28-11-2006, 02:00 PM
Guia de Manutenção: Vazão da Torneira de Combustível
A moto não tem mais o mesmo rendimento. Torna-se lenta na retomada. Não alcança mais a velocidade final de antes e surge um barulho de batida de pistão.
Diante deste relato do proprietário da moto, o mecânico imediatamente reconhece os sintomas de falta de combustível e diagnostica a limpeza do carburador.
Após o serviço pronto, o proprietário dá uma volta com a moto, mas os efeitos continuam os mesmos, ou seja, não houve melhora.
Ocorre que muitas pessoas (entre elas, mecânicos) esquecem que a torneira de combustível pode ser a responsável por esses sintomas.
O mecânico ou proprietário retira a mangueira de combustível do carburador e a abre a torneira: "Está saindo gasolina, então a torneira está OK!"
Será mesmo?
Alguém já parou para pensar que a torneira é projetada para vazar certa quantidade de combustível, sendo esta quantiodade diferente para cada modelo de moto?
Pois saibam meus queridos leitores que a torneira de gasolina é projetada para oferecer uma vazão com base na giclagem do carburador. E, que existe um cálculo muito simples para determinar quanto essa torneira deve despejar de combustível ao sedento carburador.
De modo simplista, podemos definir gicleur (ou giclê) como sendo um parafuso com um furo no seu centro, que permite a passagem de combustível vindo da cuba do carburador. Os carburadores mais simples possuem dois gicleurs: O de baixa, responsável pela marcha lenta da moto e o de alta, responsável pela aceleração da moto. Mas isso fica para um próximo tópico.
O Cálculo:
A equação para definir a vazão da torneira de combustivel, necessita que saibamos de dois valores do carburador de nossas motos: O número do gicleur de baixa e o de alta.
Tendo em mãos esses valores, aplicamos na seguinte equação:
Vz = 2X (GA + GB)
Onde: Vz - Vazão;
GA - gicleur de alta;
GB - gicleur de baixa
Ou seja, a vazão da torneira de combustível é a soma dos valores do gicleur de alta e o gicleur de baixa, multiplicado por 2.
Exemplo:
Vou tomar por base a minha YAMAHA DT 180. Sei que o gicleur de alta é #180 e o gicleur de baixa é #30. Aplico esses valores na equação:
Vz = 2X (GA + GB)
Vz = 2X (180 + 30)
Vz = 2x ( 210)
Vz = 2x 210
Vz = 420
Chegamos ao número 420. Mas o que significa esse número?
Ele determina que a torneira de combustível da YAMAHA DT 180 deve ter uma vazão de 420cc por minuto.
Aí o amigo mais curioso pergunta: E quando a moto tem dois carburadores?
Respondo: Neste caso, deve-se somar em dobro os números dos gicleurs, caso seja um motor bicilindro.
Exemplo: Utilizarei os dados da YAMAHA RD 350, que tem um motor de dois cilindros e dois carburadores. O gicleur de alta desta moto é o #250 e o de baixa é #27.5.
Aplicando na equação:
Vz = 2X (GA + GB)
Vz = 2X ({250 + 250} + {27.5 + 27.5})
Vz = 2X (500 + 55)
Vz = 2X (555)
Vz = 2X 555
Vz = 1110cc/min.
Pronto. Agora é só pegar os dados dos gicleurs da sua moto e fazer os cálculos.
A seguir, pegue um recipiente graduado (mamadeira, pipeta, copo de culinária), um relógio e veja se a torneira de combustível da sua moto está com a vazão correta.
Abra a torneira ao mesmo tempo em que inicie a cronometragem. Cronometre um minuto e veja quanto combustível vazou da torneira.
Para evitar ter que esperar a vazão em um minuto, faça em 30 segundos. Depois é só multiplicar a quantidade de combustível que vazou por dois e saberá o valor da vazão por minuto.
Se a vazão for infeiror ao valor de seu cálculo, é necessário fazer a retirada da torneira do tanque e efetuar uma limpeza.
Um abraço!
Direitos Reservados: O texto só pode ser reproduzido sob autorização expressa do autor e desde que citados o autor, a obra e a fonte. (Código Penal, art. 184 ; Lei 9610/98, art. 5º, VII e Norma Técnica NBR 6023, da ABNT ).
A moto não tem mais o mesmo rendimento. Torna-se lenta na retomada. Não alcança mais a velocidade final de antes e surge um barulho de batida de pistão.
Diante deste relato do proprietário da moto, o mecânico imediatamente reconhece os sintomas de falta de combustível e diagnostica a limpeza do carburador.
Após o serviço pronto, o proprietário dá uma volta com a moto, mas os efeitos continuam os mesmos, ou seja, não houve melhora.
Ocorre que muitas pessoas (entre elas, mecânicos) esquecem que a torneira de combustível pode ser a responsável por esses sintomas.
O mecânico ou proprietário retira a mangueira de combustível do carburador e a abre a torneira: "Está saindo gasolina, então a torneira está OK!"
Será mesmo?
Alguém já parou para pensar que a torneira é projetada para vazar certa quantidade de combustível, sendo esta quantiodade diferente para cada modelo de moto?
Pois saibam meus queridos leitores que a torneira de gasolina é projetada para oferecer uma vazão com base na giclagem do carburador. E, que existe um cálculo muito simples para determinar quanto essa torneira deve despejar de combustível ao sedento carburador.
De modo simplista, podemos definir gicleur (ou giclê) como sendo um parafuso com um furo no seu centro, que permite a passagem de combustível vindo da cuba do carburador. Os carburadores mais simples possuem dois gicleurs: O de baixa, responsável pela marcha lenta da moto e o de alta, responsável pela aceleração da moto. Mas isso fica para um próximo tópico.
O Cálculo:
A equação para definir a vazão da torneira de combustivel, necessita que saibamos de dois valores do carburador de nossas motos: O número do gicleur de baixa e o de alta.
Tendo em mãos esses valores, aplicamos na seguinte equação:
Vz = 2X (GA + GB)
Onde: Vz - Vazão;
GA - gicleur de alta;
GB - gicleur de baixa
Ou seja, a vazão da torneira de combustível é a soma dos valores do gicleur de alta e o gicleur de baixa, multiplicado por 2.
Exemplo:
Vou tomar por base a minha YAMAHA DT 180. Sei que o gicleur de alta é #180 e o gicleur de baixa é #30. Aplico esses valores na equação:
Vz = 2X (GA + GB)
Vz = 2X (180 + 30)
Vz = 2x ( 210)
Vz = 2x 210
Vz = 420
Chegamos ao número 420. Mas o que significa esse número?
Ele determina que a torneira de combustível da YAMAHA DT 180 deve ter uma vazão de 420cc por minuto.
Aí o amigo mais curioso pergunta: E quando a moto tem dois carburadores?
Respondo: Neste caso, deve-se somar em dobro os números dos gicleurs, caso seja um motor bicilindro.
Exemplo: Utilizarei os dados da YAMAHA RD 350, que tem um motor de dois cilindros e dois carburadores. O gicleur de alta desta moto é o #250 e o de baixa é #27.5.
Aplicando na equação:
Vz = 2X (GA + GB)
Vz = 2X ({250 + 250} + {27.5 + 27.5})
Vz = 2X (500 + 55)
Vz = 2X (555)
Vz = 2X 555
Vz = 1110cc/min.
Pronto. Agora é só pegar os dados dos gicleurs da sua moto e fazer os cálculos.
A seguir, pegue um recipiente graduado (mamadeira, pipeta, copo de culinária), um relógio e veja se a torneira de combustível da sua moto está com a vazão correta.
Abra a torneira ao mesmo tempo em que inicie a cronometragem. Cronometre um minuto e veja quanto combustível vazou da torneira.
Para evitar ter que esperar a vazão em um minuto, faça em 30 segundos. Depois é só multiplicar a quantidade de combustível que vazou por dois e saberá o valor da vazão por minuto.
Se a vazão for infeiror ao valor de seu cálculo, é necessário fazer a retirada da torneira do tanque e efetuar uma limpeza.
Um abraço!
Direitos Reservados: O texto só pode ser reproduzido sob autorização expressa do autor e desde que citados o autor, a obra e a fonte. (Código Penal, art. 184 ; Lei 9610/98, art. 5º, VII e Norma Técnica NBR 6023, da ABNT ).