempo todo. Mas cheguei ao Chuí final da tarde, caindo a noite. Liguei novamente para casa e passei uma mensagem ao Cesar. Dali até Porto Alegre foi simples, consegui uma carona com um caminhão. Agora, banho, bife com ovos e pao, e cama. até não sei quando.


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