1º Rally Sertões-Dakar do Mundo - RELATOS CONCLUÍDOS

[Anizio Vilela]

Caracas você não economizou kms não heim!!!!!!!!!! fantástica a sua viagem, muito legal mesmo; tudo muito bem planejado, fotografado, escrito e muito informativo. Parabéns pelo grande números de amigos que tens, pelo maquinão de duas rodas e a grande disposição de viajar. Shooowww de rodas Um grande abraço e até mais

[Fuinessa]

Show de passeio Nelson. Parabéns.
Abraço.

[nelsonbad32]

Beleza Arisio e Fuinessa.

Valeu pela força.

Ainda tenho muitos relatos para escrever e fotos para postar, mas dá uma preguiça...

Mas esta semana volto a escrever, graças a Deus tenho uma boa memória e estou com todos os dados da viagem anotados.

Abraços.

[nelsonbad32]

[nelsonbad32]

Dia 21 - 05/10/2010 - Asuncion-PY à Salta-AR - 1.160 Km

Na noite anterior fui dormir por volta da meia-noite, acordei às 06:30 hrs, coloquei minha roupa de viagem e arrumei minha bagagem, desci às 07:10 hrs para tomar o café da manhã, por volta das 07:30 hrs fui buscar a motoca no estacionamento (a meia quadra do hotel) e subi no quarto (4º andar, com elevador) buscar as bagagens.

Tudo pronto, saí do hotel por volta das 08:00 hrs, ainda parei em uma praça para tirar algumas fotos. O trecho que, em linha reta, dá 10 km (de Asuncion-PY à Clorinda-AR), pelo caminho normal (depende de ponte) deu 50 km e é tudo muito demorado devido ao trânsito, semáforos, depois aduana, fui pegar a estrada, propriamente dita, por volta das 10:00 hrs.

E que estrada, asfalto perfeito, só retão, dava para andar na faixa de 140 a 150 km/h tranquilamente, um pouco mais a frente dei um forão, vi uma moto grande, com baú lateral e acenei, me pareceu uma TDM 900 verde, logo mais atrás vinha outra, pisquei farol e acenei novamente, depois fiquei pensando, caramba eram motos da Policia Carabineira. hahahahaha

Um pouco adiante, vi duas delas paradas na beira da estrada, em um local com árvores, freei, parei e voltei para tirar algumas fotos, conversei com os policiais e foram muito atenciosos, também são apaixonados pelas suas máquinas e adoram o motociclismo.

Por falar em Polícia, nao tive nenhum problema até agora, não fui parado em nenhuma blitz, somente nas aduanas, que também foram muito rápidas e sem burocracia, não sofri nenhum tipo de achaque por propina, nem no Paraguai, nem na Argentina, e sempre foram muito atenciosos e cordiais, várias vezes parei para tirar informações e sempre foram muito precisos, fazendo de tudo para ajudar.

O policial me indicou ir pela Ruta Nacional 81, pois eu ia até Corrientes, me falou que a estrada era ótima, só devia ter atenção com os animais na pista, que eram muitos e de todos os tipos, o que se revelou uma verdade.

Na estrada tinha todo tipo de animal, burros, cavalos, vacas, cabritos, ovelhas, galinha, porco (acredito que era javali, pois as patas eram bem compridas), inclusive também vi uma cobra e um lagarto atropelados, mas o me deu mais susto foi o bicho homem, no final de uma curva (bem aberta), dois em uma bicicleta sismam de mudar de faixa bem na hora que estou passando, freei forte e os pneus cantaram, para voltar a sua pista fazem uma manobra doida e quase caem os dois no meio do asfalto, com certeza não iria atropelá-los, pois não estava muito rápido e dava tempo de parar ou desviar, mas o susto foi grande.

Depois disso tive problema com combustível, já tinha rodado 100 km e fui verificar no GPS qual seria o próximo posto, pois estava em uma região bem deserta, ele informou que o próximo estava a 120 km e aumentando, ou seja, estava para trás (o último que tinha abastecido não estava mapeado pelo GPS), baixei um pouco o rítmo (estava andando entre 130 e 140 km/h), evitando passar de 120 km/h. Com 160 km rodados a moto entrou na reserva e vi no GPS que ainda faltavam 100 km para o próximo posto, eu tinha dois litros de reserva e, se baixasse ainda mais o rítmo daria para fazer, fiquei apreensivo pois não havia nenhuma moto pela região, somente bicicletas (onde tem moto, tem abastecimento). Uns 50 km mais a frente comecei a avistar motos e parei para pedir informações, tinha um mercadinho que vendia combustível, comprei 4 litros e segui em frente, sem precisar mexer na minha reserva e voltando a enrolar o cabo.

Logo termina a Rn 81 e começa a Rn 34 que vai até Salta-AR, parei para abastecer em Embarcacion e continuei em frente, alguns trechos em obras e muitos caminhões, mas fui levando de boa, aconteceu um fato perigosíssimo, mas também foi divertido, estava uma fila enorme de veículos e eu ia fazendo as ultrapassagens e também algumas pickups, em certo lugar, uma pickup ultrapassou um bitrem e eu passei também, depois passamos mais uma pickup, enquanto aguardávamos para fazer outras ultrapassagens, o bitrem deve ter perdido o freio ou o motorista deu alguma mancanda, para não bater na nossa traseira, jogou de frente com os carros que vinham em sentido contrário, foi gente espalhando para todos os lados, as pickups, eu, os carros na outra faixa, sobrou as duas pistas livres para o bitrem, mas ele conseguiu segurar o caminhão e voltamos para a estrada.

Um pouco mais a frente, começou a esfriar, parei novamente para abastecer e coloquei as roupas segunda pele, cheguei em Salta às 22:15 hrs, achei rapidamente um hotel (nem quis procurar muito), tomei um banho e fui comer uma deliciosa milanesa napolitana (parmegiana) e tomei uma Salta de litro, uma delícia de cerveja, ainda fiquei um pouco no centro tirando fotos, com certeza Salta não tem o apelido de "La Linda" à toa.

[nelsonbad32]

Dia 22 - 06/10/2010 - Salta-AR à Maimará-AR - 205 Km

Hoje foi um dia de descanso, acordei às 07:30 hrs e fiquei enrolando até às oito e pouco, tomei o café da manhã (bem simples mas suficiente), depois fui a pé fazer câmbio de dolares para peso chileno (apenas um pouco para não ter problema de falta de moeda), em seguida fui a uma Lan House e cheguei no hotel já no meu horário de saída (fui bem tranquilo, tirando muitas fotos), a camareira já estava mexendo no meu quarto.

Arrumei as coisas, coloquei no hall do hotel e fui buscar a motoca, a coloquei sobre a calçada para carregá-la e várias pessoas me perguntaram sobre a viagem, respondi a todos com cordialidade, não tinha a mínima pressa de sair dali.

Fui até o Cerro Bernardo, que beleza de lugar, dá uma vista maravilhosa de toda a cidade, conversei com algumas pessoas, inclusive com um motociclista de Lujan-AR, que fica próximo de Buenos Aires, curtiu muito a minha viagem, ele tem uma Kawasaki Vulcan 750 e adora viagens, mas desta vez estava com sua esposa, vieram de ônibus.

Filmei uma boa parte da descida do Cerro, deve ter ficado lindo, em seguida fui comer um lanche logo no pé do Cerro, uma delícia, comi um Lomito (bife, ovo, presunto, queijo e salada), com batata frita, além de três deliciosas empanadas.

Conversei um pouco com a garçonete, falando das diferenças dos idiomas, por exemplo, sorvete = canudo e helado = sorvete, também falamos de filmes, viagens, etc. quando saí (por volta das 14:30 hrs) estava tudo tranquilo, só tinha sobrado eu de cliente.

Toquei em frente, ainda não rodei pela Rota 66 nos Estados Unidos, mas já rodei pela Ruta 66 na Argentina. rsrsrsrs

Abasteci em General Guemes, passei por San Salvador de Jujuy e comecei a subir a Cordilheira, que paisagens magnificas, de tirar o fôlego literalmente, fiz algumas filmagens, devem ter ficado ótimas.

Cheguei a Maimará e fui procurar a antiga Hosteria Maimará, do amigo Hector (que já sabia que tinha sumido, quem sabe teria voltado...), hoje no local é o Hostel de um casal de brasileiros de Santa Catarina (Hostel Flor de Maimará), atendimento perfeito, em português, o local está muito mais bonito que antes, tudo muito bem cuidado, logo coloco todos os detalhes.

Depois fui visitar o Mirador, deu um trabalhao para subir, fiquei sem fôlego (estava a 2.800 metros de altitude), mas valeu a pena, uma visão linda da região.

Amanhã vem a pedreira, subir a Cordilheira, já estou sabendo que está sem combustível em Susquez, vamos ver como vai ser, antes de pegar a Cordilheira vou a Tilcara completar o tanque e encher mais duas garrafas pet (já estou com duas cheias).

[Rafael Campos]

Show de roda seus relatos e suas fotos, parabéns pela viagem.
Abraço

[nelsonbad32]

Rafael Campos Escreveu:Show de roda seus relatos e suas fotos, parabéns pela viagem.
Abraço

Valeu pela força Rafael.

Abraços.

[nelsonbad32]

Dia 23 - 07/10/2010 - Maimará-AR à San Pedro de Atacama-CH - 458 Km

O jantar da noite anterior foi complicado, não tinha nenhum restaurante aberto, somente a Casa del Tata (já conhecia da outra viagem, tudo muito caro), não teve jeito, tive que encarar, tudo bem que o hostel foi bem barato (50 pesos), mas não pretendia gastar muito com o jantar.

Apanhei um pouco do cardápio e acabei pedindo uma sugestão da casa, uma tal de Milanesa de Quesilla, imaginava que era um bife a milanesa com queijo, parecido com o nosso Parmegiana que na Argentina se chama Milanesa Napolitana, fiz o pedido e veio um pedaço de queijo quente, passado em algum tipo de farinha e com seis rodelas de tomate ao lado, de imediato pedi mais seis empanadas que aquilo não seria suficiente para minha fome, também tomei uma espécie de suco de um litro e meio, pois precisava da garrafa para transportar gasolina no dia seguinte.

Tive uma excelente noite de sono, arrumei minhas coisas e fui tomar o café da manhã, conversei bastante com a proprietária do Hostel. A motoca passo a noite na calçada, mas não teve nenhum tipo de problema, somente os cachorros que deram uma batizada nas rodas. rsrsrsrsrsrs

Bagagem arrumada e vamos pegar a estrada, já tinha andado alguns quarteirões, mas tinha esquecido de marcar o ponto no GPS, retornei ao Hostel e fiz essa marcação, depois segui para Tilcara para abastecer, fica a uns 10 km de Maimará, enchi o tanque (beeeeem cheio) e fui encher as garrafas, uma que tinha achado na estrada e a do suco da noite anterior, depois das garrafas cheias a que eu tinha encontrado na estrada estava com a tampa furada, vazava um pouco ao apertá-la, fiquei pensando como resolveria, nisso um senhor que também estava enchendo algumas garrafas me arrumou um pedaço de plástico que resolveu plenamente o meu problema.

Segui em frente, com destino a Purmamarca, bem tranquilo e apreciando essa beleza de lugar, essa é a região da Quebrada de Humauaca, além do Cerro das Sete Colores, em Purmamarca, um pouco adiante vejo duas XT 660 à frente, já imaginando que deveria ser o Panico e o Tatá, mas contive a ansiedade, me aproximei e vi que as placas eram de São José dos Campos, ultrapassei, gritei, fizemos a maior festa na estrada, paramos e nos cumprimentamos, falamos rapidamente sobre os dias anteriores e seguimos juntos.

Também fiz algumas filmagens da subida da Cordilheira, mas o frio ia apertando cada vez mais, paramos em um Salar e encontramos com alguns argentinos de moto, conversamos um pouco, mas estavam indo em sentido inverso ao nosso, continuamos em frente, mais adiante paramos para fotografar uma das "retas infinitas" desse trecho, é tudo muito plano com retas a perder de vista, numa dessas deixei a camera com o Tatá para ele fotografar e fui "fazer merda", queria pilotar um pouco no deserto, fora da estrada, subi um pequeno barranco e segui naquele piso de areia e pedras, com um pouco de vegetação rasteira, quanto mais ia andando mais fofo o terreno ia ficando, já manobrei para começar a voltar e a moto foi afundando, antes que atola-se, resolvi pedir ajuda, o Panico veio correndo, eu gesticulava para que ele não corresse, mas não adiantou, chegou quase morto, se segurando na moto para não cair, cabeção, não sabe que na altitude tudo tem que ser devagar.

O Tatá chegou andando e rindo muito do Panico e da situação, pedi para empurrar pelo baú, devagar, o Panico queria fazer rodar a roda dianteira, falei que não era necessário, a moto não estava atolada, era só um apoio para ela voltar a rodar, começaram a empurrar muito forte e parei novamente, parece que estavam querendo me derrubar. rsrsrsrsrs. Na segunda tentativa deu tudo certo, empurraram devagar e já fui pegando piso um pouco mais firme, foi muito divertido esse trecho, depois ainda tiramos mais algumas fotos da ilusão de ótica na estrada.

Seguimos para Susquez e apanhamos um pouco para achar o posto de gasolina (mesmo com o GPS), as ruas são bem desencontradas e o posto não tem cobertura, mas deu tudo certo e abastecemos as motocas (apesar da informação no dia anterior que não havia combustível em Susquez) e seguimos em frente, já estávamos com fome, mas não achamos nenhum lugar agradável para comer, por isso detonamos com as bolachas que o Panico e o Tatá tinham.

Fomos até o Paso Jama e comemos deliciosos lanches no Posto YPF, a cobertura foi completamente refeita e está atendendo normalmente, eles também abasteceram e eu coloquei o combustível de duas das minhas garrafas.

Seguimos para a Aduana e fizemos os tramites, não sei se é devido ao aquecimento do local, mas não me senti muito bem por lá, logo chegamos na fronteira entre Argentina e Chile, paramos para tirar algumas fotos e o Tatá derrubou sua motoca (segundo o Panico, pela terceira vez. rsrsrsrsrsrs), sem nenhum dano, continuamos em frente, mas cada vez a gente subia mais, chegamos a 4.840 metros de altitude e andamos uns 100 km nessa faixa, e frio estava demais, tive que parar para colocar mais roupa, ainda nessa altitude e com um vento fortíssimo fomos parados pela polícia chilena, mas foram muito atenciosos, verificaram nossos documentos e nos liberaram, estávamos morrendo de medo de anoitecer na estrada, pois o frio seria ainda muito maior, mas logo começamos a descer e descer e chegamos em San Pedro de Atacama (fica a faixa de 2.800 metros de altitude), passamos pela Aduana sem problemas, fizeram uma revista bem tranquila nas nossas bagagens e nos liberaram.

Fomos procurar um hotel e acabamos ficando no Don Raul Residencial, fechamos a 50.000 pesos chilenos para nós três, depois de um bom banho saímos para trocar dinheiro e comer (além de tomar umas cervas, claro), logo encontramos com o Barbosa e a galera dos Tornadeiros, fomos fazer cambio de moeda, mas acabamos por ir jantar em lugares diferentes.

Comemos uma deliciosa Parrilada (espécie de churrasco) e tomamos vááárias cervejas, infelizmente só tinha Cristal e Escudo em lata, se tivesse de litro rendia bem mais.

Não tive uma boa noite de sono, acordava muito durante a noite, o ronco da galera nem atrapalhou, eu que não estava muito bem mesmo.

[cris vinhedo]

Caraca,Nelson!!!

Que aventura fascinante!!!Estou acompanhando os relatos e babando com as fotos e lugares!!!
Parabéns por esta disposição, este espírito de aventura que move vc para passeios tão incríveis!!

Gd abraço e fico aguardando os próximos relatos...ATACAMA!!!!!