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Tour Brasil II - Ênfase para o estado de Minas Gerais.
#61
Martinez Escreveu:...E vou alertar o cosmos em geral que você tem em casa uma cadelinha
com "TOC", santa paciência Batman para jogar aquela bolinha e ela trazer de volta... Big Grin

Indomado, vamos montar um desses para o Douglas?...rs

[youtube]http://youtube.com/watch?v=Y9gr3bzksMg[/youtube]
Rá-1000-ton
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Responder
#62
Adriano Escreveu:Se quiser ter o Tratamento VIP que o Nelsão teve vai
ter que aprender com ele e vir com mais tempo Wink Big Grin Big Grin Big Grin Big Grin 8)

Deixe estar, esse ano tem vários feriados prolongados...

Hamilton Escreveu:Indomado, vamos montar um desses para o Douglas?...rs
Não sou o Indomado, mas tem no mercado livre???? Big Grin
SaharaMANÍACOS, prazer em viajar.
Moto não tem idade, tem dono. Honda NX 350 Sahara/99
Não basta ter sahara, tem que ser maníaco!!!
[Imagem: cachoeiracopy.jpg]
Responder
#63
Hamilton Escreveu:Indomado, vamos montar um desses para o Douglas?...rs
Martinez Escreveu:Não sou o Indomado, mas tem no mercado livre???? Big Grin

Vou até procurar um desses, mas pago uma gelada pra cada um se vcs
adivinharem o que ela está fazendo nesse exato momento que estou digitando... Big Grin Big Grin Big Grin

Abração
Responder
#64
ouw, é facim facim de montar um desses....... mas sem fazer a contagem....
usando somente sensores.... e motores....

já fizemos aqui na robotica algo parecido.....

bem legal mesmo...
hehehheheh

----------------
show a viagem martina..... no meio do ano vou fazer isso,
mas vou até fortaleza... pelas praias..... pelo menos é a intenção...

-----------------


abraços
Responder
#65
Tio Curintia, infelizmente não sou muito fãn de praia, acho praia um
troço muito sujo. Legal coisa e tal, mas pra mim é 2 vezes por ano e olha lá.

Sou mais interior mesmo, uma Serra da Canastra, uma Chapada Diamantina,
um Jalapão, uma Serra do Rio do Rastro, um Pantanal, essa é minha praia.

Mas rodamos pelo litoral também, oxi Confusedhock:
SaharaMANÍACOS, prazer em viajar.
Moto não tem idade, tem dono. Honda NX 350 Sahara/99
Não basta ter sahara, tem que ser maníaco!!!
[Imagem: cachoeiracopy.jpg]
Responder
#66
18 de Dezembro de 2008 - Segundo dia

Estatísticas do dia:
Cidade de Partida: Sacramento (MG)
Cidade de chegada: Carmópolis de Minas (MG)
Cidades visitadas: Araxá, Campos altos, Luz, Pará de Minas,
Itaúna, Divinópolis, Carmo da Mata e Carmópolis de Minas.
Quilometragem rodada: 815 km
Quilometragem acumulada: 1.122 km

[Imagem: Rotadia2.jpg]

Nesta quinta-feira pulei cedinho, 7:30hs... hehe... Seus leitores engraçadinhos, tirem esses sorrisos
dessas caras lavadas, sete e meia era cedo sim senhor... dormi as 4 e era horário de verão.
Café da manhã no Hotel do Comércio, hoje aos cuidados do Adriano, a terceira geração a tocar o hotel.
Neste hotel já se hospedaram grandes nomes da nossa história, figurões ja citado no relato do dia anterior.
De lambuja tem ainda um tal pão de queijo com uma receita familiar que o Adriano esconde
a sete chaves e que eu não comi, será que tem o ingrediente mágico??? Big Grin
Sim, ingrediente mágico, aquele do filme do Kung-Fu Panda, lembram-se?
Olha, se viajarmos um pouco na maionese, uma caracterizada de leve
e o Adriano pode passar por um urso panda facinho facinho...KKKKKk

Com um abraço apertado no amigo Adriano, sai de Sacramento rumo a Araxá, cerca de 80 km rumo interior
de Minas. Neste percurso vi que a moto não estava rendendo bem. Estive com um problema de
descompressor automático antes da ida pra Arujá. Em Arujá, abrimos o motor quente e mexemos
nas válvulas na tentativa de certificar que era exatamente o desmpressor. Na volta eu escoltei
uma YBR 125 e de Jabuca a Sacramento eu fui na maciota. Agora precisando rodar, ao apertar
a bitela vi que tinha coisa errada. Bom meu lindo, não tem muito o que fazer, vamos tocando,
quando chegar ao Rio de Janeiro, uns 1.100 km distantes dali, arrumaria a moto. Sofreria
até lá, e quando vi que não teria jeito, desencanei com o rendimento do motor e me concentrei
em aproveitar minha viagem de férias.

Após uns 80 km rodados, heis que estou em Araxá.
Entrei na cidade e tive que me informar como chegar ao centro. A primeira parada foi em
uma antiga estação ferroviária, completamente restaurada e muito bonita por sinal.
Esse prédio antigo abaixo é uma antiga estação de trem que hoje está ocupada para artesanato.
Ele fica em uma das principais avenidas da cidade, denotando o fato da cidade ter crescido
nos entornos da linha do trem. Aliás, somente agora depois de rodar dentro de
minas eu entendo porque tudo que o mineiro vai falar ele bota um "trem" no meio... hehe.
Praticamente toda cidadezinha tinha ou ainda tem uma estação de trem.
Sem valar que mineiro fala tudo no diminutivo, já perceberam?

Quéu'ma carnin? = Quer um pedaço de carne pra pôr no pão de queijo?
Nó! Cas co cai ca cuia! = Nossa Senhora! Quase que eu caio com a cuia!
Peg'láu'copimp'cê = Pegue um copo pra você provar um pouquinho de
café pra acompanhar com pão de queijo saído do forno agorinha mesmo
Quédáuavoltindicarro? = Quer dar uma volta no meu carro pra ver as belezas do meu Estado?
Põe log'es chinelu, mininim = Ponha logo esse chinelo, senão você vai ficar resfriado e não vai poder comer pão de queijo!

[Imagem: IMG_2028araxa.jpg]
Antiga e linda estação de trem que hoje abriga uma fundação.

Neste prédio da antiga Estação Ferroviária esta a fundação Fundação Cultural Calmon Barreto
que cuida da preservação do patrimônio histórico, artístico e cultural de Araxá.
O horário de funcionamente é em dias comerciais das 8:00 às 11:00 e das 13:00 às 17:00 h.

O topônimo "Araxá" significa terreno elevado e plano, planalto, chapadão.
A primeira referência aos índios Araxás foi feita pela expedição de Lourenço Castanho Taques, no séc. XVI.
A presença dos índios e a proximidade do Quilombo do Ambrósio constituíram obstáculo à ocupação das terras da região.
Em 1759, Bartolomeu Bueno do Prado, comandando uma expedição conseguiu destruir a famosa aldeia de escravos fugitivos.
Sete anos depois, Inácio Correia Pamplona exterminou a tribo de índios Araxás.
Os primeiros povoados da região vieram para o Desemboque, distrito de Sacramento, atraídos pela exploração do ouro.
Em 1795 teve a construção da primeira Igreja Matriz de São Domingos por Alexandre Gondin,
que teve suas obras concluídas em 1800. A edificação da Igreja de São Sebastião,
por José Pereira Bom Jardim ocorreu em 1820.
A Capitania de São Paulo e Minas do Ouro foi criada em 1709 e desmembrada em 1729, com a delimitação da
Capitania de Minas Gerais. Na segunda metade do século XVIII, a região do Triângulo Mineiro foi anexada à Goiás,
atendendo a um movimento dos moradores do Desemboque.



Depois de conhecer a antiga estação de trem, fui conhecer a Matriz e depois o Museu da cidade.
Na verdade paguei R$ 5,00 o que me daria o direito de conhecer os três
museus da cidade, mas um eu não quiz conhecer e o outro estava fechado.

[Imagem: IMG_2030araxa.jpg]
Primeira Igreja Matriz de Araxá.

Do lado da Matriz tem um colégio muito antigo. Fachada bem cuidada, tomara que o ensino seja tão
bom quanto o prédio é bonito e bem conservado.

[Imagem: IMG_2032araxa.jpg]
Colégio ao lado da Igreja Matriz, se não for bem na prova, já passa na igreja e faz uma oração...rs

Daí fui conhecer o Museu histórico, que se não me engano se chama Museu Ana Beja.
Ana Jacinta de São José, conhecida como Dona Beja (Formiga, 1800 — Bagagem, 1873) foi uma personalidade
influente no século XIX na região de Araxá, Minas Gerais. Hoje existe um bom museu nessa cidade com o nome
de Dona Beja, no entanto, apesar do nome, a quantidade de objetos que pertenceram a Dona Beja é pequena.
A telenovela brasileira produzida pela Rede Manchete, Dona Beija. Foi inspirada em sua vida.


[Imagem: IMG_2038araxa.jpg]
Esse é o quarto de Ana Beja devidamente retratado.

Essa ambientação foi criada para retratar o quarto de
Dona Beja. Todo o mobiliario e objetos são originais
do século XIX. As poltronas e cadeiras são em bálsamo,
A escrivaninha, a cama e o guarda casaco são estilo
Império, os quadros medalhões na parede são pinturas
óleo sobre madeira, os castiçais são em bronze,
o crucifixo em madeira, o baú em metal, a moringa
de vidro, o lustre a gás, em bronze, mangas de cristal
com desenhos formando camafeus, o forro é de crochê,
A cômoda é de cedro e o conjunto de quarto formado por
Jarro, bacia e urinol são atuais e o tapete de lã de carneiro.

[Imagem: IMG_2037araxa.jpg]
Uma típica sala do século XIX.

[Imagem: IMG_2040araxa.jpg]
E uma típica sala de estar.

[Imagem: IMG_2035araxa.jpg]
Vista lateral do museu.

[Imagem: IMG_2041araxa.jpg]
Maquinas de costura, a minha avó por parte de pai tem uma dessas.

[Imagem: IMG_2042araxa.jpg]
Engenhoca para tecer.

[Imagem: IMG_2043araxa.jpg]
Cela para mulheres cavalgarem, olha que louco isso...

[Imagem: IMG_2045araxa.jpg]
E aqui um dos principais meio de transporte da época.

As termas de Araxá também tem história. Em 1816, o naturalista francês Auguste de Saint-Hilaire,
em visita ao País com a Missão Artística Francesa, descreve assim a região do Barreiro:
"Num ponto sombrio da mata, onde as árvores são mais juntas e mais folhudas, há um espaço
com cerca de 600 passos de circunferência, cercado por um muro de arrimo e inteiramente
tomado por uma lama negra e compacta. É no meio dessa lama, em cinco ou
seis pontos diferentes, que brotam as fontes de água mineral…"
Em 1890 foi apresentado à Academia Nacional de Medicina, pelo Conselheiro de Araxá J. M. Caminhoá,
um estudo sobre as propriedades medicinais das águas do Barreiro.
Em 1912 eles construíram o primeiro Balneário de Araxá.


[Imagem: IMG_2033araxa.jpg]
Repartição pública funcionando em um prédio antigo.

[Imagem: IMG_2049araxa.jpg]
Reparem, essa igreja tem três portas frontais. Não me lembro de ter visto outra igreja assim...
normalmente as igrejas só tem uma porta frontal.


Deixando Araxá pra trás, peguei o trecho e tome chuva. Chuva, chuva e mais chuva.
Rodei de Araxá até Campos Altos sem ver a cara do sol. Como Deus é pai e não é padastro,
quando entrei em Campo Alto a chuva parou. Abasteci, fiz o meu social com os moradores,
já descobri coisas interessantes pra fotografar. Tratava-se da segunda igreja missionária
de Maria contruída no Brasil, eu não sabia que era ali, descobri conversando com moradores locais.

[Imagem: IMG_2053CamposAltos.jpg]
Capela centenária.

[Imagem: IMG_2054CamposAltos.jpg]
O poder da Igreja passa por aqui, e pouquíssimas pessoas sabem disso...

[Imagem: IMG_2056CamposAltos.jpg]
O templo foi construído bem no alto, de onde se pode ver tudo ao seu redor.

[Imagem: IMG_2055CamposAltos.jpg]

Antes de chegar a Campos Altos eu já vinha rodando pela BR262. Foi a primeira vez
que tive a experiência de literalmente entrar dentro de uma núvem. Pois, lá vinha eu,
sai de Araxá e rodei não mais que uns 20 km e o tempo fechou de vez, um barradão preto
se formou na minha frente. Parei, calcei as botinhas e as luvas, zipei os dois zipers
da jaqueta zebra, cerrei as mangas e toquei viagem. Primeiro caiu uma chuva forte,
o que já molhou os meus fundinhos dentro da calça zebra, me deixando putíssimo da vida,
pois tinha passado a noite de terça impermebealizando as costuras com um líquido fedido
a beça. Pelo visto de nada adiantou, sem falar que a minha calça agora tem uma aparência
de gozadinha...KKKKKKK. Depois da chuva forte, continuou o vento forte mas começou
uma chuva mais ralinha, estranha, parecia que a chuva estava sem gravidade, entende???
Dai, olhando em volta, vi que literalmente estava viajando dentro das núvens. Como
a BR foi construida no ponto mais alto da região, essa peculiaridade é possível.

Em Campos Altos, quando fui fotografar a estação de trem, "xau" pilhas... PQP Batman, macacos me mordam,
não tenho pilhas??? Não acredito nisso... Mas a solução foi logo providenciada. Mudei
meus planos e resolvi almoçar, assim enquanto comia poderia deixar as pilhas carregando.
Nessa, entreguei mais uma das minhas "nóias" de viagens... eu não paro para almoçar,
prefiro fazer apenas lanchinhos rápidos nas paradas para abastecimento, assim ganho tempo
precioso durante o dia para para, fotografar, conhecer lugares, já que viajar a noite
só se for por lugares já conhecidos e que não sejam perigosos.

[Imagem: IMG_2050CamposAltos.jpg]
Estação de trem de Campos Altos.

[Imagem: IMG_2052CamposAltos.jpg]
E toma mais uma Igreja de Campos Altos.

Diz a tradição que foi o Sr. Leandro Rodrigues de Provença Lara o mais antigo habitante
local quem fundou o local no início do século 19.
A construção da cidade deve-se, contudo, à penetração da R. M. V. naquelas plagas. Por
iniciativa do Sr. Álvaro Cèsar de Barros Ribeiro, foi construído um barracão onde se vendiam
gêneros alimentícios e medicamentos ao homens que trabalhavam na construção da ferrovia.
Em 1913 foi inaugurada a Estação de Campos Altos, que, anteriormente, se chamara urubu, e
depois, Pedro Nolasco. Já pensou... "Atenção senhores passageiros, próxima estação, URUBU..."
Por essa estação se fazia o movimento de embarque e desembarque de
pessoas e cargas dos atuais municípios de Rio Paranaíba, Patos de Minas, São Gotardo e
Córrego Danta. Com a primeira pensão construída e novas casas, rápido se formou o povoado
que seria a atual progressista cidade de Campos Altos, que com pouco mais de 13 anos de
emancipação, já conta com uma população urbana de cerca de 4500 habitantes.


[Imagem: camposaltosem1915.jpg]
Essa é uma foto da cidade no ano de 1915, ou melhor, da estação de trem e das poucas
outras construções que se tinha no local naquela época.


Segundo um morador logal (frentista do posto de gasolina BR da cidade, muito simpático por sinal)
em Campos Altos está a primeira igreja da Congregação Cristã no Brasil, esta ai.
Fica no alto de um morro de onde se pode avistar toda a cidadezinha.

Tocando em frente, agora sem chuva, rodei por um agradável trecho da BR262. Trata-se de
um local onde se tem um vale de ambos os lados da rodovia. A mesma foi construida no
cume de uma elevação que divide os dois vales. Não importanto para qual lado olhe, verás
uma vazio de centenas de metros até avistar casinhas e animais lá ao fundo, parecendo
formiguinhas ou casinhas de boneca.

[Imagem: IMG_20581BR-262.jpg]
Magnífica rodovia, com visual muito agradável. BR 262, trecho entre Campos Altos e Luz.
Altitude de cerca de 1200 a 1600 metros acima do nível do mar.


Deixando Campo Alto e as núveis pra trás, novamente o tempo melhorou e eu cheguei à
cidade de Luz. Vi uma placa turística informando sobre um Palácio Episcopal,
me interessei em ver e encontrei essa arquitetura religiosa antiga muito bonita.

[Imagem: IMG_2062Luz.jpg]
Sede administrativa da Diocese de Luz, o “Paço da Assumpção”, mais conhecido por Palácio Episcopal,
é destinado a funcionar como residência oficial do Bispo Diocesano. Foi projetado, em sóbrio estilo
greco-romano, pelo Padre Joaquim das Neves Parreiras, a partir da criação do Bispado de Aterrado
(hoje Luz), em 1918. Inaugurado em 10 de abril de 1921 com a chegada e posse do primeiro Bispo,
Dom Manoel Nunes Coelho, teve seu imponente torreão retirado na década de 1930 e reconstruído
em 1986, por Dom Belchior Joaquim da Silva Neto, segundo Bispo. O nome da edificação,
“Paço da Assumpção”, está artisticamente gravado nos ladrilhos de sua entrada principal.


E, uma igreja estava por refinar ainda mais meu gosto por essas maravilhosas construções
do homem. A Matriz de Luz é simplesmente MA-RA-VI-LHO-SA...

[Imagem: IMG_2065Luz.jpg]
Catedral de Nossa Senhora da Luz, uma das mais belas do país, construída na década de 40.
Após visitar essa igreja, refinei minha exigência por fotografar igrejas...


[Imagem: IMG_2064aluz.jpg]

[Imagem: IMG_2067Luz.jpg]

[Imagem: IMG_2071Luz.jpg]
Interior da Matriz histórica.

[Imagem: IMG_2070Luz.jpg]
Encontrei ainda outras construções interessantes em Luz e tratei logo de ir registrando.

Santuário Nossa Senhora de Fátima
[Imagem: IMG_2072Luz.jpg]
É a mais antiga construção realizada no território da atual cidade de Luz. A antiga Capelinha,
erguida por volta de 1813 em honra a Nossa Senhora da Luz, como reconhecimento do milagre
de apaziguar a desavença de dois fazendeiros, “Cocais e Camargos”, tornou-se Matriz da Paróquia
do Aterrado em 02 de maio de 1856. Reconstruída em 1914, foi elevada à dignidade de Catedral
Diocesana (a primeira) em 1918 e ampliada em 1920. Inaugurada a nova Catedral (1941), o templo
foi sagrado Santuário de Nossa Senhora de Fátima (o segundo do mundo), em 1946.
Sofreu considerável redução de tamanho em 1950 e, após, inúmeras reformas,
que descaracterizaram seu estilo, foi reinaugurado em 18 de outubro de 2002, pelo então pároco,
Padre Célio Sílvio Vieira da Silva, depois de séria restauração que procurou retomar a sua originalidade.


[Imagem: IMG_2073Luz.jpg]
Esse prédio eu não consegui descobrir o que é.

A cidade de Luz tem um histórico interessante.
A história inicia-se por volta de 1780 e tem origem no conflito existente entre dois grandes fazendeiros,
descendentes de bandeirantes paulistas, em relação à linha divisória de suas terras. Para que a questão
fosse resolvida a contento, a esposa de um deles fez uma promessa à Nossa Senhora da Luz.
Certa manhã, conforme combinaram, os fazendeiros (Coronel Cocais e Coronel Camargos) partem,
cada um de sua residência e cavalgam, um em direção ao outro, até se encontrarem próximo ao
ribeirão Jorge Pequeno. No local do encontro, fixam o marco divisório e, mandam erigir uma capela
em devoção à padroeira Nossa Senhora da Luz. Nas proximidades do local, havia um olho d'água
, represado por um aterro que abastecia o pequeno povoado formado em volta da capela, o que
explica a origem do nome Nossa Senhora da Luz do Aterrado que lhe foi dado.
O ciclo de progresso tem início com a implantação do bispado do Aterrado.
O município se instala em 1923, adotando a denominação de Luz.


Uma paradinha para tirar água do joelho e novamente estou de volta ao banco da moto.
As cidades de Bom Despacho e Nova Serrana ficaram sem conhecer esse viajante, a
chuva era intensa e uma parada impossibilitaria qualquer clique, sem falar na chatisse
que é parar todo molhado em um local para pedir informação. Sendo assim toquei em
frente praticamente sem parar, salvo para essas lindas fotos...

[Imagem: IMG_20781BR-262.jpg]
BR 262 no trecho entre Nova Serrana e Pará de Minas.

[Imagem: IMG_20791BR-262-1.jpg]

Ao chegar na cidade de Pará de Minas, já próximo a Belo Horizonte,
a cidadezinha não tem lá grandes atrativos, registrei essa igrejinha mara marcar
presença, enchi o tanque da moto e fui embora, agora rumo a Divinópolis.

[Imagem: IMG_2082parademinas.jpg]
Igrejinha em Pará de Minas.

Pará de Minas data do final de 1700, cidade grande, a maior pela qual passei até agora, com mais de
81 mil habitantes. Mas, apesar de grande, não gostei muito da cidade não...
Esta cidade começou com a fixação no local do Sr. Manuel Batista, mercador português apelidado de
"Pato-Fofo" em face de ser baixo e gordo, e pela sua vaidade de aparentar grandes posses, apesar de ser pobre.
A casa onde ele residiu é considerada a primeira edificação da cidade, e hoje, abriga o Museu Histórico
de Pará de Minas. Em decorrência do apelido que Manuel Batista adquiriu, o lugar ficou conhecido
com Patafufio ou Patafufo, corruptelas de "Pato Fofo".

Segundo o historiador Teóphilo de Almeirda, a mais antiga notícia oficial sobre o povoado, só aparece
através da Provisão Episcopal de 3 de Julho de 1772, que instituiu a primeira capela no lugar do Patafufio
da frequesia de Pitangui, com a invocação que escolheram os moradores e no sítio que marcou o Padre João
Pimenta da Costa, como consta em "Instituições de Igrejas no Bispado de Mariana", do Cônego Raimundo Trindade.


No meio do caminho pra Divinópolis, uma paradinha em Itaúna.

[Imagem: IMG_2085Itauna.jpg]
Igreja Matriz em itaúna.

No alvorecer do Século XVIII, iniciou-se o povoamento da região.
Três portugueses, solteiros, jovens, sócios, tornaram-se donos de "datas" de mineração na região de Jacuba: Tomás Teixeira,
Manoel Neto de Melo e o sargento-mor Gabriel da Silva Pereira.
Este último, oficial de maior patente da região, o verdadeiro fundador da cidade, abriu a primeira "picada",
a partir de Bonfim até Pitangui, ao longo do rio São João, no princípio pela margem direita.
Ao passar para a margem esquerda, na "passagem do Rio São João", aí iniciou uma povoação.
O sargentomor Gabriel da Silva Pereira, dono de muitos escravos e sesmeiro, ao tempo de solteiro,
teve uma filha bastarda, a mulata Francisca da Silva Pereira, que se casou com o posseiro português,
Manoel Pinto de Madureira, o velho. Este, antes do casamento já pai bastardo também
de um filho homônimo, Manoel Pinto de Madureira, o moço. Seguindo a tradição, o noivo recebeu
do sogro dote em terras.


A cidadezinha é legal, tem uma Universidade, um trem barulhento com seus trilhos passando perto do centro,
duas igrejas de época, a Capela do Rosário e a Capela do Senhor do Bonfim, grutas, cachoeiras, a
barragem do Benfica e o Museu Municipal Francisco Manoel Franco completam os principais atrativos da cidade.

Finalmente, Divinópolis. Eis ai uma cidade grande, avenidas largas, um trânsito infernal.
A vantagem de se visitar cidadezinhas é que você em meia hora consegue conhecer bem o
lugar e já está no trecho novamente. Em Divinópolis eu gastei cerca de uma hora e meia
para conseguir conhecer muito superficialmente a cidade.

Divinópolis estava sendo arrasada pelas inchentes. Ao tomar café da manhã em Sacramento
eu já estava ciente de que a coisa lá estava feia, pontes interditadas, cidade sem
água potável, defesa civil fazendo esforço para atender a população.

[Imagem: IMG_2087divinopolis.jpg]
Barragem em Divinópolis com água passando por cima de tudo.

Pouca gente sabe que Divinópolis, no centro-oeste de Minas Gerais, situa-se entre os 10 principais municípios do estado,
que é a 5ª cidade com melhor IDH - Índice de Desenvolvimento Humano do Estado, que foi considerada por estudo da
Fundação João Pinheiro, como uma das dez melhores de Minas para investimentos e, conforme publicado pela revista Exame,
entre as cem melhores do país, e agreditem, pouquíssima gente sabe disso.
Eu pude andar pela cidade nesta minha viagem e lhes garanto, muito agradável lugar.

A cachoeira da Itapecerica (caminho de pedras na correnteza do rio, em língua tupi) foi uma movimentada passagem,
no período inicial da abertura da Picada de Goiás (entre 1737 e 1744), pela qual transitaram em grandes números
sertanistas, fazendeiros, padres e missionários, camaradas, índios, quilombolas, andarilhos e aventureiros,
grupos de exploradores, contrabandistas, soldados e turistas, entre os mais assíduos.
Divinópolis foi fundada em 13 de janeiro de 1767, por cinqüenta famílias moradoras do sertão dos rios Itapecerica e Pará,
lideradas pelo fazendeiro João Pimenta Ferreira, com o nome de Paragem da Itapecerica, para superar o rigoroso trabalho
dos selvagens Candidés. Transformou-se no arraial do Espírito Santo da Itapecerica, em 24 de março de 1770, quando
o sertanista Manoel Fernandes Teixeira fez uma doação de terras à igreja católica, doações de terras
a igreja católica eram muito comuns na época e essas foram destinadas a povoação.
A passagem da Itapecerica, conhecida por sua beleza e utilidade, foi palco de lutas e violentas disputas entre autoridades
das Câmaras coloniais de Pitangui, São José del-Rei e Tamanduá, quando da divisão das terras do oeste mineiro.
Era considerada um lugar estratégico em 1744, quando foi estabelecido o termo de São José del-Rei, e em 1789,
quando se estabeleceu o termo da Vila de São Bento do Tamanduá. Desde sua fundação, até 1841, pertenceu ao
município de Pitangui, sendo um dos seus principais distritos. A partir desta data, foi anexado ao município
de Tamanduá até sua emancipação em 1911.


[Imagem: IMG_2088divinopolis.jpg]
Igreja em divinopolis.

Graças a minha estratégia de fazer amizades, já fui logo arrumando mais um amigo.
Trata-se de um policial militar, integrante de um Moto Clube de Divinópolis. Eles
se reunem todas as quintas-feiras da praça dos tigres, me apurrinhou a vida para
ficar lá e ir com ele a noite na confraternização. Agradeci grandemente, deixei
alguns adesivos saharentos com ele, pedi para fazer uma foto minha na antiga estação
de trem, e voltei pra estrada, pois o objetivo era dormir em São João Del Rey,
fato este que infelizmente (e felizmente) não conseguiria realizar... calma seus
apressados, mais pra frente entenderão o porquê...

[Imagem: IMG_2090divinopolis.jpg]
Estação de trem em divinopolis ainda em funcionamento, mas somente para carga e descarga.

[Imagem: IMG_2092divinopolis.jpg]

Lá estou eu novamente pilotanto, agora sentido Oliveira. Antes, porém, minhas lentes
estariam voltadas para a cidadezinha de nome Carmo da Mata, 53 km distante de Divinópolis
e somente 20 antes de Oliveira... a Oliveira, como eu queria ter chegado até você...
não chegar a Oliveira implicou em não dormir em São João Del Rey, corforme o planejado,
infelizmente por furar a programação e felizmente pelas compensações presentes e futuras,
compensações essas que tratarei mais pra frente em momento mais oportuno.

Carmo da Mata é uma cidadezinha muito antiga, com vários prédios antigos, pacata, onde
nada acontece, o tempo parece não querer seguir adiante por aquelas bandas.

[Imagem: IMG_2094carmodamata.jpg]
Estação de trem de Carmo da Mata.

[Imagem: IMG_2096carmodamata.jpg]
Igreja em Carmo da Mata.

[Imagem: IMG_2097carmodamata.jpg]
Uma das inúmeras construções antigas de Carmo da Mata.

Após fazer o meu passeio turístico por Carmo da Mata, me voltei a moradores locais
e descobri que a rodovia estava interditada devido a queda de barreira, e isso me
faria dar uma volta de uns 150 km para chegar a São João Del Rey, coisa que não
daria pra fazer antes de escurecer... zicou!!!

Voltei 11 km sentido Divinópolis, peguei a direita, 15 km até a cidade de Cláudio,
depois mais 31 km até a Fernão Dias. Esses 31 km são de uma estradinha show de roda,
muito divertida para pilotar, pena que a moto não estava rendendo bem.
Cheguei na Fernão Dias já escurinho, e toquei sentido São Paulo. Quando cheguei a
Carmópolis de Minas descobri que estava tão tão distante de São João Del Rey e
resolvi pornoitar por ali. Como costumo fazer, fiz um roteiro ainda durante a noite,
descobri algumas coisas interessantes pela cidadezinha e rodei bem até encontrar
um cantinho aconchegante para pernoitar, e encontrei.

[Imagem: IMG_2099CarmopolisdeMinas.jpg]
Matriz de Carmopolis a noite.

Quem estiver de passagem pela região e por ventura escurecer e se decidir por
pernoitar em Carmópolis de Minas, entre prela entrada princial, suba
até achar a igreja Matriz, contorne-a por trás, passe a pracinha, contorne a pracinha
como quem vai dar uma volta completa na igreja mas desça um quarteirão e vire a
esquerda, sigua em frente, no meio deste quarteirão encontrarão essa pousadinha
com apartamentos muito bons por um precinho muito convidativo. O café da manhã
é regrado a muitos bolinhos e pão de queijo.

[Imagem: IMG_2101CarmopolisdeMinas.jpg]
Pousadinha que me hospedei e que recomendo.

Segundo documentos que datam do ano de 1862, o primeiro nome da localidade foi Japão, é mole???
O nome - "cidade (pólis) do Carmo" - homenageia sua padroeira Nossa Senhora do Carmo e remete ao Monte Carmelo,
por sua topografia montanhosa. Para o antigo nome, contam-se duas versões: teria provindo de um passáro
homônimo da região ou da expressão "já há pão" pronunciada pelos bandeirantes ao serem acolhidos pelos
habitantes locais quando de sua povoação. Há ainda um povoado rural
que conserva o antigo nome da cidade, o povoado do Japão Grande.
Em 1807 foi iniciada a construção da Igreja Matriz, pelo padre Domingos da Costa Guimarães. O povoado foi se
desenvolvendo lentamente, e em 1862 passou a ser termo da Vila de Oliveira, assim permanecendo até sua
emancipação em 1948, vindo a receber o nome de Carmópolis de Minas.
Destacam-se quatro sítios arqueológicos na cidade, onde são encontrados petróglifos – rochas originárias
do período da pré-história, que contêm inscrições gravadas em sua superfície.
Filhos ilustres: Célio de Castro (médico, ex-prefeito de Belo Horizonte); Petrônio Bax (artista plástico).


E assim acabou o meu segundo dia rodando por minas. Pedi um lanchinho que me foi
entregue no próprio apartamento, comi, tomei minhas duas ampolas de cevada, botei
as pilhas para carregar, liguei o celular, respondi alguns torpedos de amigos,
liguei um ventilador para secar a maldita calça zebra que estava toda molhada e com
um cheiro de bunda miserável... coloquei a TV no sleep, refiz o meu roteiro para
chegar a São João Del Rey e fui dormir, muito, mas muito feliz da vida...
SaharaMANÍACOS, prazer em viajar.
Moto não tem idade, tem dono. Honda NX 350 Sahara/99
Não basta ter sahara, tem que ser maníaco!!!
[Imagem: cachoeiracopy.jpg]
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#67
Martina,

O que dizer... P_ta inveja do'cê (em mineirês)...

Acho que só vou conseguir fazer algo do gênero quando minhas filhas estiverem mais velhas e minha patroa desgrudar da mais nova (a mais velha é do primeiro casamento...). Só aí vou poder cair no mundo... Fazê o quê... Esperar e morrer de inveja...

Agora, Martina isso não é só um relato de viajem... É uma verdadeira aula de história, roteiro de viajem que nem a 4 rodas se digna a fazer...

Vc está de absoluto parabéns... Pela viajem, pela aventura, pela (repito) aula de história e pelo super relato...

No aguardo dos próximos capítulos!!!
Responder
#68
Aguardando dias 19/20/21 de dezembro. :twisted:

Abração

PS. Que vontade que dá de passear lendo os relatos e vendo as fotos.
Mais legal ainda é conhecer a história do local.
8)
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#69
Encom Escreveu:Martinez, você está de absoluto parabéns...
Pela viajem, pela aventura, pela (repito) aula de história e pelo super relato...

No aguardo dos próximos capítulos!!!

Para mim, uma viagem consiste basicamente em quatro etapas:
1. Programação - organização de um roteiro básico
2. Execução - a viagem propriamente dita
3. Registro - fotos e vídeos durande a viagem e redação após o término da aventura
4. Troca de experiência - relatar e compartilhar sua aventura,
o que não deixa de também ser uma aventura.

Relatar uma viagem e poder compartilhar da experiências de outras
pessoas que já passaram pelo local, saber que alguém pode
utilizar da sua experiência para uma programação futura, é certamente
tão gratificante quanto poder ter visitado pessoalmente aqueles
lugares maravilhosos.

Quem viaja adquire cultura, abre a sua mente para o mundo,
passa a entender melhor os costumes de diferentes povos,
cresce como homem e como ser humano.

Um grande abraço.
E vamos viajar meu povo saharento.
Martinez.
SaharaMANÍACOS, prazer em viajar.
Moto não tem idade, tem dono. Honda NX 350 Sahara/99
Não basta ter sahara, tem que ser maníaco!!!
[Imagem: cachoeiracopy.jpg]
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#70
Douglas Torres Escreveu:PS. Que vontade que dá de passear lendo os relatos e vendo as fotos.
Mais legal ainda é conhecer a história do local. 8)

Douglas, não escrevi por escrever quando disse que na minha
opinião tem uma enorme diferença entre um mero viajante
e um turista, um cara que sai para conhecer lugares.

Viajante sai pra ir de um ponto "A" para um ponto "B".
Quando vejo relatos de motociclistas falando que rodou 15 mil
quilômetros em 20 dias, esse cara não fez mototurismo,
ele viajou de moto, saiu pra rodar, não pra conhecer lugares.

Eu procuro fazer turismo viajando da maneira como gosto, de moto.
Procuro levar um pouquinho de cada lugar por onde eu passo,
seja em fotos, em experiência por conversar com um morador local,
da visita de um museu, parque, cachoeira ou algo pitoresco do lugar.

Abração dotô dus dentis... Big Grin
Martinez
SaharaMANÍACOS, prazer em viajar.
Moto não tem idade, tem dono. Honda NX 350 Sahara/99
Não basta ter sahara, tem que ser maníaco!!!
[Imagem: cachoeiracopy.jpg]
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