Colonos na Estrada Real - Relatos concluídos

[Professor]

Showwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwww

[Tierry Kalinoski]

3º Dia

Saímos cedo de Itanhandu/MG e tinhamos como destino, pernoitar em São João Del Rei/MG, para isso, teríamos de fazer render o trajeto travado, com muita terra, poeira vermelha e pedras nas serras de Carrancas, lá foi o único susto da viagem, quando em uma descida, a frente da Sahara derrapou, por sorte sem maiores danos. 

Passamos antes por várias cidades e povoados tranquilos, onde a vida acontece em outro ritmo, Caxambu, Baependi, onde acabamos sendo convidados para um encontro de motos que estava sendo organizado na praça da cidade histórica, trocamos adesivos e seguimos viagem, chegando em Cruzilia, cidade berço do cavalo manga larga marchador, paramos carimbar o passporte no Museu do Cavalo.

A Serra de Carrancas até Capela do Saco é espetacular, porém ela cobra um preço alto, muitas pedras soltas, areia e mata burros na vertical, porém vale o esforço, chegamos a rodar incontáveis quilometros sem encontrar com ninguém, nenhuma casa, apenas os sons da natureza ao desligar as motos, ao chegar na Capela, é necessário utilizar uma balsa para continuar viagem até Caquende,  

Após atravessar a represa, a bordo de uma balsa improvisada, onde o motor era um trator Valmet, onde pás foram instaladas no lugar das rodas, chegamos a Caquende e a estrada melhorou para os últimos 30km até São João Del Rei/MG, cumprimos o planejamento prévio.

A proprietária da pousada, ficou comovida com o estado que chegamos, completamente vermelhos de poeira e um pouco assustados pela descida da serra.

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4º 

Dia 14/05, visitamos São João Del Rei e Tiradentes, cidades muito bem conservadas, dificil foi encontrar um local para estacionar em Tiradentes, visto que a cidade estava cheia devido a passagem da tocha olimpica, infelizmente não pudemos esperar, pois a passagem seria apenas no período da tarde e tinhamos muito chão pela frente, pois nesse dia queriamos chegar ao entardecer em Ouro Preto, onde ficaríamos dois pernoites na estalagem do SESC, previamente reservada.

Além das cidades de Tirandes, São João Del Rei, passamos por lugares como Lagoa Dourada, conhecida pelos rocamboles, acabamos experimentando um pedaço de um recheado com doce de leite, a rocamboladoria funciona a mais de 100 anos com a mesma receita.

Paramos em Congonhas, conhecer as famosas obras do Aleijadinho, um lugar muito especial sem dúvidas, e após mais algumas subidas e descidas, chegamos em Ouro Preto.

A estalagem fica em uma antiga fazenda, mantendo ainda alguns traços da história do local, a noite durante a janta, tomamos uma Ouropretana para comemorar a passagem pelo Caminho Velho.

[Anizio Vilela]

Showwwwwwwwwwwww de rodas...Tipo de passeio que é o que gosto também. Conheço parte destes lugares; embora não fiz ainda a Estrada Real mas pretendo um dia fazer.
Muito legal acompanhar vocês por relatos e fotos. Sensacionalllll de maissssss....
Parabéns....Grande abraço.

[Tierry Kalinoski]

5º 

Dia 15/05, um domingo nublado, como tínhamos o dia de folga para visitar Ouro Preto e Mariana, não perdemos tempo e fomos conhecer os centros históricos. 

Lá carimbamos os passaportes na Praça Tiradentes, finalizando o Caminho Velho, visitamos várias igrejas e passeamos muito a pé pelos caminhos. 

A Praça Tiradentes se impõe pela grandiosidade e nos remete a toda a história dos inconfidentes, foi nesta praça que a cabeça de Tiradentes ficou exposta como demonstração de poder da Coroa Portuguesa.

Em Mariana, é possível ver todo o poder e riqueza que a região já teve, uma ao lado da outra, duas igrejas de irmandades rivais, dividem espaço com o pelourinho e a sede do governo da antiga Província. Segundo informações, quando um réu vai a júri popular, o mesmo espaço é utilizado para o julgamento até os dias de hoje.

[TITINE]

Poxa que bacana, fiquei emocionado em ver as fotos, sou mineiro, nasci na terra do Minério de ferro Itabira (Pedra que brilha) e conheço todo percurso até Diamantina. Desejo que todos os nossos amigos possam um dia fazer esta viagem. Quem conhece Minas Gerais não esquece jamais. Povo hospitaleiro, comida boa e muitas historias da época do império. Parabéns pelas fotos...Continua postando...

[Anizio Vilela]

Eita...As fotos estão cada vez mais lindas e os relatos muito bem feitos. Estamos na garupa com vocês só curtindo e com as lombrigas assanhadas rsrsrs...
Abração e muito sucesso nesta jornada.

[Tierry Kalinoski]

6º

Dia 16/05, hora de iniciar o Caminho dos Diamantes, caminho mais novo aberto após as descobertas de diamantes na região do Arraial do Tijuco, atualmente Diamantina.

Devido as tragédias ocorridas com as barragens da empresa Samarco em Mariana, pegamos a rodovia que desvia as localidades de Camargos e Bento Rodrigues, o trânsito é controlado na região, sendo que o traçado original da estrada real foi afetado diretamente pela descida da lama de rejeito.

Pela primeira vez na viagem, ficamos perplexos com o choque de diferenças em poucos quilômetros. A cidade de Mariana vive em torno das mineradoras, apesar da tragédia, a população da cidade não aceita o fechamento das empresas, visto que caso as empresas fechem, a cidade inteira ficará sem receitas, é uma situação complicada que devemos respeitar, nós mesmos fomos com uma opinião contrária a que voltamos, quando vemos o noticiário sobre a tragédia, não temos a real dimensão da situação.

Seguimos pela rodovia com paisagens cinematográficas, grandes montanhas que curva após curva, quase tiravam nossa atenção.

Na altura de Bom Jesus do Amparo, voltamos ao trajeto original, sentido as cidades de Ipoema, Itambé do Mato Dentro, Morro do Pilar, chegando em Conceição do Mato Dentro, para isso, cruzamos a Serra do Cipó, com direito a muita terra, pedras soltas, porém paisagens ainda mais lindas.

Em Conceição do Mato Dentro, pernoitamos e aproveitamos para fazer a troca de óleo das motos, visto que já estavam com um pouco mais de 1500km rodados.

A cachoeira do tabuleiro fica em Conceição do Mato Dentro, porém verificamos que a distância da cidade é 20km, porém para se avistar a cachoeira é necessário percorrer uma trilha de 1h50m, devido a nossa programação já fomos cientes de que não poderíamos visitar, fica uma pendência para uma próxima visita.

[Tierry Kalinoski]

7º

Terça-feira, dia 17/05, muito calor, saímos cedo de Conceição do Mato Dentro, sentido Serro, famosa por seu queijo, lá rumamos para os distritos muito simpáticos de Milho Verde, São Gonçalo do Rio das Pedras, a pequena vila de Vau, chegando enfim em Diamantina.

Neste trajeto, a estrada real corta a Serra do Espinhaço, terreno de grande altitude, porém com muita areia, cruzamos a ponte do século XVII, que marca atualmente a divisa natural, promovida pelo rio Jequitinhonha, ainda pequeno, porém muito belo, entre Serro e Diamantina.

O rio Jequitinhonha percorre 1090km, até desaguar no oceano atlântico, na cidade de Belmonte/BA.

Os distritos de Milho Verde e São Gonçalo do Rio das Pedras parecem que estão em outro mundo, muita tranquilidade, encontramos muitos viajantes nesses lugares, trocando algumas informações sobre as condições da estrada. 

Lá vimos um artesanato que havíamos visto em reportagens de televisão, eles utilizam o chamado capim dourado para fazer utensílios, como cestos, porta objetos, tudo muito bem caprichado.

Seguimos sentido Diamantina, onde o progresso chega a Estrada Real, o asfalto está sendo feito na chegada em Diamantina, muita terraplanagem, cortando o trajeto original. 

Enfim, chegamos em Diamantina, concluindo o Caminho dos Diamantes, era conhecer a cidade histórica, para iniciar a volta, que seria repleta de lugares fantásticos e com o sentimento de missão cumprida, pois desafiamos a Estrada Real e concluímos a bordo de duas motos pequenas e antigas, o que prova que nada é impossível, basta dedicação ao que se propõe. 

[aureojurio]

Que legal      pena que não conseguimos ver as fotos aquele dia aqui em casa, muitas paisagens diferentes e um relevo muito lindo.
E aquele mata burro e fatal mesmo, imagina travar o pneu da moto  
Parabéns e obrigado por compartilhar essa viagem  

[Tierry Kalinoski]

8º

No centro histórico, caminhamos muito, passamos pela passarela construída pelas irmãs responsáveis pela escola, para que as meninas ficassem reclusas na escola, fomos até a casa da Chica da Silva, onde ela viveu e teve os 13 filhos com o mais importante comerciante de diamantes, passamos em frente a Praça JK, e vimos um adesivo muito interessante, "Precisamos de outro Juscelino", como não vivemos na época, não podemos opniar.  

Também ainda em Diamantina, aproveitamos para carimbar o posto de combustível na BR259.

Após conhecer o centro histórico, decidimos nos aproximar o máximo possível do lago de Furnas, para isso, teríamos de descer de Diamantina, em meio ao Sertão de Guimarães Rosa, muito calor para nós que estamos acostumados com o frio, as paisagens muito lindas, fomos parados pela primeira vez em uma operação da Polícia Militar Rodoviária de Minas, documentação conferida, rápida conversa sobre a viagem e seguimos em frente.

Passamos por Curvelo, e seguimos sentido BR040, após poucos quilometros, pegamos novamente as estradas estaduais mineiras, sentido Pompéu, Bom Despacho, Lago a da Prata, chegando em Arcos, próximo a Formiga, importante eixo rodoviário. Rodamos 400km, mas devido ao forte calor e condições das estradas, chegamos em Arcos no entardecer. 

Antes fomos parados mais uma vez pela Polícia Militar Rodoviária de Minas, novamente rápida verificação, conversa sobre a viagem e seguimos.

A noite, saímos conhecer a cidade e saboreamos um pão de queijo recheado com pernil de porco, regado a um refrigerante um pouco diferente, Mate Couro "Mate Couro é uma combinação única de erva mate e chapéu-de-couro com a semente de guaraná"

Para o outro dia, o roteiro foi definido, seguir pela MG050, conhecer Furnas e pernoitar em Poços de Caldas.

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9º

Saímos cedo de Arcos e rumamos sentido ao lago de Furnas, quando estavamos passando pela cidade de Pains, a corrente da Tornado deu sinais de desgaste, após uma ultrapassagem, paramos, porém não era possível mais ajustar, entramos na cidade e encontramos a oficina do Luciano, que prontamente trocou a relação completa, garantindo assim a confiabilidade para o resto da viagem. Conversamos bastante, contamos algumas histórias de nossas viagens, acabaram chegando mais pessoas, todos curiosos sobre onde ficava nossa cidade e as coisas do sul. Acabamos saindo de lá, próximo ao meio dia. 

Atravessamos a vila de Furnas, passando pelo mirante da barragem, sendo que é possível passar por cima da barragem. Aproveitamos para carimbar o posto de combustível da vila de Furnas, mais um ponto marcado pelos saharamaníacos.

Após a rápida visita, rumamos até Poços de Caldas por estradas mal sinalizadas, porém muito bonitas, muitas plantações de cana e café, algo incomum onde moramos.