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12.707 km - 29 dias em uma viagem no Sul do Mundo!
#1
Amigos do SaharaManíacos, mais uma vez nas férias, subo em minha moto, e a coloco para rodar em busca de um destino “saindo do lugar comum” como diria Cícero Paes ... venho agora compartilhar os momentos e experiências que tive em minha longa viagem ao Ushuaia.

Relato viagem para Ushuaia

Dia 1 – 27-12-2010. Florianópolis-Porto Alegre: Hj o dia estava muito agradável para viajar, chegamos em Porto Alegre às 16h e fomos recepcionados pelo Elvis. Logo deixei a bagagem na casa dele e emprestei minha moto para ele me levar para comprar um filtro de óleo, já que sua DR 800 estava na oficina fazia mais de dez dias. Após, fomos de carro fazer um rápido passeio pela cidade e bater algumas fotos do por do sol no gasômetro. Encerramos o dia cedo para seguirmos viagem amanhã.

Usina do gasômetro
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Estátua da Elis Regina
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Pôr do Sol
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Dia 2 – 28-12-2010. Porto Alegre-Punta Del Este: No fim desse dia, a moto constava 1294 km rodados de viagem. Novamente o tempo estava ótimo para viajar. Somente um pouco de vento lateral na reserva de taim, próximo da divisa ... mas para quem está indo para o Ushuaia, o vento lateral é será um companheiro e não um problema. A aduana no Uruguai estava bastante cheia, mas o trâmite foi rápido, o pessoal lá mal olhou os documentos e não pediram o seguro carta verde. Passada a divisa, chegamos sem problemas a Punta Del Este. Pegamos um pouco de trânsito em La Barra... a cidade estava bastante agitada. Realmente Punta é um local bastante elitizado, pena que para quem tem um litoral como o Brasileiro, especialmente o de SC, modéstia à parte, não vê nada de especial na praia de Punta, mas a estrutura que eles dispõe é de tirar o chapéu: as mansões, a organização, limpeza, os cassinos e a badalação. Para quem gosta de agito e badalação, lá é o lugar. O destaque negativo de hoje foi a pizzaria El mundo Del pizza, além de mal atendidos, com gracinhas sem graça do garçom, a pizza média é vergonhosa no tamanho e não estava boa. O positivo foi o Hotel Alhambra, apesar de mais caro que o ideal, foi bastante satisfatório. De noite, demos uma volta a pé, fomos ao cassino e cama ... amanhã iremos para Colonia del Sacramento.

Adendo sobre minha primeira experiência jogando poker para valer: Nesta noite, pela primeira vez fui jogar poker valendo grana. O buy in mínimo era de US$ 150 para o jogo de US$ 3/6. Entrei com US$ 200,00 e ocupei meu lugar logo após o botão passar por mim. Como estava bastante ansioso, esperei uma órbita para somente jogar quando fosse minha vez de ser o big blind, assim também poderia ter uma noção do perfil dos jogadores. Nesse aguardo o jogo estava bem morno, nunca passando do flop, e logo na minha primeira mão, saio com um 10 e J de ouro e pago um raise pré-flop de US$ 26. O flop me aparece 5ouro, 9espada, 10paus. OBA, estou com um top pair, portanto como sou o primeiro a apostar, já que o small blind correu, coloco pressão com uma aposta de US$ 40. Dois jogadores me pagam e no turn me vira um Kespada. PUTZ, uma scary card. Não tive coragem de manter demonstrando força e apenas checkei, o próximo jogador deu all in e o outro pagou. Não me sobrou outra opção a não ser correr. Os dois tinham J e Q e fizeram uma sequencia e dividiram o pot. Lá se foi US$ 66 na primeira mão, mas pelo menos o jogo ganhou emoção logo que comecei a jogar. Depois de várias órbitas consegui ficar com US$ 188 dos US$ 200 e já estava na hora de eu sair da mesa, pois tinha estourado a 1h de jogo que tinha combinado com a Fran e no Poker Room só entra os jogadores. Ela ficou na área do cassino e do hotel. Então fui jogar minha última mão e veio K e J off. Como era minha última mão, apesar de ser um jogo ruim, paguei o big blind e o cara da minha esquerda aumenta para US$ 26 ... ah, na ultima mão vamos pagar pelo menos o flop. Não veio nada de bom ... a mesa roda em check e o mesmo cara dá um raise de US$ 60. Corro, dou 0,50 cents ao croupier e saio com um prejuízo de US$ 38, mas satisfeito com o meu joguinho.

Primeira divisa!
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Mão na areia.
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Uma das praias de Punta del Este
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À noite rumo ao Conrad
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Dia 3 – 29-12-2010. Punta Del Este-Colonia Del Sacramento: Como hj o deslocamento não era longo, não tivemos pressa de sair do hotel, passeamos mais um pouco pela orla e fomos em direção a Colonia Del Sacramento. Inicialmente pensei em desviar de Montevideo para evitar trânsito, mas mudei de idéia, pois queria que pelo menos a Fran passasse pela capital do país e assim fizemos. Almoçamos em Montevideo e seguimos viagem. Chegamos em Colonia Del Sacramento e a primeira coisa que fizemos foi comprar as passagens do buquebus para amanhã, depois procuramos hotel para pernoitar. Num desses sobe e desce da moto para pedir informações por hotéis, a Fran ficou montada na garupa e quando fui subir novamente, minha calça prendeu na pedaleira e não deixou eu apoiar corretamente o pé no chão. Fui caindo em câmera lenta e felizmente tinha uma árvore onde pude apoiar as costas e segurar a moto com o joelho e com o braço fazendo muita força ... detalhe que a Fran ficou em cima da moto e não desceu quando a moto começou a pender, mal tive força para falar “cara***, desce Fran”, aí ela desceu e me ajudou a colocar a moto direito novamente... certamente foi uma cena hilária a moto pendendo para o lado oposto do pezinho em câmera lenta, eu escorado na árvore, aguentando a moto a uns 50 graus de inclinação, sem força nem para dar um berrão para a Fran vir me ajudar logo. Depois achamos um hotel onde fomos muito bem recebidos, apesar do quarto um tanto pequeno, o Casa Los Pinos. Passeamos pela centro histórico e ao final do dia fomos comer um chivito ... apesar de gostoso, estava bastante gorduroso, e depois fiquei sabendo que deveria ter pedido com pão, penso que ficaria melhor, pois parece um sandubão, com ovo, que acompanha salada, batata frita e maionese no prato.

Chegando em Colônia
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Pôr do Sol em Colônia
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Colônia
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Chivito ... sem pão
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Dia 4 – 30-12-2010. Colonia Del Sacramento-Buenos Aires: Embarcamos no buquebus por volta das 10:30, o barco saía às 11:15, depois de enfrentar um pouco de fila na imigração, lá estávamos com a moto dentro do buquebus. As motos são amarradas para que não aja nenhum tombo por causa do chacoalhar do barco ou do vento. Fui no buquebus rápido que faz a travessia em 1h, achei a viagem bastante confortável, o barco praticamente não balança e ainda tem lanchonete e free shop. Conheci vários brasileiros no barco, pois haviam mais umas 6 motos de brasileiros, sem contar os que estavam de carro ou estavam de mochilão. Outra coisa é que em Buenos Aires também vi muitos brasileiros quando caminhei pela cidade para conhecer a praça do governo, a igreja matriz e Puerto Madero. Felizmente também cruzei com carros do rally quando estava rodando de moto pela cidade. Fomos num shopping indicado pelo GPS que deve ser um dos piores da cidade. A praça de alimentação tinha um cheiro estranho, mas mesmo assim tivemos coragem de almoçar lá. A Fran pediu um bife a cavalo sem ovo, vê se pode ... hehehehe ... eu pedi o mesmo e o meu veio com 2 ovos pelo menos. Aí achamos com facilidade o hotel reservado, começamos a conhecer a cidade a pé, paramos numa loja para comprar adaptadores, pois as tomadas daqui são tipo as antigas de ar condicionado aí do Brasil, com três pinos assimétricos, ou seja, não era possível carregar nenhum equipamento. Amanhã devemos ir onde estão os competidores e os carros do rally na Sociedad Rural Argentina.

Buquebus passando ao lado do nosso
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Dentro do navio
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Motos amarradas
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Obelisco logo na chegada
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Carros do Dakar
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Dia 5 – 31-12-2010. Buenos Aires: Hj tiramos a manhã para descansar aproveitando que o café da manhã ia até ás 11hs. Após, fomos em um shopping na cidade, presenciamos uma manifestação de umas 7 pessoas que fecharam a av. Coriente, passeamos em frente ao congresso nacional, fomos ao caminito e La Bonbonera. Pena que estes dois últimos estavam fechados ... amanhã faremos nova tentativa, pelo menos tomamos uma Quilmes de 1 litro em um bar local. Também fomos na Sociedade Rural Argentina para ver os carros, caminhões e motos do Rally Dakar de perto. Pena que não foi tão de perto assim, pois só poucos veículos estavam fora da parte fechada e não tive nenhum contato com os competidores. A largada será amanhã de tarde no Obelisco. Lá encontrei o Brox, o Renatão e mais vários motociclistas brasileiros, uns que já tinha encontrado em Colonia do Sacramento e outros que estávamos conosco no Buquebus. A noite fomos ao Obelisco sem reservar nenhum restaurante e morrendo de fome ... Por sorte achamos uma pizzaria logo na esquina onde os funcionários estavam dando pingo em gota de água e conseguimos jantar, pois os outros restaurantes que pesquisamos só estava trabalhando com reservas. Depois de comer, achamos novamente o Brox e vários brasileiros numa mesa numa mesa de um bar ao lado do Obelisco. Foi engraçado estar em outro país e passar a virada do ano ao lado de diversos brasileiros, sem sombra de dúvidas éramos maioria naquele ponto da cidade.

Casa Rosada
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Manifestação em Buenos Aires
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Praticamente um nativo argentino
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Congresso e outros atrativos
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Encontrando os SaharaManíacos em Buenos Aires no Dakar
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Maça do amor com pipoca? Argentino é bicho estranho!
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Caminito vazio
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Na festa de virada de ano
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Dia 6 – 01-01-2011. Buenos Aires: Acordamos sem pressa e fomos ao caminito, assistir um tango e almoçar por lá, depois uma visita a La Bonbonera, que desta vez estava parcialmente aberta e pude entrar na arquibancada. Engraçado que pela quarta vez na viagem fiquei batendo um papo em inglês com outros turistas. Uma vez eu dei informações em colônia Del sacramento, outra foi conversando com um cara do pedágio, outra no caminito com uns franceses e agora com uma família americana que veio puxar papo quando entrei no estádio. Após, voltamos para o centro da cidade para prestigiar a largada simbólica no Obelisco. À noite, para fechar minha estada em Buenos Aires, fomos ao Siga La Vaca em Puerto Madero e comemos muito, praticamente saímos rolando. Demos uma caminhada para tentar ajudar a digestão e fomos dormir. Sobre a capital da Argentina, apesar de ter visto várias partes pixadas, me pareceu bastante organizada e com muitos atrativos, em especial a Puerto Madero e o Tango, onde em várias partes da cidade há apresentações e casas especializadas na dança.

Caminito ... agora sim com tango
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Êpa ... espera aí!
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Pensa que não tem vingança?
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La bonbonera estava surradinha
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Largada do Dakar.
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No final do dia, comer até não aguentar ...
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Passeio no Puerto Madero
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Dia 7 – 02-01-2011. Buenos Aires-Bahia Blanca: Depois da comilança de ontem, não tive forçar para levantar às 7:30, horários que coloquei o despertador. Levantamos umas 9h e saímos às 10h. Mesmo assim o deslocamento ocorreu sem problemas e antes as 18h já estava em Bahia Blanca, em um quente e ensolarado dia. Nos hospedamos no Canciller, fomos jantar no Mac e cama para agüentar novo deslocamento amanhã.

Aqui começa a patagônia
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Uma fotinho de uma das paradas.
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Dia 8 – 03-01-2011. Bahia Blanca –Trelew: Hoje o dia foi intenso. Rodamos pouco mais de 800 km. Saímos umas 9:40 e antes do almoço paramos em uma barreira sanitária onde foi necessário abrir os 3 bauletos da moto. Felizmente o cara não pediu para tirar tudo, pois a maioria das coisas estavam em sacos plásticos e não era possível ver o que tinha dentro, ele só perguntou se eram só roupas, se levávamos frutas e nos deixou seguir. Na hora do almoço decidimos parar em Viedma e perdemos muito tempo até achar um local não muito caro e razoável para almoçar. Após isso fomos parados em uma blitz policial onde nos pediram documentos de habilitação, da moto e o seguro carta verde. O policial nem conferiu a placa da moto, se preocupou mais em conferir o seguro carta verde e se a apólice batia com o CHASSI da moto. Fui bem atendido pelo policial e continuei viagem. Após algumas horas, o céu na minha frente ficou preto, com várias tonalidades escuras e o vento estava estranho, pensei que pegaria a maior chuva da minha vida. Logo parei para colocar as capas de chuva e a bota 7 léguas, complementando as roupas de moto que usávamos, que apesar de serem vendidas como completamente impermeáveis, preferi garantir com esse complemento. Tomei o cuidado de não parar perto de nenhum ponto mais alto, como árvores e postes de luz, dentro do possível, pois aqui era tudo praticamente plano. Enquanto colocávamos a roupa, a chuva começou a cair grossa e gelada, quando caiu um raio que atravessou um poste de luz próximo e acertou o chão a uns 5 metros da Francielly! Eu só vi as faíscas saindo do chão, a Fran disse que viu o clarão do raio completamente, desde o céu até o chão. Realmente foi algo assustador e impressionante. A chuva de fato engrossou, porém apenas pegamos uns 10 minutos de chuva intensa, penso que não valeu a pena colocar as capas de chuva, ainda porque depois de ter passado a chuva tivemos que tira-las, pois o calor veio com tudo novamente. Antes de chegarmos em Trelew, fomos parados em mais 3 barreiras sanitárias. Em duas, só perguntara se levávamos só roupas e nos deixaram passar, na última, um dos policiais me pediu os passaportes. Enquanto ele checava os documentos, mais uns 4 policiais se aproximaram e 1 deles começou a falar em inglês, perguntando meu nome e da Fran. Respondi em inglês que falávamos português pois éramos do Brasil. Ele achou engraçado e deixou o primeiro continuar a abordagem. Este falou que estava tudo certo e perguntou para onde íamos. Falei meu destino no dia e que me dirigia a Ushuaia. Ele começou a me dar dicas. Logo saquei o meu mapa e pedi para ele anotar os caminhos que estava indicando. Penso que serão úteis as dicas. Antes de seguir viagem, o policial que veio falando inglês perguntou para qual time torcia. Respondi Palmeiras, ele fez uns comentários e tratei de sair dali. Fiquei com a nítida impressão que este que achou que eu era gringo se aproximou no intento de tentar extorquir algum incauto. Acho também que ele pensou que eu era gringo, porque um casal dos EUA deveria ter passado um pouco antes de eu chegar, pois encontrei num posto um casal com placas de Utah e conversei com eles. No trecho entre Viedma e Sierra Grande, quase ficamos sem combustível. Paramos em 3 postos e não havia gasolina!. Rodei uns 40 quilômetros com a reserva clamando por um posto. Foi bem tenso. Depois de tantas coisas, chegamos em Trelew e nos hospedamos no Hotel Touring e jantamos numa cafeteria.
P.s. Pensamento do dia: Se um dia eu tiver uma Hayabusa ou outra moto do gênero, quero rodar nas retas da Ruta 3 Argentina. Aqui não há fiscalização do limite de velocidade e a velocidade normal do tráfego é de 140 km/h

Aqui sim tem retas intermináveis
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Local para descanso em uma das raríssimas árvores da Ruta
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Tempestade à frente
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Dia 8 – 04-01-2011 Trelew-Puerto San Julian. Já que os dias são longos aqui no sul, tenho pegado a estrada por volta das 10 horas. Hoje, já antes do almoço tive fortes emoções. Parei em um posto em Uzucudum que não tinha gasolina e no outro que tinha havia uma grande fila. Dessa forma, deixei para abastecer na próxima cidade, que seria Guayalde, porém lá não havia gasolina também e fique em um dilema: ou voltava uns 80 km para o posto que sabia que tinha que gasolina ou tocava mais 160 km para o próximo posto na incerteza de haver gasolina e ainda tendo que levar em conta que a moto consome muito mais nos ventos que tem na patagônia. Como tinha 2 garrafas de 1,5l com gasolina que tinha guardado do dia anterior, coloquei no tanque e arrisquei ir em frente. Para garantir o sucesso da missão, “grudei” atrás de um caminhão de tijolos, igual os malucos de 125 cc fazem no Brasil e rodei 140 km a 80/90 km/h, para não sofrer a resistência do vento no vácuo do caminhão. Nessas condições, a penúltima luz do combustível que normalmente faz de 30/40 km e apaga, rodou 85 km! Ufa, deu certo e cheguei em Comodoro Rivadávia, porém o primeiro posto também esta sem combustível e lá fui eu rodar mais 5 km só no bafo. Finalmente gasolina! No segundo posto havia petróleo. Quando estava abastecendo, chegou um casal americano de V-Strom e fui conversar. Eles estavam com problemas na embreagem da moto, porém entrariam na Península Valdez. Disse que se fossemos para a mesma cidade, tentaria ajudar no final do dia, a única dica que poderia deixar é pesquisar a concessionária Suzuki mais próxima pela internet. Disseram que tocariam assim mesmo... pelo jeito o problema não era tão grave. Passada Comodoro Rivadávia, a vegetação muda um pouco, em primeiro lugar, porque esta cidade é litorânea e tem um visual bacana, pena que a praia seja mais de pedregulhos do que de areia ... fomos conferir. Depois, o visual da ruta muda, aparecem algumas montanhas e vales e é necessário diminuir bastante a velocidade em decorrência dos fortes ventos e dos animais na pista (aqui começa a ser muito comum ver guanacos, emas e algumas lebres atravessando a rodovia). Ao final do dia, chegamos em Puerto San Julian, onde foi realizada a primeira missa da Argentina e onde serviu de principal ponto do ataque às Malvinas. Pegamos um hotel, fomos jantar em um restaurante onde uma família puxou papo conosco querendo saber um pouco da nossa viagem e de dicas de turismo no Brasil, pois pensam em vir para cá. O engraçado é que no final, os dois filhos da família vieram perguntar mais umas coisas do Brasil e no final 1 deles beijou a Fran e veio para me beijar também ... estranhei, dei a mão, mas mesmo assim ele me beijou ... depois a Fran ficou tirando sarro da minha reação. Na verdade, acho que o menino não era viadão, só tentou se aproximar e se achou íntimo, mas de qualquer forma foi bem estranho. Depois desse episódio ainda vimos um argentino muito engraçado com uma baita cabeleira tipo Valderrama na rua ... aí foi para fechar o dia e só nos restou dormir. Outro ponto interessante no dia de hj é que perante a imensidão dos estepes patagônicos, em cima da moto nas retas da Ruta 3, minha mente começou a divagar sobre o problema da superpopulação mundial, questões de território para os povos e para produzir comida e eu rodando horas e horas num local desabitado. Em uma conta grosseira as 7 bilhões de pessoas do mundo divididas por 8.514.876 km2, que é a área do Brasil, se chega a 822 hab/km2, muito menos que os 5.847 hab/km2 da cidade mais densamente povoada do mundo que é Tóquio. Ou seja, se colocar todo mundo dentro do Brasil, não se alcança uma densidade demográfica fora da realidade e ainda sobra todo o resto do território mundial para que sejam preservadas as matas, produzidos os alimentos e extraído os recursos necessários dentro de um consumo razoável. Penso que se fosse assim, não seria difícil manter o equilíbrio do ecosistema. Porém, conciliar culturas e povos tão diferentes num mesmo território só seria viável com um governo mundial, aí nos aproximaríamos da visão que Aldous Huxley teve em “Admirável Mundo Novo” e eu não estou disposto a abrir mão da minha liberdade de conhecimento, de consciência, de trabalho, de religião e de escolha sob o pretexto de ser massa de manobra de um governo global para que tudo se mantenha dentro da normalidade planejada ... putz, aí viajei longe demais e volto a prestar atenção na minha pilotagem, na paisagem, no momento que estou vivendo.

Comodoro Rivadávia
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Animais na pista
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Ruta
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Dia 9 – 05-01-2011 Puerto San Julian-El Calafate. De manhã, tirei uma foto no MIG que tem na orla de Puerto San Julian e logo pegamos a estrada. Em todos os postos que haviam na ruta eu abastecia, não importava se aceitavam cartão ou não, se só tinham Premium ... Decidi, também, mudar meu roteiro inicial que era seguir direto sentido Ushuaia para passar na ida em El Calafate. Como estava vindo do norte, passei pela primeira entrada para esta última cidade que seria pela Ruta Estadual número 9, mas como é de rípio, a maioria dos motociclistas brasileiro não recomenda ir por aqui, mas sim descer até Rio Gallegos e depois ir em direção a El Calafate. No entrocamento da Ruta Nacional 3 com a mencionada ruta 9 havia uma placa indicando 240 km até El Calafate. Naquele momento eu tinha gasolina o suficiente para cumprir tal distância, considerando que tinha abastecido faziam apenas uns 40 km e ainda tinha 3 litros na bagagem, porém seguindo o conselho dos que me precederam, continuei pelo asfalto. Certamente, daquele ponto, onde seriam necessário rodar 240 km, rodei mais de 500 km. Não sei se fiz um bom negócio em ir pelo asfalto, pois o caminho mais que dobrou, apesar de saber da dificuldade de pilotar no rípio e com o vento que peguei nesse caminho. Perguntei as condições da mencionada Ruta para um guarda e ele disse que estava boa. Agora, não dá para chorar sobre o leite derramado ... cheguei em El Calafate por volta de umas 6 horas e no primeiro posto da cidade, o caminhão de gasolina tinha acabado de chegar e o posto estava fechado para encher os reservatórios, como queria aproveitar o dia para conhecer o Glacial Perito Moreno, não fiquei esperando e segui. No outro posto da cidade não havia gasolina... fiz uma rápida conta com os 3 litros da bagagem e segui para os 145 km, ida e volta que separam a cidade do Glacial. Este atrativo turístico é maravilhoso, não há como descrever! Dá vontade de ficar horas e horas observando aquela paisagem. Na volta, aquela agonia de novo por causa do combustível e fiz um trajeto atrás de um ônibus para poupar gasolina ... deu certo, porém o posto que tinha combustível, aquele mesmo do caminhão que tinha chegado, tinha fila para abastecer! Agora não havia escolha, fiquei na fila e enchi o tanque e as garrafas. Passado esse perrenge, tomei um ótimo café no Kau Kaleshen e dormi em um dos melhores quartos da viagem no Hotel Sierras Nevadas a 300,00 pesos.

Puerto San Julian
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Glacial Perito Moreno
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Dia 10 – 06-01-2011 El Calafate-Cerro Sombrero. Depois de tomar o melhor café da manhã da viagem, até agora, no hotel Sierra Nevada, fomos em um só tiro até Rio Gallegos. Quando a moto completou 307 km deu pane seca a 6 km do posto de gasolina. Fez a péssima média de 13,95km/l andando a 140km/h com vento lateral, sem ser contra. Coloquei 3 litros que levava na bagagem, rodei os 6 km restantes até o posto e entrou 19,6 litros no tanque, comprovando que a capacidade é de aproximadamente 22 litros mesmo, conforme consta no manual. Enchi o tanque e as garrafas, almocei e segui viagem. Depois, primeiro vem a aduana de saída da Argentina, que foi cumprida com agilidade. A do Chile foi um pouco mais burocrática, mas também sem problemas. Não revistaram minhas coisas, só perguntaram se não levava alimentos. Passada a burocracia, segui pelo asfalto até chegar na travessia do estreito de Magalhães. Quando cheguei um barco tinha acabado de sair, então esperei o próximo, bati umas fotos e fiquei vendo os adesivos colados no vidro de um antigo albergue. Como levava um adesivo dos SaharaManíacos na mala do tanque, registrei a passada de um membro do grupo por ali! Atravessado o canal, o asfalto segue até a pequena cidade de Cerro Sombrero, cidade onde dormi. Na primeira pousada que parei, queriam a exorbitante quantia de 47.000 pesos Chilenos ou 431 pesos argentinos por uma noite. Neguei, parei no posto para abastecer e fui para a próxima opção. Era uma pousada onde a dona tinha uma grande casa e alugava os quartos e tinha um banheiro coletivo. Como não havia mais ninguém hospedado e o preço seria de 16.000 pesos Chilenos, não titubiei em ficar ali, apesar de na frente da casa ter uns ornamentos estranhos, como um osso de baleia. Fui até o supermercado comprar um refri e um chocolate, pois jantaríamos uns salgadinhos e barras de cereal que carregávamos e aproveitei para mandar notícias por e-mail, pois tinham uns computadores com acesso a internet no supermercado. Durante a noite, a Fran ficou com um pouco de medo do ambiente e do “hotel” e não dormiu bem, mas tudo ocorreu bem.
P.s. Hj parei de contar quantas vezes os frentistas já derrubaram gasolina no tanque da minha moto. Parece ser algo comum na Argentina abastecerem sem o devido cuidado.

Estreito de Magalhães
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Devidamente adesivado
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Nossa pousada ... estranho ...
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Dia 11 – 07-01-2011 Cerro Sombrero-Ushuaia. Tomamos o simples café da manhã da pousada e comecei a colocar as bagagens na moto. Nesse tempo a Fran ficou conversando com a única funcionária, a mesma que parecia bem estranha no dia anterior. Deu para saber que ela somente era tímida, mas bem simpática. Os verdadeiros donos do lugar estavam viajando e ela estava quebrando um galho. Seguindo pela cidade logo um cara de camionete me cumprimenta e paro para perguntar a respeito da dica que um policial tinha me dado dias atrás, a respeito de não seguir pelo caminho principal para o Ushuaia, e sim para Onesim, onde o rípio estaria melhor. O cara me reponde que está indo para o Ushuaia e que haviam 3 caminhos para o Ushuaia, o principal, o por Onesim e um melhor que ele faria, e que era para eu acompanha-lo. Aceitei e fomos. O cara tava voando baixo com uma Hilux e eu tentei acompanhar, mal estava acostumado com o rípio e já rodava a 110 km/h para não perde-lo de vista. Depois que o cara deu uma derrapada numa frenagem antes de uma curva, eu ter passado um susto numa outra curva e passarmos por uma parte ruim de rípio, muito solto, onde tive que diminuir a velocidade, resolvi seguir o meu ritmo e deixar o cara disparar na frente. Felizmente ele parou nos cruzamentos para indicar para onde deveria seguir. Próximo da aduana do Chile, peguei uns trechos úmidos de rípio que tornaram a pilotagem bem difícil e perigosa, além de ter que parar para colocar mais roupas pois o frio e o vento chegaram forte. Após entrar novamente na Argentina, o asfalto volta e a viagem rende mais. Paramos em Rio Grande para abastecer e almoçar e conhecemos um cara que viajava sozinho de Lander e tb rumava ao Ushuaia. No trecho entre Rio Grande e o Ushuaia pegamos a primeira chuva da viagem para realmente separar os meninos dos homens, pois foi um teste para nosso equipamento e para a resistência ao frio. Fico imaginando aqueles que fazem esse caminho no inverno, ou estão realmente muito equipados, ou são muito resistentes, ou são muito malucos mesmo. Chegada a cidade, o frio continuava a nos castigar, mas o visual e o sentimento de ter chegado no fim do mundo compensava. De fato o fim do mundo é longe, é frio, mas é maravilhoso. Tratamos de achar uma pousada para nos aquecermos e deixamos para conhecer melhor a cidade no outro dia. Só batemos fotos na placa do centro da cidade. Ficamos no Hostel Aonikenk.

As Malvinas ainda dá muito pano para manga
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Tava longe?
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Agora tá perto!
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Próximo ao Ushuaia. Penso que é uma das fotos mais bonitas que bati
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Primeira foto na cidade!
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À noite, depois de um merecido banho
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Dia 12 – 08-01-2011 Ushuaia. Hj descansamos bastante na parte da manhã, almoçamos e compramos bilhetes para ir de barco passear pelo canal de beagle e ver os leões marinhos e pingüins. O passeio foi muito legal, conhecer a fauna marítima patagônica de perto. A noite, comemos empanadas no Lupita e cama.

No catamarã, conhecendo o Estreito de Beagle
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Dia 13 – 09-01-2011 Ushuaia. Não poderia ir embora do Ushuaia sem bater uma foto da placa que indica o final da Ruta 3, que fica no Parque Nacional. Depois de bater umas fotos no centro da cidade, fui para lá e me diverti pilotando em uns 30km de rípio com a moto sem bagagem. Chegando ao final dessa importante estrada argentina é possível ter um visual magnífico da Bahia Lapataia, onde se rende boas fotos. Após, voltamos para o hotel para um banho, pois estávamos cobertos de poeira e fomos para um city tour que tínhamos direito devido ao passeio de barco ontem. No horário combinado, entramos no ônibus e iniciamos o passeio. Até que tudo estava ocorrendo bem, mas o passeio foi encerrado antes por problemas no ônibus, mas ainda deu para apreciar um show de tango que estava incluído, onde diferente do que eu esperava, a apresentação não era de dançarinos, mas sim de um cantor. Foi bem interessante. A noite tomamos um excelente café no Tante Sara e compramos vários chocolates no Ovejitas de La Patagonia. Voltamos ao hotel, deixamos nossas coisas já encaminhadas para partir cedo no outro dia do fim do mundo.

Parque Nacional do Fim do Mundo
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Dia 14 – 10-01-2011 Ushuaia – Cerro Sombrero. Hj foi o dia de cão da viagem. Para começar saímos do Ushuaia com chuva, mas como estávamos vestidos com moletom, roupa de moto com forro térmico e mais uma capa de chuva por cima para garantir a impermeabilidade do conjunto, o frio dessa vez não foi problema, porém, antes de Rio Grande a chuva parou e o vento veio forte! Dessa vez pude provar o verdadeiro vento patagônico. Cheguei a rodar a menos de 75 km/h. Mas ainda o pior não havia chegado. Depois de passar das duas aduanas, tinha 150 km de rípio para enfrentar sob este vento fortíssimo. Não pensei em desistir e segui em frente devagar. Escolhi fazer o caminho principal, e não o “atalho” que fiz na vinda, porque imaginei que o rípio estaria mais firme. Tinha momentos que rodava a 15 km/h, quando vinha carros na direção contrária ou quando abria para os carros passar, mas depois que pegue o jeito, conseguia rodar a 60 km/h, e quando o vento não era totalmente lateral até uns 85 km/h. Foi bastante cansativo, perigoso e exigiu minha pilotagem, mas ao final comemorei a superação dessa dificuldade sem nenhum contratempo maior. A ressalva é que na aduana do Chile me fizeram abrir os bauletos laterais e suas portinholas, na pressa, não fechei direito e com a vibração do rípio, uma das portinholas se abriu e perdi uma caixa de barras de cereal e a minha luva direita da SOLO. Passado o rípio, abasteci em Cerro Sombrero e acelerei até a balsa, ignorando o vento lateral, já que estava no asfalto. Cheguei a alcançar 130 km/h em linha reta com a moto muito inclinada para compensar o vento. No Estreito de Magalhães a balsa não estava em funcionamento justamente por causa do vento e do mar agitado. Logo se formou uma grande fila de carros. Esperei aproximadamente 1:30 e voltei 45 km para Cerro Sombrero para pernoitar. Fiquei na mesma pousada de antes. Durante a noite, vários motoristas apareceram, pois o transporte pela balsa não havia reaberto. Felizmente tomamos rapidamente a decisão acertada de não esperar muito pela balsa e pegamos o melhor quarto da pousada e já tínhamos tomado banho quando o resto do pessoal apareceu, lembrando que o banheiro era coletivo. Fomos dormir cedo para tentar novamente no outro dia.

Uma das dificuldades da volta no rípio
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Esperando o barco ... fiz amizade com o cachorro ... hehehe
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Dia 15 – 11-01-2011 Cerro Sombrero – Puerto San Julian. O dia amanheceu com uma leve garoa, mas sem o forte vento do dia anterior, felizmente! A balsa estava em pleno funcionamento e as águas do Estreito de Magalhães estavam calmas. Passada as aduanas, onde a da Argentina estava bastante cheia, chegamos em Rio Gallegos. Quando estava entrando na cidade a moto deu pane seca e por sorte, no embalo, consegui leva-la até a esquina de um posto ... só precisei atravessar a rua empurrando. Depois desse susto, troquei o óleo e o filtro do óleo da moto pela primeira vez na viagem, na concessionária da Yamaha, com 6.200 km rodados. Paguei 55 pesos por cada litro de óleo e mais 120 pela troca! UM ROUBO! Falei que só pagava esse valor se trocassem o óleo naquele momento. O cara disse que faria, destacou um mecânico para me atender e então aceitei pagar. Almocei e segui viagem em direção a Puerto San Julian, onde decidi pernoitar. Nesse trecho decidi fazer a primeira média de consumo da moto sob vento moderado a forte, contra, que peguei hj. Rodei 245.2 km e entrou 19,8 litros, resultando na média de 12,38 km/l, ressaltando que nos primeiros 130 km, enrolei o cabo forte, mantendo 140/150 km/h sob o vento, mas quando a segunda luz do marcador apagou nessa quilometragem e na incerteza de onde conseguiria combustível, comecei a rodar a 110/120 km/h. Mesmo tendo minha moto o tanque de 22 litros e uma autonomia razoável, frente aos ventos que se pega por aqui, os valores que estamos acostumados a considerar no Brasil não podem servir como parâmetro. No fim da tarde cheguei em Puerto San Julian e fiquei no mesmo hotel que dormi na minha primeira passagem, e que segundo a Fran, com o melhor chuveiro da viagem até aqui.

Sem gasolina em frente ao posto ... Essa foi proteção Divina mesmo!
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Dia 16 – 12-01-2011 Puerto San Julian – Governador Costa. Demoramos bastante para sair de Puerto San Julian. Primeiro porque não acordamos muito cedo, depois ajustei a corrente da moto e ainda passamos no caixa automático. Cara, acho que argentino tem algum problema em usar caixas automáticos. A maioria das vezes que fui usar por aqui, tinha filas e os argentinos demoravam muito para desocupar o terminal ... além de que o programa do caixa é igual a lata de quem programou. Deixei o hotel às 10 horas e só saí da cidade às 11h depois de ir no banco e abastecer a moto. A viagem transcorreu sem problemas até nas proximidade de Comodoro Rivadávia. Lá tomei a Ruta 26 rumo ao Oeste e enfrentei um forte vento frontal. Abasteci em Sarmiento e acelerei forte para não perder o ritmo da viagem. Fiquei praticamente o tempo todo com o acelerador colado em quinta marcha e a moto teve pane seca com 219.8km! Fez a impressionante marca de 10 km/l. Novamente a gasolina reserva que levava me salvou e consegui chegar no posto em Governador Costa e dormir por lá em um hostel com quarto catinguento. E para não dizer que até agora eu só peguei estrada ruim no Brasil, depois que saí da Ruta 3 em direção a Bariloche, quando passei por Sarmiento, teve vários trechos dessa Ruta que a estrada estava bem ruim, com vários remendos e grandes buracos, inclusive caí em um quando saí de um posto e estava distraído zerando o odometro com a moto em movimento.

Dia 17 – 13-01-2011 Governador Costa – Bariloche. Rodados, hj só foram 420 km, mas principalmente no início do deslocamento, com a proximidade com os Andes, o aumento da altitude e o sol escondido, fizeram a sensação térmica baixar bastante e passamos um pouco de frio, pois não estávamos com todo o equipamento para o frio que levávamos. Felizmente no primeiro abastecimento o sol apareceu e ficou muito mais agradável a temperatura. O visual desse trecho foi maravilhoso. Em Bariloche, demos uma volta na cidade para nos ambientar e para almoçar, pois tocamos direto desde Governador Costa. Paramos no El Turista só para dar uma enganada comendo uns mistos quentes para depois jantar uma comida melhor à noite. A primeira impressão da cidade é que é bastante comercial, com muitas lojas de roupas de inverno, bastante agências de turismo. Decidimos ir ao Serro Catedral no outro dia, vimos rapidamente o visual do lago que costeia a cidade. Nos hospedamos no Hotel Pacífico. Bom hotel a 300 pesos com café da manhã ou 360 com janta incluída. O preço é maior do que pagamos até aqui, mas pela pesquisa que fizemos, os que ficam no centro, onde queríamos nos hospedar, o preço estava bom.

Bariloche
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Dia 18 – 14-01-2011 Bariloche. Hj de manhã fomos ao Serro Catedral e subimos seus 3 teleféricos para chegar ao cume. No começo a Fran ficou um pouco de medo de ser içada por apenas um banquinho. No topo pude conhecer NEVE. Tá certo que não era tudo coberto de neve, mas aqueles grandes bolsões de neve, para quem nunca tinha visto, já foram uma diversão. Fiquemos guerra de neve, um pequeno boneco de neve e eu desenhei na neve. Parecíamos criança. Ainda fiz uma escalada em pedra, que estava incluído no ingresso, numa parte no topo da montanha. Quando descemos, me informei sobre descer sobre um skate com rodas grandes e com bicicleta. Me interessei em fazer o down Hill de bicicleta, coisa que já fazia quando pequeno, mas não consegui trocar meu ingresso pelo o necessário para subir com bicicleta. Seriam, além do aluguel da bicicleta, mais 80 pesos. Aí me desanimei e fomos embora. Na volta, fizemos umas fotos no lago da cidade, numa parte onde as pessoas usam como praia e tomam banho. Coloquei a mão na água e estava gelada, mas bem suportável. Aqui, coloquei a câmera fotográfica no tripé, em cima da moto para fotografar eu e a Fran, bateu um vento e a câmera caiu no chão e travou o mecanismo do zoom óptico. Quando voltamos ao hotel tentei destrava-la, como não fui bem sucedido, só de raiva destruí ela toda. Depois, saí para abastecer a moto, calibrei o pneu, que desta vez baixaram um pouco a pressão, certamente por não ter calibrado desde a pilotagem no rípio e lubrifiquei a corrente, algo que tenho feito sempre antes de pegarmos a estrada.

Cerro Catedral
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"Praia" em Bariloche
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Dia 19 – 15-01-2011 Bariloche. Hj a Fran não acordou bem e decidi tirar o dia para descansar. Passamos praticamente o dia todo dormindo, no quarto ou na internet. Amanhã seguiremos viagem rumo ao Chile. Um fato engraçado de hj é que a noite queríamos só tomar um café e comer um pão antes de dormir, algo leve. Fomos a uma padaria e confeitaria perto do hotel e depois de muito trabalho para entenderem que só queríamos pão com manteiga, no final nem cobraram o pão ... só o que tomamos. Pareceu que eles nos acharam uns quebrados e quiseram fazer uma boa ação. Ainda, deu tempo para comprar uma câmera nova para substituir a falecida.

Como ficou a câmera depois de eu ficar emputecido!
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Dia 20 – 16-01-2011 Bariloche-Temuco. Saímos de Bariloche com o tempo nublado, mas sem chuva, seguimos para Villa La Angostura com o tempo, ora com sol, ora nublado, ora um leve chuvisco que não chegava a molhar ou preocupar. Paramos para abastecer e decidimos continuar sem os abrigos de chuva. Um erro, pois antes da aduana Argentina, a chuva apertou e molhou nossos pés. Na aduana, colocamos nosso abrigo de chuva e a Fran trocou as meias, porém na divisa entre Argentina e Chile, quando paramos para bater foto da placa, chovia muito e começou a nevar! Eu achei o máximo, pois estava bem equipado e me diverti com a situação, mas a Fran passava frio e num primeiro momento não quis acreditar, só quando viu os flocos de neve se amontoando na sua luva acreditou que realmente estava nevando naquele momento. Como estávamos acomodados moto, não descemos para a foto, registrei rapidamente o momento e rodamos mais 20 km até a aduana Chilena. Nesta revistaram nossa bagagem mais minuciosamente, abriram algumas malas e sacolas e nos deixaram ir. Felizmente enquanto deixávamos os Andes para trás a temperatura aumentava e rapidamente chegamos a Osorno. Lá pegamos a Ruta 5 rumo ao norte para dormir em Temuco. Nesta rodovia, rodei 244 km e passei por 4 viaturas dos Carabineiros escondidas com radares moveis para multar os que excediam os limites de velocidade. Na primeira, levei sorte, pois devia estar trafegando a aproximadamente uns 135 km/h, sendo que o limite era 120 km/h, mas não fui parado. Depois, respeitei o limite e não passei mais sustos. Passava pelas viaturas de controle e não me pararam. Outra boa notícia foi que a moto voltou a fazer 17,5 km/l maneirando a mão, pois pensei que havia algum problema devido aos consumos exagerados que estava tendo no vento da Argentina, achei que o filtro de ar estava condenado (entupido), apesar de ter colocado um novo original antes de viajar. Ao chegar em Temuco, não demoramos para achar um Hotel razoável, o Hotel Turismo e ficamos descansando no quarto. Quando decidimos jantar, me estressei um pouco, pois 4 dos restaurantes que pretendíamos comer já estavam fechados, incluindo um McDonalds. Tá certo que já era mais de 22 h, mas no Brasil é comum os McDonalds ficarem aberto até a madrugada. Conseguimos jantar em uma pizzaria e fomos dormir.

Uhul! Tá nevando!
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Dia 21 – 17-01-2011 Temuco –Santiago. Os 670 km de hoje foram vencidos facilmente. Penso que já estamos calejados na viagem e essas distâncias são cumpridas com a maior naturalidade. Porém, ao chegar na capital, rumamos diretamente ao centro e começamos a procurar hotéis sob um forte calor e todo equipado, lembrando que as roupas estavam com forro térmico, pois até então estávamos enfrentando bastante frio em Bariloche e nos Andes. Rodamos mais de 1:30h entre hotéis cheios e espeluncas, até nos acomodarmos no Hotel Magestic com a diária mais cara da viagem até agora, US$ 120,00 por dia. Descarregamos toda a moto, e fomos descansar no quarto. Quando decidimos ir jantar, combinamos que comeríamos no McDonalds e ironicamente este fechou no exato momento que chegamos. Novamente nos estressamos um pouco para achar um restaurante e conseguimos um que estava para fechar, mas aceitou que fossemos os últimos clientes. Parece que ninguém pode comer depois das 22h no Chile.

Dia 22 – 18-01-2011 Santiago. Logo após o café da manhã do hotel, contratei o serviço de city tour com um guia conveniado do hotel. Logo a primeira atração foi a troca da guarda no Palacio da Moneda. É um espetáculo bastante interessante que acontece um dia sim e outro não. Com os soldados marchando, cavalos, banda de música. Disse o guia que é a segunda troca de guarda mais bonita do mundo, só ficando atrás da Inglesa. Após, conhecemos a Praça das Armas, a Igreja Matriz, no museu dos correios e a antiga câmara dos Deputados. Legal também foi que o guia conhecia bem o país, pois fiz vários questionamentos sobre política, direito e história e ele soube responder. Por fim tivemos uma visão panorâmica da cidade no morro São Cristóvão. À tarde, caminhamos pela cidade e tiramos mais umas fotos, dessa vez sem guia e nos recolhemos cedo, pois amanhã nosso rumo será o litoral e o Oceano Pacífico.

Palácio da Moeda
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Troca da guarda
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Prédios novos devem manter, por lei, a faixada dos prédios antigos com relevância histórica
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Igreja Matriz
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Continuando o passeio
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Museu do Correio
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Dia 23 – 19-01-2011 Santiago – Vina Del Mar. Mesmo sendo só 135 km para rodar hj, saímos de manhã rumo ao litoral. Não foi problema sair da cidade e logo paramos na vinícola VeraMonte no caminho para degustação e comprar uns vinhos. Particularmente, apesar de não ser nenhum expert no assunto, esperava um pouco mais dos famosos vinhos Chilenos. De qualquer forma, comprei 3 garrafas e segui viagem. Em Vina Del Mar, pesquisei em torno de 6 hoteis e apenas 1 tinha ar condicionado. Estranhei bastante, pois naturalmente vinculamos praia com muito calor e com a necessidade de ar condicionado nos quartos, especialmente pelos preços que estavam me pedindo. Mas como todos me disseram que não era necessário, até um casal de brasileiros que encontrei, pois aqui era fresco a noite e eu não sentiria necessidade do ar, acabei me hospedando num hotel a US$ 60,00 a noite, sem esse eletrodoméstico. No final da tarde, decidimos conhecer Valparaíso e deixar para conhecer as praias de Vina no dia de amanhã. Valparaíso nos decepcionou um pouco. Em primeiro lugar o Congresso não tem nada de especial, apesar de não fazermos a visita guiada porque não tinha no horário que fomos, a parte de fora é como um edifício normal. No mais, achamos a cidade feia, muito embora ter vários monumentos. Encerramos o passeio com fotos do relógio de flores e de um chafariz em Vina Del Mar. Amanhã pretendo tomar o esperado banho no Oceano Pacífico.

Vinícola
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Val Paraiso
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Congresso
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Entrada Presidencial do Congresso
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Os caras tem CAVEIRÃO tb!
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Relógio de flores
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À noite em Viña
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Dia 24 – 20-01-2011 Vina Del Mar. Hj foi o dia do esperado banho de mar no meu 2 oceano. Na praia de Vina Del Mar, achamos o clima e as pessoas bem diferente do que estamos acostumados a ver no Brasil. No mar, eu era o único que pegava "jacaré" e me divertia nas ondas. Depois, pegamos a moto e fomos conhecer o resto do litoral daquela região e foi em Renaca que vimos onde a praia ferve de verdade. Acho que todas as pessoas bonitas do Chile estavam lá, pois em todo o resto do país, era um trabalho achar uma mulher mais ou menos. Após, fizemos turismo no restante da cidade, conhecendo o mirante, o museu arqueológico e o museu de arte, que estava fechado e acontecia uma feira no local. À noite, dormimos cedo e descansamos bastante.

Banho no Pacífico
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Era possível ver várias esculturas na areia... esta era uma das mais curiosas
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Museu
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Entrada de um parque em Viña Del Mar
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Mirante
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Em frente a Marinha, em Viña Del Mar
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Dia 25 – 21-01-2011 Vina Del Mar–Mendoza. Saímos às 10 horas para cumprir apenas 460 km. Antes de chegar na divisa dos países, passei desnecessariamente por dentro de Quillota, mas o que realmente me fez perder tempo foi ter parado na aduana do Chile, esperado uma longa fila para somente então ser informado que neste passo internacional, todo o trâmite de quem está saindo do Chile era feito na aduna da Argentina. Pelo menos troquei os pesos Chilenos que carregava e segui viagem. Na aduana da Argentina, como tem sido padrão nessa viagem, foi rápido, sem demoras desnecessárias. O legal desse trecho pelos Andes foi que não passei frio, que há um longo túnel exatamente onde os países se dividem e em um pedaço da rodovia havia um pouco de neve no acostamento e na vegetação próxima. Uma curiosidade é que o pedágio existente no túnel, aceita praticamente todo o tipo de moeda, e por ninguém ter me passado essa informação na aduana do Chile, mantive desnecessariamente 2 dolares em moeda chilena. Outro ponto que merece menção é que esta está sendo a segunda vez que cruzo os Andes nessa viagem e não tive nenhum problema com a altitude, também porque os dois "passos" que fiz não chegam nem a 3.000 metros. Passado o deslocamento, cheguei em Mendoza, me dirigi ao centro de informações turísticas, obtive um mapa da cidade e logo consegui uma bom hotel por 170 pesos, o Hotel Sienna. Me parece que a cidade e o estado de Mendoza tem vários atrativos interessantes, mas como já estou muito tempo viajando e só estou cumprindo meu caminho de retorno, não poderei conhecer nada além das principais ruas da cidade.
Aproveitando que hj saí do Chile, passo minhas impressões: Estradas: No Chile eles tem o costume de fazer estradas com cimento pré-moldado. Nas principais estradas, isso praticamente não é problema, mas nas secundárias, há um pequeno desnível entre uma placa de cimento e outra e causa um pouco de desconforto na moto pelos leves solavancos intermitentes.
O trânsito nas estradas: Penso que é exemplar o trânsito nas autoestradas lá no Chile, pois todos os carros mantém a pista da direita, independente da velocidade que imprimem e só usam a pista da esquerda para ultrapassagens. Tá certo que lá eles tem um lei de trânsito que determina que os carros sempre se mantenham a direita, mas no nosso trânsito isso está implícito e não é o que costumamos ver nas estradas duplicadas.
Cidade e povo: Minha impressão foi que as cidades são bastante limpas. Me chamou a atenção que praticamente não há pixações na capital, bem diferente de Buenos Aires, onde vi muitas pixações e de Brasília, onde também há um pouco. O povo me pareceu bastante sério e respeitador do ordenamento. Aliás, o guia não parava de ressaltar esse ponto, chegando quase a ser chato ao comparar com o Brasil, insinuando que aqui não somos muito chegados ao esforço. O guia mencionou a baixa taxa de desemprego do país, mas parece que grande parte da população trabalha como fiscais dos estacionamentos, pois chegou ao cúmulo de eu estacionar a moto em um posto de gasolina para comprar um picolé e aparecer um fiscal para cobrar minha vaga.

Nesta vez, o passe pelos Andes foi mais tranquilo
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Dia 26 – 22-01-2011 Mendoza-Rosário. Rodamos hj o maior trecho da viagem, 890 km. O deslocamento aconteceu sem problemas e nesse trecho havia disponibilidade de gasolina, apesar de alguns postos só ter Premium (estou utilizando basicamente Super, que equivale a nossa aditivada, na falta de comum), somente é bom que se ressalte que a Ruta 9 é mal sinalizada referente a postos de abastecimento, pois só consegui abastecer nela quando cheguei em Rosário. Felizmente estava dentro da minha autonomia e não causou nenhum sufoco. Referente ao policiamento, não fui parado nenhuma vez na viagem na Ruta 7 e nem na Ruta 9. Ao chegar na cidade, escolhemos o hotel que nos pareceu com melhor custo benefício, por 100 pesos, porem havia o adicional de 20 pelo ar condicionado e 15 pelo estacionamento da moto, além de sermos muito mal atendidos pela senhora do hotel. Não foi um bom negócio.

Dia 27 – 23-01-2011 Rosário- Santana do Livramento. De manhã, depois de passar o conjunto de pontes que liga Rosário a Victória, entrei no estado argentino que temia: Entre Rios. Vários relatos de viagem que li contavam que aqui estava localizada a polícia rodoviária mais corrupta e logo na primeiro controle policial sou parado e me é solicitado a habilitação. Já saquei minha habilitação, o documento da moto e o seguro carta verde de uma vez e fiz um leque mostrando os três para o guarda pegar. Ele pegou somente a habilitação e o documento da moto, conferiu a placa, enrolou um pouco lendo o documento e me deixou ir. Não parou mais ninguém que estava atrás de mim, pois conferi no espelho retrovisor. Passei por mais 2 controles policiais e não fui parado. Logo já estava em Colon para atravessar a fronteira para o Uruguai e entrar em Paysandu. Estava deixando a Argentina para trás e felizmente não fui extorquido nenhuma vez e só precisei apresentar o Seguro Carta Verde uma vez. No tramite aduaneiro, tive que esperar um pouco sob um forte sol, pois ao final da ponte que separa os países há uma praça de pedágio e logo após a aduana. Lá tinha se formado uma fila e foi chato esperar no calor, porém não posso reclamar do trâmite argentino/uruguaio que novamente demorou somente o tempo razoável. No Uruguai, estava somente com 10 reais em moeda local, mas como tinha abastecido em Colon, pensei que na pior das hipóteses, andaria devagar para poder cruzar todo o país sem necessitar de abastecimento. Peguei a Ruta 26 rumo a Tacuarembó, esta Ruta, diferente das principais rodovias Uruguaias, não estava em excelente estado de conservação. Havia muitos remendos e tapa buracos e alguns buracos abertos. Confesso que não vi nenhum buraco de maior dimensão fazendo com que não precisasse diminuir o ritmo da viagem, mas contrastou com o excelente pavimento que há no restante desse país. Em Tacuarembó abasteci a moto onde aceitavam cartão, logo no primeiro posto, aliás, e segui os 110 km restantes até Riveira/Santana do Livramento na ótima Ruta 5. Como era domingo, todos os freeshops estavam fechados. Portanto fiz o tramite de saída do Uruguai e fui dormir em um hotel no Brasil para no outro dia comprar um presentinho para Fran e umas bebidas. È bom estar em casa e ouvir a nossa língua ter nossa comida disponível.

Interessante conjunto de pontes ... aqui é só a primeira
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Dia 28 – 24-01-2011 Santana do Livramento- Porto Alegre. Depois de passar a manhã passeando na infinidade de FreeShops existentes em Rivera, seguimos viagem de volta para casa. Só fiquei frustrado porque aqui não há grande oferta de equipamentos de informática. Queria comprar uma placa de vídeo nova para o meu PC e não achei o que queria. Comprei perfume, relógio e bebidas. Depois, a estrada foi tranqüila até Porto Alegre, onde decidi parar para descansar no Hotel Expressinho, perto do aeroporto e da highway.

Dia 29 – 25-01-2011 Porto Alegre- Florianópolis. Aqui o deslocamento só foi para cumprir a viagem e chegar em casa após rodar 12.707 km.

Considerações sobre a Argentina:

Ao contrário do que sugere a rivalidade no futebol, na quase totalidade das ocasiões fomos recebidos e tratados muito bem! Confesso que me fez mudar um pouco o jeito que vejo os argentinos quando vem para o nosso litoral. Outros pontos que me chamaram a atenção é que nas Rutas que rodei era comum ver bosques, refúgios, locais específicos para parada de descanso e locais para depositar lixo da viagem. Pelo o que percebi, é comum as famílias argentinas fazerem acampamentos, picnics. Vi vários trailers e motorhomes na estrada e nas cidades turísticas. Por fim, não é raro ver alguém arrepiando em um quadricíclo. Não é a toa que o campeão do Dakar nos Quads seja argentino. O fato desabonador é o descuido dos frentistas com o abastecimento de motos, pois não finalizam o abastecimento com cuidado para que o bico não pingue nas área pintadas da moto.

Considerações sobre meu equipamento:
Bota: Depois dessa viagem, minha bota da Zebra se aposentará depois de 4 anos de bons serviços prestados. O solado está se rasgando e não há como utiliza-la mais. O que tenho para dizer dessa bota é que desde nova ela nunca agüentou mais que 1 hora em chuva moderada, porém o grande atrativo dessa bota é o conforto. Dá para utiliza-la o dia todo, praticamente como um tênis, sem machucar ou cansar os pés. Mesmo com esse pró, minha próxima bota de moto certamente não será esta, pois é chato ter que levar um complemento para bota em longas viagem. Nesse caso, levei uma bota 7 léguas na bagagem para garantir pés secos.

Calça AlpineStar: Acredito que essa marca é uma das melhores existentes no mercado e penso que tirando o preço, pouca gente se decepciona com os produtos dessa marca. Essa calça é muito boa, mais leve e fresca do que a calça da zebra que utilizava antes. Sobre a impermeabilidade, já tomei grandes chuvas com ela, a maioria das vezes agüentou 100%, mas em 2 molhou minha cueca. Quero testar mais atentamente para ver se das vezes que molhou foi por algum erro meu. Porém, levei um conjunto impermeável da Delta para não ficar com a calça que usava todo o dia para andar de moto molhada.

Jaqueta Zebra Adventure: Essa é uma jaqueta já fora de linha, mas é uma excelente jaqueta. Aguenta chuvas muito bem, só sendo necessário cuidar para não deixar a jaqueta dobrada na região da barriga quando chove e cuidar para ao entrar muita água pela gola que é demasiadamente larga. Nessa viagem, como a calça, usava o conjunto impermeável Delta quando enfrentava chuva mais fortes.

Trava do acelerador gambitech by Xuxu da Malmita: Esse é um acessório de grande valia para quem vai para o Ushuaia, pois ajuda muito poder relaxar o punho direito nas grandes retas da Ruta 3.

Aquecedor de manoplas Oxford: O modelo que tenho é o da capa que vai por cima do punho original. Na viagem fez bastante diferença contar com as mãos quentes no frio que enfrentei. Ele esquenta bem e é muito bom, mas acho que o modelo que troca os punhos completamente deve esquentar melhor, pois conta com níveis de aquecimento. No meu, é só on/off.

Mala do tanque Gili Motos: A mala do tanque é um acessório importante para quem faz grandes viagens, pois dá para deixar a mão mapas, câmera, passaporte, e o que vc irá precisar para somente passar a noite em cidades que vc irá parar só para dormir, não necessitando assim tirar a bagagem toda. O meu parecer é que nos fortes ventos patagônicos esse modelo de imã escorregava um pouco. Penso que um modelo de velcro não teria esse problema. Acho que isso não desabona o produto, pois foi um incomodo em pequena parcela da viagem.

Conjunto de bauletos GIVI: Sobre os bauletos laterais E-41 e o topcase E-52, só tenho a falar bem, pois realmente os coloquei à prova. Estavam com sobrepeso e não aliviei nas “costelas de vaca” do rípio e nem nos solavancos dos buracos e desníveis do asfalto. Chegaram os bauletos e os suportes intactos, ressaltando que no topcase ainda havia uma grelha com mais equipamentos em cima.

Moto DL-650: Para o mototurismo, só tenho a elogiar esta moto. Confiável e confortável. Como já escrevi acima, utilizei-a sev
Minha Sahara não é a moto mais econômica, não é a mais bonita e muito menos a mais rápida,
porém a tenho desde zero e no dia 11-4-2009 completou 100.000 km comigo,
sem nunca ter me deixado na estrada com qualquer problema mecânico.
Isso a faz a melhor moto do mundo para mim.
Responder
#2
Parabéns!

Viagem realmente maravilhosa, daquelas que dá uma pontinha de inveja.

abraço
[Imagem: assinaturasm5niver2.jpg][Imagem: selo6niver.jpg] [Imagem: 81798708.gif]

“Há uma alma que paira sobre duas rodas. Não tem idade, credo, idioma nem fronteira. Une desconhecidos no simples ato de compartilhar a sensação de cortar o vento com o rosto e viver de braços abertos”.
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#3
Graande Caíco!!

Foi pra Meca meu!!!

Parabéns!!! A neve no paso Cardenal Samoré me deu saudades de quando passei lá em 2007, foi bem igual!!

Abraço!
XTZÃÃÃOOO TÓTÓTÓTÓTÓTÓTÓTÓ

RX 125 > RDZ 125 II > RD 135 Z > DT 180N > DT 180Z > DT 180Z > DT 200R > XR 250 TORNADO > NX 350 SAHARA > XT 600E > XR 250 TORNADO > XT 660-R > XTZ 250 Teneré > F 800 GS ADV

2007 - ARGENTINA, CHILE E URUGUAI - VEJA FOTOS EM:
http://www.saharamaniacos.com.br/forumn/...=argentina

2011 - Patagônia de carro:
http://3napatagonia.wordpress.com/

2014 - Atacama e Peru (fotos):
https://www.facebook.com/valdeir.cesar.1...846&type=3
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#4
Big Grin
Bela viagem e ótimo relato.Fiquei grudada,lendo,enquanto meu gato chato,o Kazuza,ficava me chamando para dormir.
Uma vez,planejei fazer essa viagem,sem a ida a Ushuaia,mas por conta de um paciente velhinho que ,hospitalizado, não queria ir para casa,acabei tendo que abreviar o passeio e fui só até o Uruguai,e Argentina e Paraguai para conhecer as Missões guaranis,voltando pela Argentina seguindo o Rio Paraná até Puerto Igazu e Foz do Iguaçu.Estava de XLX350.

Agora vou dormir.pois o Kazuza ainda está do meu lado,tomando conta e resmungando.

Parabéns para VCs dois.
Motociclismo é uma doença crônica,contagiosa e incurável!.
[Imagem: Diversos2011279.jpg]
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#5
Que côsa mais bonita essa viajem .

Abraço côsas.
Nenen-  48    96464434 Tim
[Imagem: MatungosFloripa.jpg]
Então Repete SA_HA_RA

Que o velhinho lá de cima nos acompanhe sempre..
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#6
Grande Caico e Fran, simplemente show a viagem. Caico já te disse isto uma vez: Você sabe aproveitar a vida. No relato é possivel viajar com vocês. Parabéns pela aventura.

Um abraço
A sua imagem no avatar facilita o reconhecimento.
E nomes impronunciáveis... Nem pensar. Queremos ser lembrados pelos amigos.
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#7
Grande aventura! Parabens aos dois!
Yan Espinola

FLICKR - FOTOS
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#8
Caíco e Fran.. parabéns pela notável viagem!

Por coincidência, nos encontramos em uma determinada parte das nossas viagens.

Fran, o protetor lombar realmente é muito bom. Ele já está na lista de compras na General Osório.

Parabéns de novo!
A melhor parte da viagem, não é o destino e sim, o percurso.

Projeto Rumo ao Deserto do Atacama 2012
Veja em https://www.facebook.com.br/ProjetoRumo

[Imagem: 6253840627_cb0d692cda_t.jpg]      [Imagem: 6253843269_e63f06184d_t.jpg]    [Imagem: 6253843421_fc5acbe312_t.jpg] [Imagem: 6436295301_b13dc621be_t.jpg][Imagem: 7471987328_5584673c1e_t.jpg]
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#9
Caracas Caico que vigaem massa...a cãmera bagaçada foi ilário...

Abração!!!

FUUI
Leandro Carlos
Aprilia Pegaso - 2002
Honda Transalp - 2013
Palmas - TO

Visite minha galeria de imagens!


Jarinú, Piracicaba, Morretes, Vinhedo, Ribas, Praia Grande, Festa Fantasia Pouso Alegre e Ribas de Novo, SP, RJ e MG, 10° Níver em St. Isabel, Festa fantasia no ES, 13° Niver em São Roque, Ilha Comprida-SP, Fuinessa! Próximo destino ????

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#10
Caico,

Muito bom seu relato, li com muita atenção e todos os detalhes e todas as fotos! Simplesmente fantástico!!!!

E alem de tudo isso tu foi muito discreto no encontro la em Buenos Aires.....Quem diria que vc iria dar só mais uma voltinha na Argentina até voltar pro Brasil.....

Faz jus mesmo a fama: VENTANIA.........


Realmente a passagem de ano (2010 p/ 2011) foi regado de muitas surpresas por todos nós que estávamos lá, nada combinado mas tudo muito bom!!! Amigos sempre presentes, por perto e por longe! Adorei!!!

Legal saber que nossas viagens se cruzaram por extrema ocasião do destino, e que destino longe hein.....

Sucesso meu querido!!!! E parabéns ao casal aventureiro, ou seria casal Ventania? hehehehe

aBroX

(2x) 8)
aBRoX a todos


Álbum de Fotos:

Fotos do Jalapão 2009
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...Sem planejamento tambem faz-se boas viagens...
[Imagem: olha%20EU.JPG]
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