17-06-2011, 03:28 PM
Dia 34 - 18/10/2010 - Cochabamba-BO à Santa Cruz de La Sierra-BO - 496 Km
Acordei por volta das 08:00 hrs e fiquei curtindo o conforto do excelente hotel, desci para tomar o bom café da manhã e retornei para o quarto, fiz algumas anotações que estavam pedentes e fiquei assistindo "As branquelas" que passava na tv a cabo (em espanhol, claro).
Depois arrumei minha bagagem e levei até o saguão do hotel, fui até o estacionamento buscar a motoca, o clima já estava agradável, arrumei tudo e saí por volta das 11:00 hrs pois a distância a ser percorrida naquele dia não era muito grande.
Aproveitei para apreciar as belezas dessa grande cidade boliviana, os contrastes de uma cidade moderna, carros de luxo e a pobreza nas esquinas com venda de produtos por ambulantes.
O que era para ser um trecho tranquilo, com trecho curto e trajeto conhecido (já havia passado por ali em 2008) mostrou-se mais um desafio.
A temperatura que estava bem agradável em Cochabamba (até encomodava quando parado) caia cada vez mais, com a subida da Cordilheira (sim, para seguir para Santa Cruz, ainda tem que subir para depois descer bastante).
Ao chegar na Laguna Corani já estava bem frio e começava uma neblina densa, mas dava para pilotar numa boa, cheguei a 3.600 metros de altitude e logo começou a descida, a neblina se tornou muito densa, úmida e a visibilidade era mínima, não dava para ver mais do que uns 3 a 4 metros à frente, a neblina estava molhando bastante e o frio estava demais.
Fiquei apavorado, morrendo de medo de ser atropelado por falta de visibilidade, quando escutava algum veículo por perto (não sabia que sentido estava vindo), começava a buzinar sem parar, para que me ouvisse, já que não era possível ver nada, um pouco mais a frente a neblina diminuiu, bem onde tinha um ônibus quebrado (na pista, pois não havia acostamento), percebi que era o momento para colocar minha capa de chuva, retornei e parei fora da pista, pouco coisa à frente do ônibus.
Logo que parei a neblina retornou e fechou tudo novamente, fiquei muito apreensivo, era um local muito perigoso, o ônibus quebrado estava sentido subindo, os veículos que subiam tinham que parar e escutar para saber se não vinha ninguém e assim sair para a outra pista e fazer a ultrapassagem.
Enquanto isso, fui pegar a capa de chuva e vestí-la, tudo muito devagar, devido a altitude, também fiquei observando uma mulher, com roupas típicas bolivianas que estava sentada sobre uma pedra, totalmente imóvel e calada, possivelmente tomando conta do ônibus mas, devido a neblina, não dava para ter certeza se era real, minha imaginação ou uma alma penada, não me aproximei para ter certeza. rsrsrsrsrs
Logo, quase presenciei um acidente, um ônibus estava subindo e tirou para a outra pista, nisso vinha descendo um caminhão cegonha vazio em velocidade alta para aquela situação de visibilidade nula, o caminhão travou as rodas, jogou um pouco para a direita e parou quase caindo no precipício, o ônibus parou e tinha veículos atrás, um carro passou pelo lado direito do ônibus quebrado, para que o outro ônibus pudesse voltar de ré (como sempre, o tamanho é documento, quanto maior, mais tem preferência no trânsito), por fim tudo voltou ao normal, me posicionei na motoca e aguardei o silêncio retornar para seguir viagem.
Mais uns 20 km rodados e a neblina foi indo embora, logo cheguei no caminhão cegonha e fui atrás dele por um bom tempo, o usando como "escudo" naquele local "temeroso".
Logo cheguei no controle anti-drogas de El Sillar, mas foi tudo muito rápido, só perguntaram para onde ia, nem pediram os documentos nem revistaram a moto (em 2008 também não tivemos problemas quando passamos por ali).
Depois foi tudo tranquilo até Villa Tunari, apesar de vários trechos "geologicamente instáveis", onde o asfalto era substituído por terra e pedras e, devido a umidade, estavam muito lisos, passava com cuidado e deu tudo certo.
Em Villa Tunari o problema era o combustível, passei por um posto com filas enormes, segui um pouco mais adiante e percebi que só tinha aquele posto, retornei e entrei na fila, atrás dos carros, em pouco tempo encostou uma moto ao lado da minha e fiquei conversando com o boliviano que queria saber sobre a viagem, depois ele me falou que moto não precisava ficar na fila, podia ir direto, mas já estava chegando, só tinha uns dois carros na minha frente, logo o frentista veio de avisar do mesmo, agradeci a falei que esperaria minha vez, estava aproveitando para descansar, também tomei um sorvete enquanto esperava.
Depois da motoca abastecida, o estômago começou a reclamar, a fome não era muita, mas já se fazia presente, o café da manhã do hotel foi bom, mas já eram mais de 15:00 hrs. Rodei um pouco e vi um restaurante próximo de um rio com muitos carros parados em frente, entrei, sentei e fiquei observando, logo a garçonete trouxe uns pratos prontos para um grupo que estava em uma mesa ao lado, os pratos eram muito bem servidos, com arroz, salada, batata cozida (com casca) e peixe frito (enorme).
Perguntei se não havia pratos menores (mais chicos) e mais baratos (economicos), a garçonete falou que não, só teriam daquela forma (me entendia com muita dificuldade), pedi então um prato de salada (ensalada) e um suco (del valle de litro em garrafa).
Depois de comer fui ao banheiro e constatei que a higiene não era o forte do estabelecimento, o fundo era cheio de lama, com animais (porco, galinha, etc) soltos e esgoto correndo a céu aberto, com certeza se tivesse ido ao banheiro primeiro, nem comeria alí, felizmente a salada caiu bem no meu estômago e não tive problema algum.
Dali ainda teria mais 330 km pela frente, mas em uma planície gostosa de pilotar, em uma temperatura muito agradável, tendo apenas que me preocupar com as centenas de carros, tipo Toyota Corolla antigo, que fazem o serviço de "lotação" por aquelas bandas.
Passei também por Yapacani, onde tive que enfrentar uma fila enorme, dessa vez de motos, para o abastecimento, não precisa nem dizer que fui o centro das atenções, alguns "mais corajosos" vinham me perguntar sobre a moto e a viagem.
Depois parei em Monteiro para um lanche, quando já começava a escurecer, não é bom pilotar no "lusco fusco", parei próximo de um pedágio (moto não paga) e comi bolacha com torrone e tomei um refri.
Logo a estrada melhorou e segui para Santa Cruz, onde cheguei por volta das 20:30 hrs, minha intenção era ficar no mesmo hotel de 2008, mas não sabia o nome nem o endereço, comecei a procurar as "sugestões" do GPS, mas o trânsito estava complicado e a motoca aquecendo muito, ficava todo o tempo com a ventoinha ligada, nisso avistei um "Burguer King", decidi que a prioridade naquele momento era comer, que procuraria o hotel depois.
Foi uma decisão acertada, comi muito bem, a motoca esfriou e o trânsito melhorou, logo achei o Hotel Suiza e fiquei por lá. O problema é que o atendente me deu as chaves de um quarto que não havia sido limpo, cheguei e estava uma zona, com toalhas jogadas no chão, cama desarrumada, etc, deixei minhas coisa lá (estava com tudo, baú, alforges, capacete, jaqueta, etc) e desci para pedir outro quarto, o recepcionista subiu para ver se era verdade o que eu tinha falado, depois desceu novamente pegar a chave de outro quarto e me levou até lá (no último andar), o quarto era enorme e aconchegante, tomei um banho rápido e sai para a rua, precisava encontrar uma lan house para dar notícias.
Desta vez, saí a pé, passei pela praça que tem ao lado do hotel, depois segui por uma avenida com vários barzinhos e restaurantes chiques (deve ser uma grana comer e/ou beber por lá), depois passei em frente ao Burquer King, atravessei a avenida e encontrei uma lan house aberta, já era quase 22:30 hrs, fiquei só meia hora que logo a lan fecharia, retornei ao hotel com bastante medo de ser assaltado (cidade grande sempre é uma incógnita) mas deu tudo certo.
Estava muito aprensivo sobre como seria o dia seguinte, pois a distância era considerável (mais de 600 km) e teria um trecho de 120 km de terra (segundo informações) e, se chovesse, ficaria impraticável fazer esse trecho em um dia.
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MOTO:
Mobi 81; DT180 83; XLX250 85; Dakar 88; XLX250 85; Elefantre 89; DT200 95; XT600 97; Falc 00; Biz 99; NX200 99; Torn 02; XR 200 96; Tenere 600 90; Torn 06; XT66 08; Falc 06; Torn 05; Fazer250 05; XT66 05; Falc 01; Falc 08; XT66 08; G650GS 10; F800GS 10
Mobi 81; DT180 83; XLX250 85; Dakar 88; XLX250 85; Elefantre 89; DT200 95; XT600 97; Falc 00; Biz 99; NX200 99; Torn 02; XR 200 96; Tenere 600 90; Torn 06; XT66 08; Falc 06; Torn 05; Fazer250 05; XT66 05; Falc 01; Falc 08; XT66 08; G650GS 10; F800GS 10