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Corrente de comando.... - Versão para Impressão

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- BJ - 09-11-2007

Raul Martinez Escreveu:Gente concordo com os que a poiam a troca da corrente a primeiro sinal de desgaste....

A minha ta na oficina, e vai ser trocado o seguinte:

1 corrente de comando original honda...............120
4 retentores de valvula originais ...................... 64
1 pistão 0.25 original .......................................127
1 jogo de aneis 0.25 original ............................237
1 accionador da corrente de comando parelelo
tipo catraca pra futuros ajustes.......................... 90
juntas da Valflex de lata ................................... 28

aproveitando vamos trovar eixo e retentor do conta giro, e retentor do cabo da embreagem assim como o cabo. tudo isso também original.
mais 80 reais de mão de obra.

A decisão de trocar aneis e pistão foi aproveitar a mão de obra e evitar ficar de novo sem moto. Minha Sahara ta com 65000Km e tava tuod standard. Acho que numa semana deve ficar pronta.


Pergunta pra os experientes de plantão: tem mais alguma coisinha que deva aproveitar e trocar?????

Depois postarei as respectivas fotos....


Abração


PS: cadë o XUXU???? que aconteceu com sua motoca???

valeu

Volta eu aqui de novo, Raul uma pergunta. sua moto estava batendo fria e quente ou apenas fria? ai que aconteceu? saltou um dente da corrente e fez todo esse estrago? estou perguntando pelo seguinte, estive em um outro mecânico acho que o 5º ou 6º que fui perturbar, pois uns falavam que não tinha problema pois ela quente parava de bater, outros já me disseram que eu deveria trocar tudo, e agora a semana passada fui em um mecânico na Vila Maria, que inclusive o pessoal aqui da capital já deve ter ouvido falar dele é o Chagal da Snoop motos. ele me disse que realmente como ela não faz o barulho de bater corrente ao estar com o motor quente é pq existe alguma vida na corrente, pra ser preciso de quanto tem de vida teria que abrir e verificar, mas talvez eu não teria que trocar a corrente mas sem duvida já teria que trocar Braço pino e mola, o dito braço custa a bagatela de R$ 198,00 original. outra pergunta que vai pra todos que estão acompanhado e já fez o teste, um amigo meu me indicou o braço da marca TOKO, segundo ele já havia vendido muitos desses e não tinha tido problema nenhum, alguem conhece esse braço? toko que custa inclusive R$ 47,00! já colocaram em suas motos?.
Há, e o mecânico falou tmb que caso ela der sinal de bater com o motor quente pra que eu pare imediatamente e nem andase pois ela é doida pra pular dente, é verdade isso? é bem por ai mesmo?


- Adriano - 15-11-2007

BJ realmente quando a corrente bate quando fria e quando está quente para, e sinal que não esta tão ruim assim, mas tambem pode ser o desgaste do tensor da corrente, pois se você na hora de trocar a corrente comando não trocar o tensor, fatalmente ela volta a bater depois de pouco tempo de trocada. Se você está com a moto a pouco tempo e não conhecer os detalhes do motor, você pode rodar ainda um tempo, mas corre o risco de saltar um dente da corrente, se saltar aí o estrago é feio.
O accionador da corrente de comando parelelo tipo catraca pra futuros ajustes, que o Raul mencionou, eu coloquei na minha e funciona. Se tiver tranqüilo de grana troque a corrente e o tensor, mas Dê uma olhada pois se a corrente ainda tiver boa troque pelo tensor regulavél que você ainda roda muito.

Um abraço


- Adriano - 15-11-2007

BJ dá uma olhada neste tópico: <!-- m --><a class="postlink" href="http://www.saharamaniacos.com.br/phpBB2/viewtopic.php?t=1939">http://www.saharamaniacos.com.br/phpBB2 ... php?t=1939</a><!-- m -->

Um abraço


- Raul Martinez - 16-11-2007

BJ Escreveu:Volta eu aqui de novo, Raul uma pergunta. sua moto estava batendo fria e quente ou apenas fria? ai que aconteceu? saltou um dente da corrente e fez todo esse estrago? estou perguntando pelo seguinte, estive em um outro mecânico acho que o 5º ou 6º que fui perturbar, pois uns falavam que não tinha problema pois ela quente parava de bater, outros já me disseram que eu deveria trocar tudo, e agora a semana passada fui em um mecânico na Vila Maria, que inclusive o pessoal aqui da capital já deve ter ouvido falar dele é o Chagal da Snoop motos. ele me disse que realmente como ela não faz o barulho de bater corrente ao estar com o motor quente é porque existe alguma vida na corrente, pra ser preciso de quanto tem de vida teria que abrir e verificar, mas talvez eu não teria que trocar a corrente mas sem duvida já teria que trocar Braço pino e mola, o dito braço custa a bagatela de R$ 198,00 original. outra pergunta que vai pra todos que estão acompanhado e já fez o teste, um amigo meu me indicou o braço da marca TOKO, segundo ele já havia vendido muitos desses e não tinha tido problema nenhum, alguem conhece esse braço? toko que custa inclusive R$ 47,00! já colocaram em suas motos?.
Há, e o mecânico falou tmb que caso ela der sinal de bater com o motor quente pra que eu pare imediatamente e nem andase pois ela é doida pra pular dente, é verdade isso? é bem por ai mesmo?


Fala BJ, cara minha moto não chegou a pular dente não.. claro isso porque troquei as peças quando come~çou o barulho.

Eu penso assim, vai que trocar do mesmo jeito, então é uma economia que não compensa. A moto batia muito quando fria, depois dava uma melhorada.

Cada moto que um caso, mais eu recomendo trocar corrente original e colocar um tensor tipo catraca...

Mas realmente faça o mais rápido possível...

Com relação à marca não conheço...

Abração

Qqer coisa tamos totalmente a disposição


- BJ - 16-11-2007

Adriano e Raul. muito obrigado pelas dicas. realmente é uma situação complicada, coisa mais difícil é estar com grana sobrando pra fazer tudo, sempre tem duas ou mais coisas que querem levar embora nosso din din. e temos que optar onde jogar a merreca. kakakak.
Seria tão bom se eu tivesse só a sassa pra me preocupar. Big Grin
uma coisa é certa eu num vo pagar 178 pilas num braço tensor original, o catracado naum to achando, então vou neste da marca Toko mesmo, e seja o que Deus quiser!
Depois de rodar uns kmzinhos com ele eu relato aqui o seu desempenho.

há, seu eu conhecesse o tal capeta, ia levar minha sassa lá pra ele encapetar ela e acabar logo com essa angustia. Big Grin

Grande abraços!


- João Paulo - 16-11-2007

A correntede comando de minha moto já tá no pau então fui conversar com mecânico para fazer a subistituição. Então ele me falou que tinha possibilidade de adaptar a corrente de comando da twister que segundo ele é a mesma da sahara só que um pouco mais comprida :roll: . Eu fiquei muito desconfiado pq a corrente de comando é vital pro motor e considero a adaptação muito ousada. Alguem já viu algo do tipo?
Abraço.


- Martinez - 17-11-2007

Se o próprio diz ser mais longa, como vai fazer pra dar a tensão adequada... sei não...


- Adriano - 17-11-2007

João Paulo Escreveu:A correntede comando de minha moto já tá no pau então fui conversar com mecânico para fazer a subistituição. Então ele me falou que tinha possibilidade de adaptar a corrente de comando da twister que segundo ele é a mesma da sahara só que um pouco mais comprida :roll: . Eu fiquei muito desconfiado porque a corrente de comando é vital pro motor e considero a adaptação muito ousada. Alguem já viu algo do tipo?
Abraço.

João Paulo não arrisca, tem corrente comando da Sahara para comprar e de marca boa (DID), esquece isso e compra com a especificação certa.


- João Paulo - 17-11-2007

Eu to ligado

to esperando a corrente de comando que encomendei, ela é proginal.
Relatei isto mais como curiosidade mesmo.
Ah. Agente tava com dificuldade de encontrar a corrente da sahara por isso que ele fez a sugestão. E como a corrente da twister é mais longa, ele ainda retira alguns elos pra deixá-la no mesmo comprimento da corrente original da sahara.....

Sei não, to fora, prefiro esperar pela original mesmo 8)


- Amaury Morais - 20-11-2007

Aproximadamente 4 anos atrás, ela chegou. Depois de muitas aventuras em duas rodas, com e sem pedal, indo dos 80 aos 800 cc, os 350 estavam de volta.

Na verdade não posso dizer que foi um retorno, pois da primeira vez era um motor com um tal de pedal de partida, que engrossava a cocha, arrebentava a canela e fazia qualquer um desistir da partida e ir a pé.

Não era o primeiro dono, mas como segundo estava bem satisfeito, pois apesar de ter nascido em 91, aos 13 anos estava entrando na adolescência, com apenas exatos 19.100 quilômetros de experiência.

Tudo ainda novo e original: relação, pneus ..., claro que precisando trocar, mas isso só aumentou a relação.

Como sempre, mãos a roda, tratando a menina como sempre todas foram cuidadas.

Um reforço na carenagem, limpeza e regulagem do carburador (Urgh de parafuso de ar danado, só mesmo com chave especial – Tudo bem, vamos comprar, ela merece.), regulagem das válvulas, troca do fluído freio, etc. Tudo feito em casa.

Mas o tempo passou e os quilômetros também e chegamos aos fatídicos 70 mil e tantos, na verdade quase 80, mas em se tratando de idade, 70 sempre diminuir.

- O que?!?! Tec-tec no motor? Mas ela tão jovem, ainda no meio dos “teens”, só 16 aninhos !!!
- É, mas infelizmente muito rodada. - Diziam algumas linguas maldosas.
- Bom, vamos a eles então: MANÍACOS ...

Tecla daqui, copia dali e lá estavam muitos relatos. Não tinha mais dúvidas. “Tec-tec logo cedo, com motor frio. Depois passa ...” Mas não era como resfriado, que depois passa. No dia seguinte estava ele lá de novo, ou velho: tec-tec, tec-tec.

Minha avó usou muito outra máquina que fazia esse barulho, mas não era para costurar no transito e a dela tinha pedal.

Lista de peças, conversa com vendedor de loja, conversa com mecânico: “Deixa aqui, em dois dias damo um jeito.” UM JEITO!!! “É só abrir aqui, tirar ali, soltar em cima, abrir do lado ...” A cada descrição do que viria pela frente, só imaginava todas aquelas chaves em parafusos antes jamais tocados. Não, decididamente ela não iria agüentar.

Até hoje nunca havia deixado uma máquina abandonada nas mãos de outro, não poderia ser agora.

- É, mas agora a coisa era séria, abrir motor e tudo ...

Novamente aos Maníacos: Tecla daqui, copia dali. - Hei! os manuais de manutenção. Vamos lá, estou começando a acreditar.

Mais uma ida na loja de peças. “É fácil. Também tenho uma 350, uso na trilha.”. - Coitada, pensei. “É só enfiar um arame por cima e puxar o corrente ...”. Depois voltei para dizer ao vendedor minha definição de fácil e descobri que ele mesmo nunca tinha feito a troca. Bom, mas vamos com calma, não vamos antecipar o final da história.

Depois de muita pesquisa e conversa, vamos à lista de peças:

As engrenagens não foram trocadas, mas os seguintes itens sim:

Mola braço tensor – R$ 15,90
Braço tensor – R$ 163,40
Pino braço tensor – R$ 23,40

Além de outros itens não relacionados diretamente com a corrente de comando: vela, juntas, etc.

E claro, a tal da corrente. Tudo tinha que ser original. Mas e aquela história da DID e Honda, com peça de qualidade inferior comparada com a que tinha antigamente? E aquela mensagem no fórum, do tal do “M” nos elos, com o código 14401-414-014?

De volta na loja, o sempre atencioso vendedor comentou mesmo que além da DID (original! – R$ 136,00), da paralela (mais barata – nem quis saber quantos R$´s), tinha uma tal de Morse, que antigamente, antes das DID´s, era vendida como original.

- E o preço?
- Mais cara que a “original”.

Ele foi lá, nos recônditos sombrios do mundo das peças e voltou com ela, singela, na sua caixa marrom. Nome do fabricante: Morse. MADE IN JAPAN. - Bom sinal!

- Posso tirar da caixa?
- Sim.

Vocês não vão acreditar, mas estava lá. O tal do “M” nos elos!

Só faltava uma confirmação: o código.
Na etiqueta um dado estranho: 108 ELOS XLX 250.
Mas o número era: 14401-414-014
O mesmo da mensagem do fórum e, mais importante, o mesmo do catálogo de peças que meus amigos Maníacos, tinham compartilhado.

- Peraí! Então a tal da DID, hum, hum ...

Considerei uma grande descoberta. Tinha que contar para os Maníacos. Pensei na hora.

Seguinte: R$ 145,00 numa corrente de comando que estava trazendo com seus elos de qualidade, muito mais esperança de um produto de confiança. Será que te deixo curioso ou conto o que encontrei ao abrir o motor? Combinado, fica então para daqui a pouco, alguns parágrafos abaixo.

Peças na mão (nesse momento achava que todas), era hora então de encarar o novo desafio.

Foram quatro semanas de bagunça na garagem. - Por favor, não “arrume” nada !!!... Implorava. Ainda bem que a dona cara metade (Metade !!! Vamos lá pessoal, elas têm é 51%!!! Pois não é a parte majoritária que manda?!?) também é da moto, se bem que de outra turma, daquela do banco baixo e cilindrada alta.

- Quatro semanas !!! Mas o mecânico não falou em dois dias !!! - É, sei que você está pensando: “Que cara mais enrolado.” Mas não esqueça que tinham os pratos de feijão para encher durante as semanas além das dúvidas, que vinham de sobremesa.

Bom, agora você já sabe o tempo que foi, mas existem muitas aventuras ainda para te contar.

Tem início então o serviço de desmontagem. Sempre o mais fácil e devido à ansiedade, o mais perigoso.

No início o caminho era conhecido: laterais, banco, carenagem, etc.

Então começa a parte nova: suporte do motor e os parafusos da tampa do cabeçote.
- Vamos lá, todo cuidado para não marcar nada, afinal e a primeira vez que essa turminha vai girar no sentido anti-horário.

Tudo ia muito bem até que chega a hora do 8 mm (o número 13 dos nossos catálogos). Fica num lugar bem apertado, junto ao suporte. Nada difícil para uma chave com soquete. Seria muito fácil, se aquele motor não estivesse montado numa moto, ou seja, com um quadro logo acima.

Bom pessoal, primeira oportunidade que tenho para compartilhar com vocês: ali só com chave estrela com abas muito finas.
Como não queria estragar nada do meu conjunto de chaves antigo mas corajoso, comprei uma chave estrela 12, que deve ser de boa qualidade, pois há necessidade de esmerilhar bastante a aba para caber no espaço e conseguir “abraçar” a cabeça do parafuso de forma a não machucar na hora do desaperto / aperto.

- Por favor, vá computando dias naquele saldo total de 4 semanas.

Finalmente a tampa do cabeçote saiu e como havia prometido alguns parágrafos acima, vou contar o que encontrei: Lá estava ela, com seus elos marcados com o esperado “M”. É isso aí. A que foi montada na fábrica é nada mais que uma corrente Morse, idêntica a que havia comprado. Um a zero para Shize (Essa só quem tem algumas décadas vai entender!).

Na animação, cometi o primeiro erro, imperdoável na era da fotografia digital: vá tirando fotos, não confie apenas nos catálogos. Essa observação será motivo de um dialogo mais para frente, mas já fica o alerta: vá tirando fotos.

Então é isso: aqui faltou uma foto da posição original das marcas da engrenagem da corrente de comando relativas ao motor. Essa dúvida me perseguiu por todo o restante do trabalho.

Bom, vamos então para a lateral direita. Essa foi fácil! Nem precisava retirar o pedal do freio traseiro. Mas já que estava por ali, foi bom, pois uma graxa no eixo veio a calhar.

Quando retirar a lateral, cuidado com uma peça de alumínio que aciona a embreagem. Ela fica presa na tampa, mas se você não notar, pode cair e sumir.

Aproveite para trocar o retentor do braço da embreagem. Depois que está tudo desmontado é bem fácil e custa apenas R$ 5,00. Com o tempo começa a umedecer o local com óleo e se tiver que trocar, vai ter que desmontar toda a lateral mesmo.

Mas por falar em embreagem, chegamos a primeira surpresa: - O que, não pode ser! Do jeito que a coisa está aqui vou ter que desmontar a embreagem e ... a bomba de óleo!!! Ainda bem que o vendedor disse que era fácil!

Bom pessoal, é isso aí. Eu não sabia, mas tem que desmontar esses dois. Embreagem e bomba de óleo. Essa última então, só arrepio em pensar em possíveis problemas futuros com a circulação do sangue nas veias da menina. Muitas dúvidas e a constatação da necessidade de fazer uma ferramenta especial para retirar a embreagem.

- Olha as quatro semanas rolando aí, gente!

Glossário on-line: ferramenta especial = gambiarra = ou gambitech, conforme nossos companheiros.

[Imagem: ferramentaespecialod4.jpg]

A figura acima dá uma demonstração de toda a tecnologia aplicada para cortar com serra tico-tico uma chapa de aço galvanizada que estava jogada no quintal. Pode ser útil, se algum dia você, que tem um pouco mais de juízo do que esse que escreve, não inventar de trocar a corrente de comando e ficar satisfeito com a troca da embreagem.

Por falar em ferramenta especial, tem também a necessidade de uma para posicionar o braço tensor afastado da corrente, forçando a mola para aliviar a pressão. Nada que uma chave Philips bem fina e longa não dê um jeito.

Bom, então foi isso: saiu a embreagem e começava a sair a bomba de óleo. Mais um frio na barriga: o-ring para todo lado. - Ai, ai. Lá vem novamente a preocupação com a tal circulação...

São 6 no total. Mais uma olhada no Manual de Serviço e está lá, bem claro: NOVO. Conversei na loja e com uns dois mecânicos e todos foram enfáticos: - Ninguém troca.

Sei que essa história de circulação já está ficando chata, mas: - E o sangue nas veias ???

Na loja:
- Vocês tem aí?
- Só por encomenda.
- Quanto tempo?
- Uns dois dias. – Por favor, continue somando nas minhas 4 semanas.
- Quanto custa?
- Tenho que ver com quem fornece. Não é barato não. – Afirmação perigosa para o bolso.

Dois dias depois, pelo telefone:
- Fica em R$ 36 e centavos acima. Posso encomendar?
- Posso dar a resposta depois que conseguir voltar a respirar? Eita borrachinhas caras sô!

Tinha uma dona que acompanhou o serviço o tempo todo. Ela não dava descanso. Em cada nova dúvida, vinha com seus palpites. E sempre com aquela vozinha irritante:

- Será que você vai conseguir montar?
- Você nunca fez isso. Será que vai dar certo?
- E se ficar alguma coisa errada?

Era ela, a dona Dúvida! E como não poderia deixar de ser, lá vinha novamente com a história da circulação.

- Ta bom, vou morrer nos tais 36. Que venham.

Mas pessoal, se a dona enche, também ajuda, e muito. Quando os o-ring´s chegaram, era evidente a diferença dos novos com os que estavam no motor. Os velhos apresentavam um achatamento de aproximadamente 50% comparado com os novos. Sinal que poderia haver vazamento (mesmo que interno ao motor) e perda de pressão na circulação do óleo e consequentemente faltam de lubrificação adequada. Portanto meus amigos, mesmo que ninguém troque, são apenas (agora né!) 36 após muitos anos.

Por falar nela, a grande dúvida ainda estava por vir: o tal alinhamento das marcas de ponto da engrenagem com a face superior do cabeçote.

[Imagem: desenhoengrenagamxc3.jpg]

[Imagem: engrenagemcorrenteuf0.jpg]

Não teve jeito. De qualquer forma, ficava fora. Um dente para um lado ou para outro, sempre fora. Essa foto que você está vendo aí foi tirada já com a corrente nova.

Conversei com alguns mecânicos e a história era sempre igual: - Não fica mesmo.

Como o motor tem um ângulo, optei então por deixar as marcas na horizontal. Mas não foi uma decisão convincente e a dona Dúvida, começou a ficar cheia de razão.

O resto foi muito fácil, principalmente seguindo as orientações tão didáticas dos manuais: montar na sequência inversa. – Há, então tá bom!

Quase tudo pronto. Antes mesmo de regular as válvulas, uma girada do motor com as mãos, utilizando uma chave no parafuso do virabrequim do lado esquerdo.

- Legal, nada pegando!

Aqui está o grande problema, pois se ficar fora da posição, a corrente vai acionar as válvulas quando o pistão está na posição superior e aí já era.

Vamos então ao ajuste das válvulas, trocar vela ... e por aí até o tanque de volta.

Chegou o grande momento! Botão de partida. Maravilha! Estava ela novamente funcionando sem o tec-tec que tanto incomodava.

Mas a alegria não foi completa. Tinha um barulho estranho quando acelerava em movimento. Alguma coisa parecida com válvulas flutuando.

Confirmei a regulagem das válvulas e estava tudo certo.

Mas a situação persistia. Não estava rendendo como antes. Parecia um motor cansado.

- Será que não ficou nada montado errado? - Perguntava ela, a já conhecida dona.
- Não.
- Lembra aquela época que você desmontava o despertador do seu pai com as facas do faqueiro da sua mãe? A faca desbeiçada e o relógio funcionando ao contrário! Já pensou que beleza de motor não seria?
- Mas está tudo certo. Você acompanhou tudo.
- Tem certeza? - Dona dúvida não dava descanso!
- Sim.
- Mas vai ficar andando com esse barulho quando acelera?
- Mas são parafusos em rosca de alumínio, tirar tudo novamente!?!?
- Tudo bem, só reserva um lugarzinho aí no baú. Pois agora passo a ser sua companhia constante. Principalmente naquelas viagens mais longas, quando você estiver longe de recursos, sem possibilidade de ajuda. E tem também aquelas que você inventa de viajar sozinho, com uma das suas filhas, nas estradas de terra da serra da Man....
- Ta bom, ta bom. Pode parar de falar. Vou desmontar tudo novamente.

Hah! Entendeu? Quatro semanas. Captou?

Quando estava tudo novamente no chão, um amigo que já foi mecânico apareceu e ajudou no parecer: - Está tudo certo, é isso mesmo. A engrenagem nunca fica totalmente paralela.

Mas apesar da ajuda, o pior estava para vir:

- Vamos lá, te ajudo a montar.
- Não precisa, faço depois. Já fiz uma vez.
- Vai ser rápido.
- Não se preocupe. – Insistia eu, já lembrando da forma carinhosa que ele tratava parafusos e porcas, dos outros é claro.

Mas não teve jeito, está lá o corpo estendido no chão, ou melhor, quando vi a danada da chave errada, nas mãos sem o cuidado necessário, a marca na tampa do cabeçote foi consequência.

Foi a única, pois não deixei a ajuda continuar. Pelo menos serviu para confirmar: ainda bem que não deixei nas mãos do outro de “em 2 dias damo um jeito.”!

Novas juntas compradas e agora era montar tudo novamente. Não esqueça de uma colinha. Ajuda. Mais fácil agora, pois já tinha experiência.

Quase tudo pronto, último aperto nos parafusos da tampa do cabeçote e ... Eu disse último !!! Que falta faz um torquímetro. O indesejado ruído de alguma coisa apertada além do que devia. Nem fui olhar, deixei tudo como estava. Fica para o próximo dia.

Coragem afinal, volto e retiro o famigerado parafuso (é claro que só podia ser o último!) esperando o pior. Alegria. Saiu inteiro! Com uma grande trinca bem no meio do comprimento.

Mais uma surpresa foi encontrar original na revenda Honda, a preço de R$ 0,80 cada.

Quer saber o resultado? Copiar e colar alguns parágrafos acima:

“Chegou o grande momento! Botão de partida. Maravilha! Estava ela novamente funcionando sem o tec-tec que tanto incomodava.

Mas a alegria não foi completa. Tinha um barulho ...”

É isso mesmo, tudo como dantes no quartel D’Abrantes.

- Não pode ser! Tem alguma coisa errada que não está certa! - Pensava.

Bom, as contas com a dona Dúvida estavam acertadas. Restava agora o problema.

Vamos lá. Pensa, pensa...

- Falta de potência! Será que não pode ser o carburador? “Isso, isso, isso.”, como diria um personagem que as crianças gostam.

E não é que o danado estava mesmo pedindo uma boa limpeza. Então foi isso: carburador, filtro de ar e companhia, com as devidas regulagens.

É claro que já fazem dois meses e aproximadamente uns 3 mil quilômetros que vivemos essa história. Não ia fazer vocês lerem tudo isso, para dizer que ainda não sabia o resultado. Seria expulso né?

Final, afinal! Ou seria o começo de novas aventuras mexicânicas.

Abraços agora Saharados.

Amaury