10-02-2012, 10:26 PM
No momento as fotos estão sendo adaptadas para postar no fórum!
Enquanto isso vou descrever a nossa volta.
Saímos do Chile pelo Paso San Francisco. Este fica próximo a Santiago, cerca de 100 km.
Viagem foi muito tranquila, com vias pavimentadas e de otima qualidade. Passamos por um trecho muito famoso, famoso caracoles. Dezenas de curvas muito boas de se pilotar. Gostaria muito de passar por ali no inverno, a presença de gelo na pista e neve deve ser desafiador.
Perdemos cerca de 2 horas na fronteira. A aduana é integrada, assim os tramites de saída do Chile e entrada na Argentina são realizados no mesmo local. Nao sei se tivemos azar, mas pegamos um dia com muito movimento e filas enormes.
Tivemos sorte na hora dos tramites, pois todos estavam sendo revistados. Sem escolher chilenos e argentinos, as malas eram abertas e revistadas uma por uma. Neste momento tive certo receio, pois minha mochila estava amarrada ao banco da moto. E para retirar, abrir, revistar e prender novamente iria perder facilmente 40 min.
Carimbamos todos os documentos, fomos a revista. Uma fiscal de 20 poucos anos bem bonitinha chegou e nos atendeu. Simpatizamos e surpreendentemente conversamos bastante enquanto revistava os alforges de meus companheiros!
Chegando a minha hora, ela olhou minha mala e disse " pode abrir para mim?", nisso argumentei que poderia sim, mas iria demorar alguns minutos para desamarrar tudo. Ai veio minha surpresa, pela simpatia dela e correria do local, somente me perguntou o que eu levava e me mandou embora.
O caminho após a aduana é muito bonito. Descemos a cordilheira por um vale muito bonito e vista privilegiada ao Aconcágua. O dia estava muito limpo e bonito, fazia calor, mas infelizmente o pico do Aconcágua estava nublado. Existe o caminhos antigo, que atravessa a fronteira por cima dos andes. Essa chega a 5 mil metros de altitude e é toda de terra. Pensamos em nos arriscar, mas estávamos na correria. Espero um dia poder fazer esse "desvio".
Ao entrar na Argentina um velho receio nos veio em mente, a falta de caráter dos policiais e as propinas indevidas. Assim nos preparamos para parar algumas vezes e desenrolar o portuñol.
Nosso rumo era a cidade de San Luis, assim andamos forte para nao chegar muito tarde.
Passamos em Mendoza somente para abastecer as motos e os galoes reserva (6 L cada moto).
Apesar da Argentina estar em um período horrível em sua economia, devo tirar o chapéu as suas estradas. Todas que passamos estão em ótimo estado, com boa sinalização e SEM pedágios. Só falta gasolina e cartão de credito! mas nem tudo é perfeito.
Chegamos a San Luis perto das 23 horas, cidade nos surpreendeu pelo seu tamanho e vida noturna. Como todos os dias, chegamos, achamos um hotel e fomos tomar a nossa sagrada cerveja. Nada que algumas Quilmes de litro e uma pizza nao recuperem.
No outro dia acordamos por volta das 9 horas e fomos para Rosário. Neste caminho nao ha nada de muito surpreendente. Passamos por 4 postos de policia e não fomos parados, único problema foi a incerteza de achar gasolina nos postos.
Rosário é uma cidade muito grande e bem desenvolvida. Neste dia rodamos pouco, cerca de 800 km. Chegamos antes do anoitecer e conseguimos conhecer algumas partes. Como a viagem estava chegando ao final, memorias e recordações tomaram nossa conversa. Nos contaram que a cidade tem as mulheres mais bonitas da Argentina, no inicio duvidamos mas estávamos errados. Me apaixonei 20 x naquela noite, Rosário está de parabéns!!!
Nosso plano original era entrar no Brasil diretamente pela Argentina, atravessando boa parte da região conhecida como Entre Rios. Porem, experiencias anteriores nos fez mudar de ideia. Esta província é onde os policiais corruptos estão em grande quantidade. Por isso modificamos nosso plano e resolvemos passar pelo sul de Entre Rios sentido Paysandu (Uruguay) e cruzar cerca de 300 km dentro deste país sentido Rivera e a divisa do RS.
Assim o fizemos no outro dia, sem muitas emoções. Unica surpresa foi uma chuva MUITO forte no Uruguay. Vimos a tempestade de longe, raios, vento, tudo preto.
Em Rivera tomamos um susto. Chegamos por volta das 9 horas da noite, em meio a chuva e escuridão. Nao conhecíamos a cidade assim fomos seguindo as placas. Buscávamos a Aduana para formalizar nossa entrada no Brasil, mas ao atravessar a avenida todas as placas e letreiros estavam em português. Descobrimos assim o quanto a nossa fronteira é RIDICULAMENTE frágil e sem controle. todas que passamos demoramos no minimo 1 hora, com muito controle, limpeza contra vírus da vaca louca..... e no Brasil nem a Aduana achamos!!!!!
Oficialmente ainda estou no Uruguay.
No Brasil seguimos a Porto Alegre, e pela Free Way sentido Florianópolis. Com certeza a BR 101 sul foi o PIOR trecho da nossa viagem. Passamos por muitos locais perigosos, de noite, sem luz e mapas, mas sem duvidas o trecho de 120 km de Tubarão e Laguna seguindo ao morro dos cavalos foi o pior.
Chegamos a este local de noite, na chuva. Para quem não conhece, este trecho está sendo duplicado a muitos anos, nao tem NENHUMA faixa no chão, muitos desvios, placas com coordenadas equivocadas, óleo na pista, caminhões e muitos outros perigos.
Cautelosamente andamos por ai, chegando em Florianópolis pro volta das 22 horas.
Foi uma noite de muita festa e reencontro com a família. Todos felizes de estar inteiro com as motos em perfeito estado, mas muito tristes por cauda do fim de nossa aventura.
Nesses 18 dias percebi como é bom ser livre e se aventurar pelas estradas de motocicleta. A depressão pós viagem bateu forte, e a vontade de largar tudo e voltar a estrada, sem rumo, teve que ser dominada.
Desculpe se passei por cima de alguns detalhes, mas estou aberto a informar TUDO. O fórum e os relatos de outros colegas foram primordiais a nossa aventura, com dicas e realidades que desconhecíamos.
Logo postarei as fotos. Vou tentar dividir por etapas.
Agradeço novamente a Brochadinha e aos outros do grupo por batizar minha sahara no meio do ATACAMA!!!! Essa foto eu quero ver.
Abs
Enquanto isso vou descrever a nossa volta.
Saímos do Chile pelo Paso San Francisco. Este fica próximo a Santiago, cerca de 100 km.
Viagem foi muito tranquila, com vias pavimentadas e de otima qualidade. Passamos por um trecho muito famoso, famoso caracoles. Dezenas de curvas muito boas de se pilotar. Gostaria muito de passar por ali no inverno, a presença de gelo na pista e neve deve ser desafiador.
Perdemos cerca de 2 horas na fronteira. A aduana é integrada, assim os tramites de saída do Chile e entrada na Argentina são realizados no mesmo local. Nao sei se tivemos azar, mas pegamos um dia com muito movimento e filas enormes.
Tivemos sorte na hora dos tramites, pois todos estavam sendo revistados. Sem escolher chilenos e argentinos, as malas eram abertas e revistadas uma por uma. Neste momento tive certo receio, pois minha mochila estava amarrada ao banco da moto. E para retirar, abrir, revistar e prender novamente iria perder facilmente 40 min.
Carimbamos todos os documentos, fomos a revista. Uma fiscal de 20 poucos anos bem bonitinha chegou e nos atendeu. Simpatizamos e surpreendentemente conversamos bastante enquanto revistava os alforges de meus companheiros!
Chegando a minha hora, ela olhou minha mala e disse " pode abrir para mim?", nisso argumentei que poderia sim, mas iria demorar alguns minutos para desamarrar tudo. Ai veio minha surpresa, pela simpatia dela e correria do local, somente me perguntou o que eu levava e me mandou embora.
O caminho após a aduana é muito bonito. Descemos a cordilheira por um vale muito bonito e vista privilegiada ao Aconcágua. O dia estava muito limpo e bonito, fazia calor, mas infelizmente o pico do Aconcágua estava nublado. Existe o caminhos antigo, que atravessa a fronteira por cima dos andes. Essa chega a 5 mil metros de altitude e é toda de terra. Pensamos em nos arriscar, mas estávamos na correria. Espero um dia poder fazer esse "desvio".
Ao entrar na Argentina um velho receio nos veio em mente, a falta de caráter dos policiais e as propinas indevidas. Assim nos preparamos para parar algumas vezes e desenrolar o portuñol.
Nosso rumo era a cidade de San Luis, assim andamos forte para nao chegar muito tarde.
Passamos em Mendoza somente para abastecer as motos e os galoes reserva (6 L cada moto).
Apesar da Argentina estar em um período horrível em sua economia, devo tirar o chapéu as suas estradas. Todas que passamos estão em ótimo estado, com boa sinalização e SEM pedágios. Só falta gasolina e cartão de credito! mas nem tudo é perfeito.
Chegamos a San Luis perto das 23 horas, cidade nos surpreendeu pelo seu tamanho e vida noturna. Como todos os dias, chegamos, achamos um hotel e fomos tomar a nossa sagrada cerveja. Nada que algumas Quilmes de litro e uma pizza nao recuperem.
No outro dia acordamos por volta das 9 horas e fomos para Rosário. Neste caminho nao ha nada de muito surpreendente. Passamos por 4 postos de policia e não fomos parados, único problema foi a incerteza de achar gasolina nos postos.
Rosário é uma cidade muito grande e bem desenvolvida. Neste dia rodamos pouco, cerca de 800 km. Chegamos antes do anoitecer e conseguimos conhecer algumas partes. Como a viagem estava chegando ao final, memorias e recordações tomaram nossa conversa. Nos contaram que a cidade tem as mulheres mais bonitas da Argentina, no inicio duvidamos mas estávamos errados. Me apaixonei 20 x naquela noite, Rosário está de parabéns!!!
Nosso plano original era entrar no Brasil diretamente pela Argentina, atravessando boa parte da região conhecida como Entre Rios. Porem, experiencias anteriores nos fez mudar de ideia. Esta província é onde os policiais corruptos estão em grande quantidade. Por isso modificamos nosso plano e resolvemos passar pelo sul de Entre Rios sentido Paysandu (Uruguay) e cruzar cerca de 300 km dentro deste país sentido Rivera e a divisa do RS.
Assim o fizemos no outro dia, sem muitas emoções. Unica surpresa foi uma chuva MUITO forte no Uruguay. Vimos a tempestade de longe, raios, vento, tudo preto.
Em Rivera tomamos um susto. Chegamos por volta das 9 horas da noite, em meio a chuva e escuridão. Nao conhecíamos a cidade assim fomos seguindo as placas. Buscávamos a Aduana para formalizar nossa entrada no Brasil, mas ao atravessar a avenida todas as placas e letreiros estavam em português. Descobrimos assim o quanto a nossa fronteira é RIDICULAMENTE frágil e sem controle. todas que passamos demoramos no minimo 1 hora, com muito controle, limpeza contra vírus da vaca louca..... e no Brasil nem a Aduana achamos!!!!!
Oficialmente ainda estou no Uruguay.
No Brasil seguimos a Porto Alegre, e pela Free Way sentido Florianópolis. Com certeza a BR 101 sul foi o PIOR trecho da nossa viagem. Passamos por muitos locais perigosos, de noite, sem luz e mapas, mas sem duvidas o trecho de 120 km de Tubarão e Laguna seguindo ao morro dos cavalos foi o pior.
Chegamos a este local de noite, na chuva. Para quem não conhece, este trecho está sendo duplicado a muitos anos, nao tem NENHUMA faixa no chão, muitos desvios, placas com coordenadas equivocadas, óleo na pista, caminhões e muitos outros perigos.
Cautelosamente andamos por ai, chegando em Florianópolis pro volta das 22 horas.
Foi uma noite de muita festa e reencontro com a família. Todos felizes de estar inteiro com as motos em perfeito estado, mas muito tristes por cauda do fim de nossa aventura.
Nesses 18 dias percebi como é bom ser livre e se aventurar pelas estradas de motocicleta. A depressão pós viagem bateu forte, e a vontade de largar tudo e voltar a estrada, sem rumo, teve que ser dominada.
Desculpe se passei por cima de alguns detalhes, mas estou aberto a informar TUDO. O fórum e os relatos de outros colegas foram primordiais a nossa aventura, com dicas e realidades que desconhecíamos.
Logo postarei as fotos. Vou tentar dividir por etapas.
Agradeço novamente a Brochadinha e aos outros do grupo por batizar minha sahara no meio do ATACAMA!!!! Essa foto eu quero ver.
Abs